terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Vingança

Artigo de André Soares – 13/12/2011
 
 
“A Vingança é um prato que se come frio” é, paradoxalmente, expressão de grande notoriedade, mas de significado desconhecido pela maioria. Ela significa que a consecução da vingança é um prazer tão arrebatador que se assemelharia a uma comida tão especialmente saborosa que sequer precisaria ser aquecida. Pois, a vingança é indubitavelmente um dos mais avassaladores prazeres que se pode sentir. Significa também que, contrariamente ao pensamento unânime que a condena a ser exclusivamente um sentimento vil; ela também pode ser nobre e justa. Isso porque a vingança, em sua genealogia, pode ser oriunda de duas motivações distintas: a inveja e a injustiça.
Assim, a vingança motivada pela inveja é evidentemente um sentimento vil e abjeto porque é próprio do espírito das pessoas indignas, patologicamente egoístas e com elevado complexo de inferioridade, para quem assistir ao sucesso alheio representa um sofrimento insuportável, especialmente se tiverem sido preteridas em decorrência dele. Destarte, revoltadas por não terem sido contempladas com o beneplácito das pessoas privilegiadas, ou com a maestria e virtuosismo das bem-sucedidas, e ainda sentindo-se prejudicadas e ameaçadas pelo seu êxito, tornam-se pessoas amarguradas e contaminadas pela inveja, cujo ódio alimentado progressivamente deságua no seu destino final - a vingança.
Exemplo clássico, potencialmente perigoso na vida real, conquanto aparentemente inofensivo por se tratar de obra de ficção, está na famosa história infantil “Branca de Neve e os 7 anões”, conhecida por todos. Nela, a rainha má trama e ordena a morte da Branca de Neve, motivada exclusivamente por sua inveja da beleza esplendorosa da jovem beldade, que ingenuamente desconhece que o sucesso é uma fonte inesgotável de inimigos porque fomenta a inveja alheia. Todavia, se no conto de Branca de Neve a rainha invejosa não foi bem-sucedida em sua vingança, na vida real muitas vezes não acontece o desejado final feliz. Porque a vingança de pessoas invejosas se reproduz tragicamente na realidade da vida de muitas pessoas que, à semelhança da ingênua Branca de Neve, sequer perceberam que foram vítimas do próprio sucesso.
Por outro lado, a vingança motivada pela injustiça pode ser nobre e justa. Embora sejam raros, podemos citar o exemplo recente da história internacional, referente ao atentado terrorista ocorrido na olimpíada de Munique de 1972, matando vários atletas da delegação israelense, que ficou conhecido como “Massacre de Munique”. Em resposta a esse ato hediondo contra o estado de Israel, que vitimou covardemente e violentamente inocentes cidadãos daquele país, o governo israelense, por decisão da sua primeira-ministra Golda Meir, determinou ao seu Serviço Secreto, conhecido como “Mossad”, a realização de uma operação sigilosa encoberta para caçar em todo o mundo e eliminar os mentores e autores do referido atentado. E, após alguns anos, a maioria deles foi encontrada e assassinada.
A despeito das inúmeras considerações que poderão ser suscitadas a respeito da polêmica e controvertida conceituação sobre o que seja verdadeiramente justiça e ética; vale destacar que, a despeito de eventualmente serem todas relevantes, em se tratando de vingança serão todas não pertinentes. Isso porque a vingança motivada pela injustiça é originalmente sempre nobre e justa porquanto será exclusivamente avaliada segundo os critérios pessoais próprios do espírito de quem se vinga. É por isso que este não sente o espírito vingativo, mas sim o do justiceiro, sendo dominado pelo êxtase e realização pessoal, sem qualquer arrependimento, pelo ato da sua vingança, o qual ficará eternizado meritoriamente em sua história de vida. 
É por isso que é inquietante saber que assim como a vingança pode ser vil, ou nobre; ela também pode destruir, ou salvar o seu protagonista. Porque a pessoa vil que arquiteta a sua vingança contra outrem motivada pela inveja tem a alma contaminada pelo próprio veneno, que poderá destruí-la a si mesma, antes mesmo de concretizar o seu intento. Mais perturbador é saber que a vingança motivada pela injustiça é salvadora, pois fortalece a energia do espírito do seu protagonista dia a dia, pois sua alma é alimentada pelo sentimento libertador da ética e justiça, conquanto saibamos quão contraditórios podem ser esses valores em toda a humanidade. E é exatamente por isso que a história nos tem demonstrado como a vingança nobre e justa glorifica sobejamente tanto aos propósitos de deus, como do diabo.


sábado, 10 de dezembro de 2011

"...Eu era feliz e não sabia!”

Artigo de André Soares - 10/12/2011

Inúmeros poetas foram célebres em nos revelar a felicidade recôndita nos meandros da vida, a exemplo de Casimiro de Abreu, em sua poesia “Meus oito anos”, descrevendo suas belas lembranças dessa idade, em especial. Não nos esqueçamos de Gonçalves Dias, em seu poema “Canção do Exílio”, primoroso hino de amor ao Brasil, homenageando as privilegiadas belezas naturais da nossa Pátria-Mãe. Todavia, se Casimiro de Abreu e Gonçalves Dias, dentre outros, nos encantaram com o saudosismo de belas reminiscências, Ataulfo Alves foi magistral em advertir-nos da tristeza de não se ter consciência da verdadeira felicidade, e do sofrimento de encontrá-la perdida irrecuperavelmente no próprio passado. Assim, Ataulfo Alves eternizou o triste lamento “...Eu era feliz e não sabia!”, com o qual termina a sua bela e antiga canção “Meus tempos de criança”, referindo-se à felicidade irreversivelmente encoberta no passado de sua infância gloriosa, cujo esplendor infelizmente apenas tardiamente soube reconhecer.
Na verdade, esta consagrada obra de Ataulfo Alves retrata a tragédia da vida de muitas pessoas que somente encontram a felicidade depois de tê-la perdido definitivamente; cujo maior sofrimento está em saber que desprezaram essa dádiva quando a tiveram inteiramente ao seu dispor.
Quantos compatriotas somente reconheceram o valor do heroísmo de seus antepassados na conquista do legado histórico de seu país depois que sua nação sucumbiu em crises e guerras!...; quantos filhos ingratos somente reconheceram o valor da dedicação e amor de seus pais depois que eles deixaram essa vida!...; quantas pessoas irresponsavelmente imaturas somente reconheceram o valor de terem encontrado o verdadeiro amor de suas vidas depois que o destruíram com o seu egoísmo e traição!...
Pois, “...Eu era feliz e não sabia!” é o arrependimento a que estes estão condenados, por terem navegado suas vidas em mares traiçoeiros onde “... é preciso perder para dar valor...”. Isso porque não souberam cultuar os reais valores dessa vida; não souberam reverenciar a sabedoria dos mestres; não souberam corresponder e dignificar-se ao amor verdadeiro; e porque se esqueceram que a vida só é vivida uma vez, que cada momento é único e não volta mais, e que a qualquer instante (por mais que isso demore) não estaremos mais aqui.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O eterno retorno III – “O mundo dá voltas!”

