quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Os serviços de inteligência

Blog Luis Nassif

Por Andre Araujo

Um grande Estado moderno não existe sem um serviço de inteligencia de alto nivel, com nucleos especializados por areas e territorios. O antigo SNI cometeu erros mas tinha uma estrutura capilar, com as Divisões e Assessorias de Segurança e Informação nos Ministerios e entidades de 2º nivel. É bom lembrar que o SNi foi construido em cima de uma estrutura ainda mais antiga que vinha do fim da 2ª Guerra a chamada “Casa da Borracha” que nasceu militarizada e se prolongou no SNI com base tambem militar. Um orgão moderno de inteligencia não precisa ser completamente fechado, tem areas fechadas mas o organismo em si deve ser aberto nos seus objetivos, orçamento, quadros e transparencia, especialmente em regimes democraticos.

A CIA é completamente aberta, fornece relatorios abertos sobre paises com grande numero de dados, o seu site é altamente informativo, está la todo o organograma da instituição, inclusive com os curriculos de seus dirigentes. O fechamento total com a desculpa de que tudo é “secreto” é um engodo que encobre desperdicios, ineficiencia, empreguismo, objetivos pessoais. Desde a instalação da Nova Republica essa area está confusa, sem rumo, sem estratégia definida, a unica coisa certa é a custosa folha mensal, para modestissimos resultados..

Os governos com raizes esquerdistas tem certa dificuldade no manejo de organismos de inteligencia porque quando não eram governo esses organismos eram os seus inimigos. É um erro. A inteligência na sua essencia é neutra ideologicamente, a inteligencia soviética que começou com a Cheka, depois a NKVD, depois KGB foi construida em cima do serviço secreto do Czar, a Okrahna, que tinha boa reputação de eficiencia.

O primeiro serviço de inteligencia moderno foi montado por Napoleão e organizado por Joseph Fouché, depois Duque de Otranto, que criou o sistema de fichas para suspeitos, tinha espiões em toda a Europa, agentes infiltrados em todo lugar, dizia-se que seus arquivos chegaram a ter 200 mil fichas. Napoleão dava grande importancia a esse organismo.

Nos EUA o assunto inteligencia ocupa tal espaço que foi criado um Conselho Superior para supervisionar os 14 organismos de inteligencia, alguns maiores que a CIA em verbas. A razão do Conselho é evitar um dos maiores riscos de um organismo de inteligencia, a extrapolação de suas funções e o envolvimento em operações que trarão prejuizos politicos aos governos. O Congresso americano tambem tem comitês especiais para supervionar a area, com deputados e senadores especializados no assunto e de reputação solida quanto a sigilo.

Uma das bases fundamentais para um sistema de inteligencia é a formação de uma doutrina orientadora de todo o sistema e o funcionamento de uma Escola de preparação para essa profissão, que não se confunde com policia. O SNI tinha uma doutrina que era baseada mos conceitos de segurança nacional. Não acredito que a ABIN tenha reposto aquele conceito anterior, hoje parece ser um organismo que opera sem mapa, procurando o seu lugar no Estado brasileiro.

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/25/os-servicos-de-inteligencia/

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