Artigo de André Soares - 27/10/2016
Nicolau Copérnico, Johannes Kepler e Galileu Galilei são personalidades históricas reverenciadas pela humanidade por suas significativas contribuições científicas na idade média, especialmente pela teoria heliocêntrica. Mas, como é notório, eles não desfrutaram em vida desse merecido reconhecimento. Ao contrário, foram perseguidos, presos e ameaçados de morte. Dentre eles, Galileu foi acusado de heresia e obrigado a pedir perdão ao papa, para não ser condenado e morto na fogueira da inquisição. Somente 350 anos após sua morte, em 31 de outubro de 1992, Galileu foi perdoado pelo Papa João Paulo II, pelo crime de ter descoberto uma das verdades mais importantes da astronomia.
A história desses ilustres cientistas é apenas mais um exemplo a demonstrar sobejamente que quanto mais verossímil for uma verdade, mais valiosa e perigosa será para o seu detentor. Porque toda verdade representa poder, que é diretamente proporcional à sua verossimilhança. E quanto mais poder, maior será a força e os riscos do seu detentor. É por isso que “se conselho fosse bom não se dava se vendia” é um sábio dito popular. Porque não se engane: poder não se compartilha. Assim, deve-se desconfiar de tudo que vem de graça. Principalmente “verdades”.
Portanto, aquele que detém informação e conhecimento relevantes tem poder. Se esse é o seu caso, é preciso ter a expertise de saber como usá-lo. Destarte, inicialmente resista à vaidade de querer se mostrar bem informado e seja inteligente para usufruir do seu patrimônio de poder. Portanto, não perca seu precioso tempo com acaloradas e desgastantes discussões, tentando convencer ineptos e compartilhando ingenuamente seu valioso conhecimento com oportunistas de plantão. Seja poderoso: aposte. Porque, como a verdade é avassaladora e indestrutível, se você estiver com ela, inescapavelmente vencerá, não é mesmo?
Quer um exemplo? Testemunhei um poderoso amigo que emprega muito bem essa expertise. Mais de um ano antes das eleições presidências de 2014 no Brasil, na qual Dilma Rousseff e Aécio Neves seriam os principais candidatos, em meio às raivosas e radicais discussões que já se polarizavam pelo país, meu amigo sem perda de tempo e laconicamente desafiou a todos: “Querem apostar? ” E lançou seu desafio: “Sabem qual a diferença do Brasil ganhar ou perder a copa do mundo de futebol, que será realizada ano que vem, aqui no país, em julho de 2014? ” Em meio ao silêncio de todos, ele profetizou: “A diferença é que, se o Brasil ganhar a copa do mundo, Dilma Rousseff será reeleita presidente do país no primeiro turno. Agora, se o Brasil perder a copa do mundo, então Dilma Rousseff será reeleita no segundo turno. ”
Nem é preciso dizer que todos os presentes não titubearam em apostar contra ele. Evidentemente que, mais de um ano depois, o desfecho dessa aposta já é conhecido: o Brasil perdeu a copa do mundo, com a vergonhosa e inesquecível derrota para a Alemanha por 7x1; a presidente Dilma Rousseff foi reeleita no segundo turno; e meu amigo ganhou um bom dinheiro e o mais importante: ainda mais poder e prestígio. ”
Atualmente, uma de suas apostas lançadas, refere-se às próximas eleições presidenciais no Brasil. E já profetizou: “O próximo presidente eleito do país em 2018 será gay”. Querem apostar?
Lido, eu quero é novidade.
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