Artigo de André Soares - 08/12/2011


Certa feita, Alex, exercendo sua autoridade de chefia, impediu a ascensão profissional de Fabrício, obstando suas pretensões de carreira. Posteriormente, ao ser comunicado por Alex que estava sendo preterido em sua aspiração, Fabrício acatou silentemente seu infortúnio, apesar de se sentir injustiçado.
Algum tempo depois, o destino fez com que a situação entre eles se invertesse e Fabrício passou a ser o chefe de Alex, sendo que ambos vivenciaram a idêntica circunstância anterior na qual um deles decidiria o destino do outro.
Evidentemente que Fabrício não se esquecera do prejuízo que Alex lhe havia imposto no passado e, portanto, teve enorme satisfação em retribuir-lhe da mesma forma, cujo maior prazer seria o momento em que lhe comunicaria isso pessoalmente.
Assim, depois de preparar meticulosamente a sua vingança, Fabrício deleitou-se em êxtase no momento em que disse a Alex que o mesmo seria preterido em suas aspirações pessoais e profissionais.
Da mesma forma como ocorrera no passado, Alex acatou silentemente seu infortúnio, mesmo sentindo-se prejudicado e injustiçado.
Ao final, encerrando seu momento de glória pessoal, Fabrício não se conteve e disse a Alex, por derradeiro:
“Está vendo meu caro Alex...O mundo dá voltas!”
Nesse instante, Alex emergiu do seu silêncio, respondendo a Fabrício com veemência:
“Estou vendo meu caro Fabrício... O mundo realmente dá voltas!”
e profeticamente sentenciou:
“...E continua dando!”
A verdade é que o enredo dessa história real é amplamente recorrente na história da humanidade, no cotidiano, no âmbito de nossas vidas e nos desígnios dos relacionamentos amorosos. Portanto, que a sua reflexão sirva para inspirar-nos a sabedoria que as escolhas e decisões de nossas vidas não devem ser feitas nem tomadas intempestivamente, muito menos sob o temor do acaso do destino; e que para se alcançar os melhores auspícios, deve-se decidir com a inteligência de decifrar as pessoas e os intrincados meandros da vida humana.
Porque, ao privilegiado protagonista que desfrutar desse tirocínio, o destino passará a não lhe ser mais tão adverso e imprevisível, pela sua maestria em antecipá-lo, permitindo-lhe construir o futuro alvissareiro, cuja expertise lhe será especial e secreto instrumento de poder. Aos demais restará a frustração da descoberta tardia do desperdício de suas vidas no transcurso de uma existência vã e da constatação infeliz daquilo em que se tornaram. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Artigo de André Soares: "O amor III - a magia"


Sugestão de um(a)  amigo(a) do Fórum da Inteligência:


LEIA SOZINHO porque no passado eu também não acreditava que ia dar certo, mas… funciona mesmo!!! Entrei neste site e fiz esta prece. Fiz para ver se ia dar certo e deu, assim que acabei meu amor ligou. A pessoa que eu copiei também não acreditava mas para ela também funcionou! AGORA VEREMOS…

Diga para você mesmo o nome do único rapaz ou moça com quem você gostaria de estar (três vezes)…

Pense em algo que queira realizar na próxima semana e repita para você mesmo (seis vezes).

Se você tem um desejo, repita-o para você mesmo (Venha cá ANJO DE LUZ eu te INVOCO para que Desenterre o r.l.l de onde estiver ou com quem estiver e faça ele ME telefonar ainda hoje, Apaixonado e Arrependido, desenterre tudo que esta impedindo que o r.l.l venha para MIM l, afaste todas aquelas que tem contribuído para o nosso afastamento e que ele r.l.l não pense mais nas outras… mas somente em MIM. Que ele ME telefone e ME AME. Agradeço por este seu misterioso poder que sempre dá certo. Amém…).

sábado, 3 de dezembro de 2011

Agentes Secretos - o perfil

Aviso
"...Qualquer semelhança com nomes, pessoas, datas, locais, situações, ou circunstâncias, poderá não ter sido mera coincidência..."

Agentes Secretos – O perfil
Autor: agente do Dr “X”


Que ninguém nos ouça, mas o Brasil não possui agentes secretos em seus serviços de inteligência. Portanto, não é por acaso que as organizações terroristas internacionais e os serviços secretos estrangeiros adoram atuar no país. Mas, houve um breve suspiro em nossa história em que nosso país já teve os melhores, que foram recrutados e chefiados pelo Dr “X”, assim como eu fui. Todavia, essa é outra história. Atualmente, Dr “X” está em algum lugar, vivendo como sempre vivem os agentes secretos – sozinho, em local desconhecido, protegido e com o amor de sua vida.

Não me esqueço quando participei de uma reunião, infelizmente histórica, entre o Dr “X” e a uma alta autoridade do governo, para tratar de um dos assuntos mais sigilosos da república – o recrutamento e emprego de agentes secretos.

O que eu estava fazendo lá?

Eu tinha que estar lá. Mas, isso também é outra história.

O fato é que as conseqüências conflituosas dessa reunião demandaram uma crise para a Inteligência de Estado, na qual o país se perdeu.

Tudo isso porque Dr “X” reprovou o recrutamento e emprego de um “candidato” a agente secreto. Até aí, nada de mais, caso sua decisão não contrariasse os interesses e a determinação direta e expressa dos mais poderosos governantes do país.

A reunião foi tensa. Menos o Dr “X”. Afinal, ele sabia, melhor que ninguém, que a única certeza na vida de agentes secretos é que ela não é um “mar de rosas”.

E a referida autoridade teve que vir se encontrar pessoalmente com o Dr “X” porque, em se tratando de assuntos sobre agentes secretos, a “montanha é que vai a Maomé”. Contudo, Dr “X” estava politicamente com a “corda no pescoço”; pois, nesse contexto, tinha apenas duas alternativas: voltar atrás, ou voltar atrás.

Dr “X”, chegou ao meu conhecimento a informação que o senhor teria contra indicado a admissão do ““fulano de tal” ” nessa organização e me parece estar havendo algum grave equívoco nessa questão. Por essa razão, tive que me afastar de meus afazeres para estar aqui e esclarecer tudo isso. Tenho a certeza que o senhor compreende o contexto dessa situação e saberá encontrar uma solução satisfatória para esse lamentável mal entendido... - apresentou-se a referida autoridade.

É uma grande honra receber em nossa organização a presença de Vossa Excelência e esclareço que não houve mal entendido na informação sigilosa que lhe enviamos oficialmente sobre o candidato “fulano de tal” – respondeu diretamente o Dr ”X”.

O Sr está me dizendo que “fulano de tal” foi reprovado? – disse a autoridade, em tom intimidador.

Infelizmente, lamento dizer a Vossa Excelência que sim – respondeu disciplinadamente o Dr “X”.

O Sr sabe quem é “fulano de tal”? Porque parece que o Sr não sabe de quem se trata. “fulano de tal” é um profissional brilhante e seu currículo fala por si. E o Sr vem me dizer que “fulano de tal” não tem lugar nessa organização? Duvido que algum integrante dessa organização tenha um currículo tão brilhante como o de “fulano de tal”, que é primeiro colocado em todos os cursos que realizou, elogiado e conceituadíssimo por todos os chefes com os quais tem trabalhado, inclusive autoridades as quais essa sua organização está subordinada, com uma capacidade profissional e de trabalho invejável, com uma carreira irrepreensível e promissora.....Não há dúvidas que “fulano de tal” será certamente um dos grandes chefes desse país e o Sr vem me dizer que ele foi reprovado? Isso é um absurdo! Deve haver alguma coisa errada em sua organização.......e o Sr vai responder por isso. Como o Sr vai justificar que “fulano de tal” foi reprovado? Eu acho que o Sr é uma pessoa sensata e saberá rever essa decisão absurda.
Mas, infelizmente, lamento dizer a Vossa Excelência que ele não foi aprovado. Porém, não pense Vossa Excelência que desconheço o valor profissional de “fulano de tal” e sua carreira brilhante. Na verdade, pessoalmente, nunca vi uma carreira e currículo tão brilhantes como o de “fulano de tal”. Não tenho dúvidas do seu enorme potencial e que ele certamente será um dos grandes nomes desse país. Não se trata disso. Trata-se de ser agente secreto e para ser agente secreto é necessário ter perfil de agente secreto. Pouquíssimas são as pessoas que o possuem. Na verdade, são pessoas raríssimas e, muitas vezes, não as encontramos porque esse perfil é especialíssimo, diferente e incomum. Uma raridade mesmo. Todavia, agentes secretos não são melhores que os outros seres humanos, enquanto seres humanos. Mas, o perfil dos agentes secretos é completamente diferente e atípico em relação a qualquer outro perfil. E “fulano de tal” não o possui. É simplesmente isso que estou dizendo. Isso não deprecia ninguém, nem o impedirá de ter sua carreira brilhante em qualquer outra atividade que pretenda exercer. Porém, ele não foi aprovado porque não passou nos testes de perfil e não porque simplesmente alguém achou que ele não o teria. E aproveito para dizer a Vossa Excelência que nossos testes são rigorosamente objetivos e validados cientificamente após vários anos de estudos e avaliação sobre o perfil de agentes secretos. Esse processo não sofre qualquer influência subjetiva dos avaliadores porque seu único objetivo é recrutar os melhores, somente os melhores........E, em não havendo alguém que tenha esse perfil, não há qualquer possibilidade de recrutamento. Porque o trabalho de agentes secretos é de elevado risco para o país e só pode ser realizado pelas pessoas certas.
Testes? Que testes reprovariam “fulano de tal”? Veja o seu currículo e me diga que testes o reprovariam, se ele sempre foi o primeiro colocado em todos os cursos que realizou e em tudo o que fez? Eu acho que o Sr vai se complicar porque vai ter que mostrar que “testes” são esses que reprovaram “fulano de tal” ”....e não basta afirmar, tem que mostrá-los..... e eu quero vê-los.......todos. O Sr tem muito o que explicar....e isso será muito difícil...

Pois, eu os tenho aqui e terei grande satisfação em apresentá-los a Vossa Excelência, embora sejam extensos e numerosos. Não sei se o seu tempo vai permitir...

Quero vê-los, todos, um a um! - sentenciou a autoridade

A partir de então, o Dr “X” distribuiu sobre a mesa ao lado da referida autoridade uma vasta documentação sigilosa com todos os testes realizados por “fulano de tal”, que causou uma visível reação de espanto por parte da autoridade porque era um material bastante volumoso.

Como Vossa Excelência solicitou, aí está toda a documentação oficial sobre os trabalhos que aqui são realizados no processo seletivo de nosso pessoal,....... à sua disposição – explicou o Dr “X”.

A referida autoridade ficou alguns segundos sem reação, sem saber por onde começar. E o Dr “X” prosseguiu:

Se Vossa Excelência quiser, eu posso descrever resumidamente todos os nossos testes e, caso tenha interesse, poderei detalhar os aspectos que desejar - disse o tranqüilo e confiante Dr "X".
E o que se seguiu, a partir de então, foi um longo monólogo em que o Dr “X” apresentou, um a um, todos os testes realizados, fazendo a leitura inclusive de suas denominações e termos técnicos, ouvidos num silêncio nervoso pela referida autoridade.

Assim, após a descrição metodológica de cada teste, o Dr “X” verificava nos relatórios o resultado que havia sido obtido pelo candidato ”fulano de tal”, que gerava grande ansiedade porque era o momento que identificaria qual teria sido o teste em que o brilhante “fulano de tal” havia sido reprovado. Além disso, esse momento era acompanhado de grande suspense porque o Dr “X”, folheando a documentação, concluía dizendo: “...nesse teste, o resultado de “fulano de tal” foi...”

Dessa forma, durante o longo tempo de sua exposição, Dr “X” chegava ao momento crucial do anúncio de cada resultado. E em todos eles, um a um, na seqüência em que foram sendo lidos, o Dr “X” concluiu dizendo: “...nesse teste, o resultado de “fulano de tal”foi.................NORMAL”.

Até que chegou ao penúltimo teste, que concluiu dizendo:

“...nesse teste, o resultado de “fulano de tal” foi.................NORMAL”.

Nesse momento, a ansiedade na sala de reunião alcançou o seu clímax, pois havia chegado ao último e derradeiro teste, que certamente, por exclusão, seria o teste que havia reprovado o brilhante candidato “fulano de tal”, porque todos os testes anteriores já haviam sido apresentados e ...“o resultado de “fulano de tal” havia sido............NORMAL”

Bom Excelência, chegamos ao último teste realizado que acabo de descrever. Portanto, encerrando a bateria de testes realizados informo a Vossa Excelência que: “...nesse teste, o resultado de “fulano de tal” foi.................NORMAL”.
Nesse momento, a referida autoridade rompeu o seu nervoso silêncio, numa explosão emocional misto de alívio e revolta, dirigindo-se ao Dr “X”, aos brados:

NORMAL? O Sr percebe o que acaba de dizer? Eu estou aqui todo esse tempo, aguardando que o Sr consiga o milagre de apresentar uma justificativa para reprovação do candidato “fulano de tal”, e em toda a sua bateria de testes ele foi considerado NORMAL........NORMALÍSSIMO......O Sr mesmo acaba de confirmar isso......É a sua própria bateria de testes que está comprovando que “fulano de tal” é NORMAL. Por que? e Como? o Sr explica, agora, que o “fulano de tal”, foi reprovado para ser agente secreto, se está mais que comprovado que ele é completamente NORMAL???

É exatamente por isso, Excelência
- encerrou o Dr “X”.

Agentes secretos II - Sozinho

Autor: Agente Secreto



É!

Doer, sempre dói.

E a cicatriz fica.

É a marca registrada da vida.

Da morte só restam tristezas.

De um amor só restam lembranças.

É à noite.

Deitado na cama.

Com os olhos abertos no escuro.

Nos lábios se esconde um sorriso.

Que se afoga em lágrimas de um pranto.

Choro a angústia dessas noites.

Mas, talvez chore a tristeza de ser só.

Pois, ainda pior que viver sem amor e carinho.

É suportar a cruz de ser sozinho.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Vida

A Vida
Artigo de André Soares - 01/12/2011

“Eu fico com a pureza da resposta das crianças: ...É a vida. É bonita e é bonita...”
Este é o início de uma das mais lindas e consagradas canções do grande músico Gonzaguinha, (“O que é, o que é?”) na qual este poeta nos discorre um inigualável tratado filosófico sobre o que é a vida e o que ela representa para nós. Abusando do seu enorme e incomum talento de transformar razão e emoção em arte, Gonzaguinha alcança ao final desta música duas principais conclusões sobre a vida. Uma delas é verdadeira. Porém, a outra.......nem tanto.
“E a vida! E a vida o que é? Diga lá, meu irmão!...”
É com essa magnânima maestria que Gonzaguinha consegue libertar corações e mentes, nos demonstrando com elevado tirocínio que a vida é um indecifrável enigma, ao contrário do que imaginamos saber sobre ela.
Todavia, a sua segunda conclusão caracteriza-se muito mais por sua sabedoria que por sua veracidade. Pois, acreditar que a vida é bonita é no mínimo um exacerbado e perigoso exercício de autoengano. Porque a vida não é bela como imaginam as crianças, sendo-nos muito mais sofrível que prazerosa. Ademais, sabemos sobejamente quanto sofrimento as crianças ainda hão de vivenciar ao descobrirem essa realidade por si mesmas, não é mesmo?
Portanto, se ignorar a verdade da vida (conquanto as crianças apenas a desconheçam) pode nos ser necessário para suportá-la e sobreviver ao seu martírio, por outro lado pode nos levar ao suicídio. Porque é o sofrimento dessa tragédia que nos salva da tragédia da doce ilusão dos nossos sonhos.
Contudo, Gonzaguinha foi além, transcendendo com sua canção a própria verdade sobre a vida para inspirar-nos ao mais importante que é a sua plenitude. Porque viver é uma dádiva cujo único sentido é usufruir a vida ao máximo e intensamente, em toda a sua loucura, tal qual viveu Gonzaguinha em sua vida breve. Pois, a insuportável tragédia da vida é a inexorabilidade e imprevisibilidade do seu fim.
Destarte, com sua canção, Gonzaguinha ensinou ao mundo que a despeito da inevitabilidade dos devaneios, infortúnios e inquietações de nossas vidas finitas, por outro lado temos o grande poder de viver e sentir a beleza no que quisermos. Assim, apesar de meros insignificantes mortais nesse mundo, somos onipotentes em nossa felicidade, pelo poder de contemplarmos a beleza arrebatadora em tudo. Não apenas em nossas vidas, mas também em nossas próprias tragédias.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mensagem às mulheres

Mensagem às mulheres
Artigo de André Soares –11/09/2011



Se a primeira verdade sobre as mulheres é que elas são maravilhosas, há outras que elas desconhecem, ou fingem desconhecer. Destarte, dominadas pela aversão à verdade no ardil de enganarem e se autoenganarem, a realidade é que muitos dos infortúnios que acometem suas vidas são originários ou fomentados pela própria natureza feminina, agravados pela sua relutância em aceitar a verdade. Aqui está o ensejo que inspira essa sincera contribuição às mulheres, visando a que se fortaleçam, conhecendo e superando suas vulnerabilidades e fraquezas, a fim de lhes proporcionar uma vida exitosa. Portanto, seja você homem ou mulher, mas possuidor de espírito aberto ao contraditório, aceite refletir sobre algumas questões pertinentes a esse mister aqui apresentadas, favorecendo a que as mulheres sejam mais felizes em suas vidas e cada vez mais maravilhosas.

A primeira delas é que se é incontestável que as mulheres são muitíssimo inteligentes, por outro lado a natureza feminina é arredia à verdade, conduzindo-as a viverem imersas num mundo de ilusões e mentiras, criadas por elas próprias em sua fuga desesperada sempre que se deparam com a verdade inexorável que não lhes agrada. Essa exacerbação feminina do autoengano é a causa principal de seus infortúnios porquanto se tornam ineptas e impotentes ante o seu próprio sofrimento, vitimadas pela ignorância sobre si mesmas e o mundo que as cerca. Muitos deles seriam evitados por elas, a exemplo da infelicidade e incontáveis tragédias amorosas, caso conhecessem a verdade, as desídias da vida e do relacionamento humano, especialmente entre homens e mulheres. Pois, se as mulheres sabem muito bem que são escravas do amor e os homens são escravos do sexo, por outro lado desconhecem o porquê de no limiar do desespero da perda mulheres choram e homens matam. Portanto, as mulheres precisam ser fortes e corajosas para enfrentarem a verdade que dói, seja ela qual for, mas que lhes permitirá preservarem-se de eventuais desventuras e adversidades, cujas causas muitas vezes estão originalmente em si mesmas.

Se as mulheres almejam realizar-se plenamente devem ser independentes e autônomas, em todos os sentidos. Esse deve ser objetivo de vida a ser alcançado o mais cedo possível, principalmente a conquista da auto-suficiência financeira. Contudo, a maioria delas prefere se enveredar na ilusão do caminho fácil de conquistar os auspícios de um bom provedor, especialmente como marido. Assim, cometem o pecado mortal de abdicarem ser protagonistas da própria vida, renegando governar os seus destinos. Porém, a conquista da auto-suficiência financeira é apenas condição necessária, mas não suficiente para a realização feminina. Pois, a plenitude da liberdade lhes demandará a necessidade do aprimoramento intelectual na busca do conhecimento e do saber, cujo domínio é condição fundamental para decidir com sabedoria os próprios desígnios.

Se também é inegável que as mulheres são românticas, a verdade é que a maioria não sabe amar. Isto porque quem ama, ama com a própria vida, e as mulheres não morrem de amor e nem por amor, pois não se sacrificam por nada que não seja em benefício exclusivo de si mesmas. Todavia, como dizia Martin Lutter King: "...feliz daquele que acredita em algo pelo qual valha à pena morrer...", pois as grandes vitórias são alcançadas pela força do amor, cujo poder faz o ser humano transcender a própria vida. Portanto, as mulheres precisam vencer o próprio egoísmo, pois amar verdadeiramente é sacrificar-se. Por derradeiro, se as mulheres pretendem gozar a plenitude desse que é o mais nobre e elevado sentimento da humanidade precisam dignificar-se a esse mister com a coragem de se apaixonar. Principalmente, se tiverem a sorte de encontrarem a reciprocidade de um amor que lhes tenha verdadeira e autêntica paixão. As mulheres que forem abençoadas com essa dádiva saibam que indubitavelmente estarão diante de algo pelo qual vale à pena morrer. Pois, a felicidade de se viver uma paixão é o maior privilégio dessa vida.
 Se a maior força inerente à natureza masculina está no poder, a maior força inerente exclusivamente à natureza feminina está na beleza. Este é o primeiro e mais crucial ensinamento de vida que toda mulher deve aprender. Não por acaso, o consagrado poetinha Vinícius de Moraes celebrizou essa máxima em suas notórias palavras: "...me desculpem as feias, mas beleza é fundamental". Contudo, mesmo sabendo disso desde a mais tenra idade, a maioria das mulheres prefere se iludir quanto ao que verdadeiramente representa a força da beleza feminina. Cometem assim o pecado mortal de negligenciar ou ignorar que a hegemonia desse poder está exclusivamente vinculada à estética corporal feminina e não a outros padrões de beleza coadjuvantes, conquanto sejam evidentemente desejáveis. Todavia, é justamente essa verdade avassaladora que influenciará decisivamente os seus desígnios, pois a supremacia do poder da mulher está na beleza do seu corpo, não de suas idéias. Portanto, o mais importante ensinamento às mulheres, que lhes exigirá permanente esforço de perseverança, força de vontade e determinação, mas que em contrapartida lhes proporcionará os melhores auspícios e possibilidades de sucesso e felicidade, é que elas devem possuir os mais nobres atributos da personalidade para serem inteligentemente belas, sempre. E por toda a vida.

sábado, 27 de agosto de 2011

A paixão


Artigo de André Soares – 19/08/2011


Não há nada mais belo e poderoso nesse mundo que a paixão dos apaixonados. Quem já teve o privilégio de se apaixonar sabe do poder invencível da paixão, pois apaixonados são invencíveis. E, justamente por isso, apaixonados são perigosos porque tudo que representa poder é perigoso. Nesse sentido, os mais renomados cientistas e estudiosos são unânimes em afirmar que a paixão é um fenômeno psicológico de exacerbação emocional em relação ao objeto da paixão, gerando nos apaixonados um estado alterado de consciência, cuja percepção distorcida da realidade pode conduzi-los a atitudes radicais e até trágicas. Não sem razão, alguns especialistas consideram que uma pessoa apaixonada está mentalmente doente porque está fora do padrão psíquico de normalidade.

A paixão é um fenômeno psicológico tão arrebatador e poderoso que os apaixonados são perigosos inclusive para si mesmos, pois em seu estado alterado de consciência são capazes de tudo, até de matar e morrer, em nome do seu amor e paixão. É por isso que quem já se apaixonou teme profundamente se apaixonar novamente. Porque sabe que será tomado pela loucura de amar e viver, dominando sua consciência e suas ações, à sua própria revelia.

Se você não se apaixonou, certamente deve estar convencido que a paixão pode lhe trazer sérias conseqüências negativas e até fatais, e isso é a mais pura verdade. Também, não tenha dúvidas que você sofrerá e muito, porque na guerra do amor e paixão sorte é sobreviver, mas sempre gravemente ferido.

Todavia, se você pretende grandes auspícios na sua vida, aceite uma sugestão: apaixone-se. Porque a paixão é o maior privilégio dessa vida, que só tem sentido se for vivida com muita paixão. Não desperdice sua vida vivendo na mediocridade do medo de amar, do medo de se apaixonar e do medo de ser feliz. Ao contrário, seja inteligente e corajoso para ousar conquistar o que a vida tem de melhor. Portanto, viva apaixonado por toda a vida que tiver. Principalmente, se encontrar um amor que se apaixone por você. Porque não se esqueça que a sorte pode eventualmente lhe faltar, pois a ninguém é dado o poder de saber quanta vida ainda terá.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A existência de Deus

Artigo de André Soares – 16/08/2011

Tudo que existe tem um início.
E tudo que tem um início tem um fim.
Se Deus existe, então Ele teve um início.
E, se Deus teve um início, então quem criou Deus?
Pois, nada pode criar-se a si próprio. Nem Deus.
E se Deus teve um início, conseqüentemente, terá um fim.
E se Deus tiver um fim, então Ele não é Deus.
Se Deus não teve um início, então Ele não existe.
Mas, se Deus sempre existiu e existirá, então Deus é eterno.
E se Deus é eterno, então Ele não tem início, nem fim.
Mas, se Deus não tem início, nem fim; então Deus não existe.
Porque só existe o que tem início e fim.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Teorias da conspiração no Brasil

Artigo de André Soares - 13/08/2011



Teorias da conspiração são idéias paranóicas sobre a existência de ações clandestinas, patrocinadas por agentes adversos, causadoras de grande prejuízo e destruição. Tais concepções são condenadas ao ostracismo e seus defensores expostos ao ridículo, pois teorias da conspiração são produto de mentes doentias e sua única utilidade é na criação de histórias de ficção. O que pouca gente sabe é que as principais potências mundiais dão enorme importância a elas, possuindo estruturas especializadas nesse mister que são seus serviços de inteligência. Significa que teorias da conspiração constituem terreno nebuloso, potencialmente perigoso e duas atitudes representam grande estupidez: desconsiderá-las, ou alardeá-las indiscriminadamente. É justamente por essa razão que não se mencionará aqui nenhuma delas porque, como todos já sabemos, teorias da conspiração não existem, não é mesmo?

Entretanto, algumas sutilezas que sempre passam despercebidas merecem especial atenção. Portanto, deve-se suspeitar da impunidade, pois ela não é apenas mera conseqüência de deficiências institucionais, mas a corrupção dos governantes com o poder. Deve-se suspeitar das autoridades que sempre afirmam estar tudo dentro da normalidade e sob controle, pelo simples fato de que é mentira. Deve-se suspeitar de infiltração por organizações criminosas nos vultosos projetos e empreendimentos de interesse nacional que nunca dão certo. Deve-se suspeitar de ações clandestinas e da atuação de serviços de inteligência estrangeiros, patrocinando crimes de traição à pátria e à soberania nacional, cometidos nos mais elevados escalões governamentais do país, demandando tragédias e graves "acidentes" em setores estratégicos do poder nacional, cujas apurações nunca apontam culpados e são rapidamente esquecidas.

Proteger-nos contra essas ameaças é missão dos serviços de inteligência nacionais, cuja notória e escandalosa ineficiência institucional estranhamente nunca foi investigada no Brasil. Basta relembrarmos algumas das incontáveis contingências nacionais sofridas e decorrentes da total "incompetência" dos nossos serviços de inteligência, como o trágico afundamento da plataforma da Petrobras P-36, em 2001, maior plataforma marítima de exploração de petróleo do mundo, implicando um prejuízo de US$ 354 milhões e a morte de 11 funcionários; a trágica explosão que destruiu o foguete brasileiro VLS-1, no Centro de Lançamento de Alcântara/MA, em 2003, com ingentes prejuízos nunca divulgados e o comprometimento do estratégico projeto aeroespacial brasileiro, matando 21 técnicos civis; o caos da aviação brasileira que comprometeu a segurança dos vôos no país, entre 2006 e 2007; a ocupação da usina hidrelétrica de Tucuruí, que vulnerabilizou o abastecimento nacional de energia; a destruição de centros de pesquisa da Embrapa, que comprometeu o nosso desenvolvimento científico-tecnológico; os ataques terroristas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que dominou e atemorizou completamente todo estado de São Paulo, em 2006; o grampo ilegal que vitimou o senador Demóstenes Torres e o então Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em 2008, que ameaçou as instâncias máximas dos poderes da República; e a onda de ataques do crime organizado no Rio de Janeiro, em 2010, que demandou a urgente mobilização e emprego das forças armadas.

Por derradeiro e não por acaso, o Brasil sofre atualmente a maior e pior crise institucional de inteligência sem precedentes na sua história, desvelada no festival de clandestinidades da Operação Satiagraha, em 2008, criminosamente patrocinadas pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que é o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN). Contudo, no epicentro desse estado de caos, a ABIN continua uma "caixa preta" invencível, sem controle, em flagrante atentado contra o estado democrático de direito vigente, obscuramente protegida pela impunidade, inação e rápido esquecimento de nossos governantes sobre seus crimes praticados contra o estado brasileiro, cujos culpados nunca foram responsabilizados, sob a cumplicidade dos órgãos de controle, dos poderes executivo, legislativo, judiciário e do ministério público.

O que realmente está acontecendo no Brasil? Certamente, nada. Tudo está rigorosamente dentro da normalidade e sob controle. Afinal, como todos nós já sabemos, teorias da conspiração não existem, principalmente no Brasil. Não é mesmo?

domingo, 7 de agosto de 2011

O amor III - a 'magia'

Artigo de André Soares - 31/10/2010

O amor tem a sua magia.

Evidentemente, que a magia do amor é o seu maior segredo.

Quer saber qual é?

Então, analise as pessoas que são amadas – você, por exemplo.

Por que as pessoas te amam?

Se você é amado, certamente há alguma coisa em você que desperta o amor nas pessoas.

O que é?

Se você não consegue explicar porque as pessoas te amam, então tente explicar - porque você ama as pessoas que você ama?

Certamente, você ama, ou já amou alguém, não é mesmo?

Por que?

Por mais paradoxal que possa parecer, a maioria das pessoas que ama e é amada não sabe o porquê.

Geralmente, se autoenganam atribuindo esse sentimento a fatores abstratos e de ordem espiritual, totalmente indeterminados.

Ou seja, não sabem.

Por que não sabem?

Não sabem porque.......bem, esse é outro importante assunto, mas acho melhor tratarmos dele em outra oportunidade porque se formos querer entender mais essa outra problemática podemos acabar ficando confusos e perdidos, não é mesmo?

Aliás, onde estávamos?

(revelando o segredo da magia do amor)

É mesmo?

Mas, um segredo desses não se revela!

(mas, se você não revelá-lo agora, depois dessa conversa toda, as pessoas além de perdidas e confusas ficarão bastante irritadas. Já imaginou o risco que representa para o bem da humanidade a ira de pessoas confusas, perdidas e revoltadas, em busca da magia do amor?)

É verdade!

Então, se é para o bem da humanidade e felicidade geral....

Pera aí!

Revelar o segredo da magia do amor pode ser muito pior para o bem da humanidade! Já imaginou o que as pessoas poderão fazer se souberem o segredo dessa magia? Isso vai dar m... e depois vão jogar a culpa em mim, é claro!

(se der problema, aí você nega, quando dá m...todo mundo nega, e sempre fica por isso mesmo).

Então, me diga! Como é que eu vou negar o que eu escrevi? É prova de autoria e materialidade. Além do mais, vazamento de informação sigilosa é crime! Esqueceu desse “pequeno detalhe”?

(pára de complicar, agora não dá mais para voltar atrás, e quem é que vai te processar pelo vazamento dessa informação... Deus?...se bem que é melhor não comprar briga com Ele... Faz o seguinte: fala logo o segredo da magia do amor, e depois você diz para as ‘autoridades’ que foi obrigado a falar porque foi seqüestrado e barbaramente torturado - e você ainda vai acabar ganhando uma bela indenização).

Boa idéia!

Só mais um detalhe: tem uma pessoa que conhece o segredo da magia do amor, tão bem quanto eu – a “Mônica”.

É impressionante a maestria com que a “Mônica” domina e exerce esse grande poder sobre as pessoas. A “Mônica” é irresistível. Impossível não se apaixonar por ela.

Pois, ela sabe perfeitamente que o segredo da magia do amor está no próprio amor e no que ele representa.

Quer saber mesmo “qual é o segredo da magia do amor?”

Pergunte à “Mônica” e ela responderá:

“Amor é interesse.”

Ainda não entendeu o porquê?

Então, você precisa conhecer a “Mônica”.

O amor II - a 'guerra'


Artigo de André Soares - 21/08/2010

Quem sabe ‘o que é o amor’ e o conhece verdadeiramente sabe também que:

Amar é sofrer – inescapavelmente.

Amar é tangenciar o limiar da morte, pois quem ama, ama com a própria vida.

É por isso que não existe força maior que o amor.

Quem ama tem poder – o maior poder.

Amar implica se arriscar, correr riscos e principalmente lutar a ‘guerra’ de viver a vida, verdadeiramente.

Todavia, toda guerra sempre tem elevado custo para seus contendores, especialmente em mortos e feridos.

É por isso que ‘amar é sofrer’, pois não há guerra de cujo combate se saia incólume.

Portanto, o maior risco da ‘guerra’ do amor é que se pode ‘morrer de amor’, literalmente.


Sorte no amor é sobreviver.

Mas, com o ônus inevitável de sempre se sair gravemente ferido.


A maioria das pessoas certamente achará que tudo isso é puro exagero.

É por isso que a imensa maioria das pessoas não ama. O máximo que as pessoas conseguem é fingir - brincar de amor.

Quer ver?

Então responda:

Você acha que todos aqueles que juram solenemente amor à pátria a amam, verdadeiramente?

Você acha que todos aqueles que juram solenemente amor aos seus amores, os amam, verdadeiramente?

Se você acha que sim é porque nunca combateu na guerra, nem em defesa da pátria, nem na luta do amor.

Mas você não precisa ir à guerra para descobrir isso. Aliás, a guerra é sempre muito perigosa e, como foi dito, você pode se ferir, ou morrer.

Basta olhar à sua volta e observar os relacionamentos e as vidas da esmagadora maioria dos que dizem amar.

Observe, por exemplo, os casais.

O que se vê?

Por trás de intempestivos, rotineiros, ou eventuais, beijos, abraços, carícias e sexo, o que existe de fato é uma vida morna, sem calor, sem fogo, sem emoção, sem tesão....e sem propósito. Tudo isso está estampado no olhar apagado e sem vida desses que dizem amar.

Isso é amor?

Quanto ao amor pelo ‘bom combate’ de lutar pela pátria, infelizmente você não terá como verificar à sua volta. Mas, nessa guerra, a decepção é muito maior. Acredite.


E o que dizer do decantado amor romântico?

Ele realmente existe?

Homens e mulheres sabem amar?

Homens e mulheres amam do mesmo jeito?

Pode-se confiar no amor?


O amor é uma ‘guerra’ para a qual há que se ter coragem - muita coragem.

Mas, cuidado!

Não basta a coragem.

É preciso também inteligência – muita inteligência.

Pois a ‘guerra’ do amor é repleta de emboscadas, armadilhas e traições.



Não por acaso, o grande Djavan nos adverte nos versos de sua canção, intitulada ‘Vida Real’, que:

“Amar é perigoso demais!...” (clique para ouvir)

Continua...

sábado, 30 de julho de 2011

Você que está sofrendo (ou que ainda vai sofrer)


Artigo de André Soares – 28/07/2011





O diagnóstico é péssimo e o prognóstico trágico, pois nunca antes na história da humanidade o ser humano esteve tão fragilizado psicológica e emocionalmente, triste, infeliz, perdido, sofrendo, incapacitado e pior, morrendo em decorrência disso. Na atual conjuntura, as pessoas estão sendo vitimadas pelo denominado "o mal do século", que é a epidemia de transtornos mentais, constituída por um coquetel de problemas psicológicos como ansiedades, fobias, estresse, depressão, síndrome do pânico, etc, cuja projeção da Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê se tornar até 2030 a patologia mais prevalente no planeta, a frente do câncer e algumas doenças infecciosas. A realidade é grave e se você ainda não teve um desses problemas, fatalmente ainda terá.
As pesquisas recentes têm demonstrado a pouca eficiência dos diversos tratamentos contra "o mal do século" e os especialistas ainda não o compreendem plenamente. Contudo, algumas evidências são significativamente reveladoras, como a sua incidência crescente em mulheres, nas classes sociais mais favorecidas e nos povos mais desenvolvidos, a exemplo do Brasil. Por outro lado, não por acaso, a atual era da informação e do conhecimento, tão bem analisada por Alvin Toffler, em sua obra intitulada "The third wave" (a terceira onda), está intrinsecamente relacionada ao "mal do século", suscitando o desvelar de sua genealogia. Porém, vale dizer que essa não é uma descoberta inédita, sendo tão antiga quanto à própria história, pois já foi alardeada à humanidade por alguns poucos filósofos, conquanto tenham sido lançados ao olvido, condenados ao ostracismo, por proclamarem verdades inconvenientes ao consenso geral.
Você que está sofrendo (ou que ainda vai sofrer) certamente quer compreender "o mal do século", principalmente para evitá-lo, ou curar-se.
Pois, "o mal do século" resulta da insuportável infelicidade das pessoas com suas próprias vidas, percebendo que elas não acontecem como gostariam, vendo seu tempo se esvair e desesperando-se por constatarem que não alcançarão a tão desejada felicidade que tanto sonharam.
E não a alcançarão mesmo!
Por que?
Porque estão no caminho errado, completamente. O pior é que, por não saberem disso, a tragédia se configura, com a humanidade desorientada e aflita persistindo ainda mais no cometimento dos mesmos erros, indo em direção ao caos que, nesse ritmo, talvez ocorra antes da previsão da OMS.
Aliás, você sabe qual é o caminho da felicidade?
Provavelmente, não sabe. E o que você também provavelmente não sabe é que se as pessoas souberem o verdadeiro caminho da felicidade não terão a coragem de percorrê-lo.
Tudo isso serve para evidenciar o paradoxo dos dias atuais no qual, em plena era da informação e do conhecimento em que a humanidade experimenta inúmeras descobertas e avanços científicos, as pessoas nunca souberam tão pouco sobre a vida e sobre si mesmas. E a epidemia do "mal do século" está a demonstrar isso.
Porque felicidade e verdade são situações paradoxalmente contraditórias, atuando em contraposição na dinâmica da vida. Mas, também, é a inexorabilidade da vida que nos impõe o dilema de somente viver a felicidade e a verdade separadamente, nunca concomitantemente.
Assim, se de um lado a busca da verdade proporciona o máximo poder, do lado contrário está a felicidade. Todavia, está claro que a humanidade optou pelo poder, que a era do conhecimento nos proporciona sobejamente. Mas, em contrapartida, está sofrendo a inevitável epidemia do "mal do século".
Se as pessoas querem mudar essa situação e conhecerem o verdadeiro caminho da felicidade precisam saber que ela está na direção oposta. Isto porque a felicidade não está no conhecimento da verdade, mas na total ignorância. Porque só o ignorante é feliz. Para ser feliz é preciso não saber, desconhecer completamente, vivendo no universo onde não há razão, lógica e racionalidade. A ignorância é a única condição em que se alcança e se vive a felicidade.
É por isso que os apaixonados são felizes. Porque estão enlouquecidos de amor, de êxtase e prazer; dominados pela fatídica ignorância da loucura de amar, desafiando o limiar da própria vida. É por isso que os apaixonados são corajosos, não têm medo, lutam bravamente e morrem por suas paixões. Os apaixonados são felizes porque vivem a ignorância. E é por isso que só os ignorantes conseguem se apaixonar.
Viver a vida é decidir um dilema, que consiste em ter que escolher entre alternativas que demandam sempre um ônus fatídico.
Pessoas como você que está sofrendo (ou que ainda vai sofrer) estão vivendo "o mal do século" porque acreditam em solucionar esse dilema sem sofrimento. E é por isso que estão sofrendo.
Então, não tem solução?
É claro que tem!
Porque a excelente notícia é que tudo tem solução.
Afinal, são pessoas como você que está sofrendo (ou que ainda vai sofrer) que são categóricas em afirmar que até a morte tem solução, não é mesmo? Então, sendo assim, tudo tem solução.
Contudo, se você não a encontrar, aceite uma sugestão e seja protagonista da sua própria vida, construindo a sua história por você mesmo. Pois, na pior hipótese, é ainda preferível errar por suas decisões que pela influência alheia.
Vivendo assim, certamente você irá sofrer - e muito. Mas, se tiver inteligência e coragem, conseguirá alcançar a verdade libertadora e o poder de fazer a sua vida acontecer; vivenciando a felicidade arrebatadora, pela sabedoria da ignorância de saber se apaixonar. Por fim, você também se regozijará pelo esplendor de sua vida breve e que passará num olhar, ao contrário de se arrepender pelo desperdício de ter vivido em vão.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O mal do século

Correio Braziliense - 26/07/2011

Estudo da OMS que atualiza dados sobre depressão no planeta mostra que a população de pacientes já bate nos 121 milhões de pessoas. O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking da prevalência da doença em países em desenvolvimento
Paloma Oliveto
Rebeca Ramos
A doença não deixa marcas aparentes, é impossível de ser diagnosticada por exames de imagem e, confundidos com uma tristeza normal, os sintomas podem passar despercebidos. Mesmo assim, a depressão é a quarta principal causa de incapacitação em todo o mundo e, de acordo com projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2030 ela será o mal mais prevalente do planeta, à frente de câncer e de algumas doenças infecciosas. Hoje, segundo um estudo epidemiológico publicado na revista especializada BMC Medicine, 121 milhões de pessoas estão deprimidas. Para se ter uma ideia, é um número quase quatro vezes maior do que o de portadores de HIV/Aids (33 milhões).
Quando considerado um período de 12 meses seguidos, o Brasil lidera, entre os países em desenvolvimento, o ranking mundial de prevalência da depressão: 18% da população que participou da pesquisa estava deprimida há pelo menos um ano. Os dados brasileiros foram retirados do São Paulo Megacity, um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo que avaliou a prevalência de distúrbios psiquiátricos na região metropolitana da cidade, baseado em 5.037 entrevistas.
“O episódio depressivo maior é uma preocupação significativa para a saúde pública em todas as regiões do mundo. Esse é um distúrbio sério e recorrente, ligado a morbidades médicas, à mortalidade e à diminuição da qualidade de vida”, alertam, no estudo, os autores, todos eles colaboradores das pesquisas mundiais da OMS. “A organização projeta que, em 2020, a depressão será a segunda maior causa de incapacitação no mundo.”
Mortalidade
De acordo com a psiquiatra Susan Abram, da Universidade da Carolina do Norte, estudos epidemiológicos são importantes porque trazem o assunto à tona e estimulam o debate sobre a doença. “É preciso educar melhor as pessoas a respeito da depressão e de outros distúrbios de humor. Depressão não é tristeza, é uma doença desafiadora, com taxas de mortalidade maiores que 30%”, diz. A professora adjunta do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santo Maria Carmen Viana denuncia que “existe uma desassistência à saúde mental dentro da saúde pública”, e acredita que a divulgação de dados como esses deve servir de alerta a um país. Ao lado de Laura Helena Andrade, da USP, Maria Carmen é a representante no Brasil do grupo de pesquisas de saúde mental da OMS.
A servidora pública Bety*, 46 anos, sofreu com a falta de esclarecimento sobre um mal que a atormenta desde os 14. Na adolescência, ela chegou a ficar internada, mas só aos 28 foi diagnosticada corretamente e, de fato, tratada. “Antes disso, eu fazia terapia e não descobria o porquê de me sentir sempre daquela forma”, conta Bety, que toma medicamentos para dormir, um para ansiedade e outro específico para depressão. “Quando fico em crise, sinto que estou em um palco com as cortinas fechadas. O dia pode estar lindo, mas eu não consigo ver beleza em nada”, descreve.
Já o especialista em informática Fábio, 32 anos, não enfrenta problemas sérios com a depressão desde 2005, quando aliou o uso de medicamentos prescritos à psicoterapia. “Sou outra pessoa. Tomo remédios e não sinto mais aquela dor perturbadora causada pelo cansaço”, conta. Desde criança, Fábio chorava aparentemente sem motivos, se isolava e parecia muito triste, comparado a outras crianças. “Eu passei dois anos fazendo um tratamento que não mudou em nada o quadro da minha depressão”, recorda. Sentido-se profundamente cansado e com crises nervosas que considera acima do normal, ele procurou pela terapia e, enfim, melhorou.
Diferenças
O estudo epidemiológico, realizado sobre dados de 89 mil indivíduos ajustados à população global, encontrou diferenças na incidência da depressão entre os países desenvolvidos e aqueles pobres ou em desenvolvimento. Também houve variações, dependendo do statuas social, do nível de escolaridade e do estado civil. Mas, para os autores, é preciso investigar melhor a relação dos fatores sociodemográficos e a prevalência do distúrbio psiquiátrico, pois, mesmo dentro de um determinado grupo — países ricos ou pessoas separadas, por exemplo —, o padrão variou bastante.
Os autores descobriram que o nível social afeta a incidência da depressão de formas diferentes. Nos países desenvolvidos, os mais pobres apresentavam um risco aproximadamente duas vezes maior de ter a doença. Já nos países em desenvolvimento, não houve diferenças significativas. “As descobertas nos países asiáticos foram mais complexas”, diz o artigo. Na Índia, aqueles com poucos anos de estudo tinham 14 vezes mais chances de ter depressão. No Japão e na China, porém, um padrão inverso foi encontrado: quanto mais anos de educação formal, mais deprimidas eram as pessoas. O mesmo ocorreu em relação ao estado civil. Enquanto que na maioria dos países o fato de estar separado ou divorciado aumentava o risco da depressão, em outros não fazia qualquer diferença.
De acordo com Maria Carmen Viana, as metodologias que investigam a prevalência da depressão foram criadas tendo o Ocidente como referência. Ela explica que em países asiáticos e africanos, os indivíduos podem ter representações sintomáticas diferentes, o que explicaria a baixa prevalência, nesses locais, de episódios depressivos.
O Brasil, embora considerado em desenvolvimento, apresentou índices semelhantes aos do Primeiro Mundo. Maria Carmen Viana afirma que não é possível dizer com certeza os motivos de a prevalência ter sido mais próxima à dos Estados Unidos do que à da Colômbia, por exemplo. Ela lembra, contudo, que a amostra anexada à compilação da OMS representa a população da região metropolitana de São Paulo, e não do país inteiro. “Tínhamos um projeto para investigar o Brasil todo, mas não conseguimos financiamento”, lamenta. “São Paulo tem um perfil diferente, com uma população grande de migrantes, índices maiores de violência e não tem praticamente regiões rurais”, afirma a psiquiatra.
Para Maria Carmen, o fato de o estado ser o mais rico do país, com características semelhantes às de nações desenvolvidas, como melhor nível educacional e forte carga de estresse, não faz de São Paulo uma unidade da Federação mais parecida com nações desenvolvidas do que com o restante do Brasil. “Lá também há muitos bolsões de pobreza”, diz. Para esmiuçar os dados, seriam necessárias pesquisas mais complexas, mas a falta de financiamento no país pode deixar a questão sem resposta.

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