sábado, 24 de outubro de 2009

HONRA, ÉTICA E INTELIGÊNCIA



Hércules Rodrigues de Oliveira - Professor Universitário e Mestre em Administração. É também autor do livro "Breve história do conhecimento e de sua proteção - Aspectos da Inteligência e Propriedade Intelectual", Ed. FUNDAC, 2009.

Mateus é homem vivido. Nascido na roça, a ela sempre volta! Por que não voltar? Como todos nós ele não é perfeito, mas tem virtudes, entre as quais cito com entusiasmo, a sua incansável busca pelo conhecimento, devorando livros, lendo artigos, fazendo poesia. Foi em sua casa que ouvi sobre a obra: “Os Quatro Gigantes da Alma”, que nos diz muito sobre o medo, a ira, o dever e o amor. Muito inteligente aquele anfitrião, discorreu com desenvoltura sobre o tema, onde me deixei levar em asas à reflexão, permitindo-me por bem acrescentar outros titãs de igual importância a essa imortal, sempre imortal, a alma. No hadit do profeta Maomé, ele diz que o homem é por vezes um tolo, por vezes um sábio. Por vezes honrado, por vezes insultado, mas sempre feliz na beatitude suprema. Talvez por isso, de modo recorrente lembrei-me das palavras de nosso dileto filho das Montanhas Alterosas, José Alencar Gomes da Silva, carinhosamente chamado de “Zé”, pelo Excelentíssimo senhor Presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva. Outro dia, disse o Zé: “Eu não tenho medo da morte, pois a morte faz parte da vida. Tenho medo, sim, da desonra, pois todo homem público deve ter medo da desonra”. Comungo as palavras deste estadista e faço delas registro pétreo nas páginas de “Uma breve história do conhecimento e de sua proteção”, como singela contribuição a tamanho civismo. Por esta razão me permiti eleger a honra e a ética, como dois outros gigantes d’alma, na condição de pilares absolutos de todo homem de bem. Robert Greene ao discorrer sobre as leis do poder diz que: “Muito depende da reputação – dê a própria vida para defendê-la”. Por isso, caro leitor, lute sempre contra o sorrateiro que grassa em sua instituição. Lute contra aqueles que promovem assédio moral, que cultuam chefes corporativos e que praticam o ufanismo da mediocridade. Lutar contra o sorrateiro é necessário e enaltece a todos aqueles que carregam em suas veias, o mesmo sangue de bravura que cingiu as ruas de Ouro Preto. Para este tipo de vencedor, as batatas, nada mais, já dizia Machado de Assis. A honra e a ética devem ser a espinha dorsal de todo Serviço de Inteligência moderno, primeiro por ter sido missão outorgada aos príncipes hebreus e em segundo, por se tratar de um reduto de cavalheiros, como bem se vê na pessoa do oficial de inteligência Wilson Roberto Trezza, conduzido ao cargo maior do serviço de inteligência brasileiro, após mais de um ano na interinidade. Nascido sob os auspícios da deusa Nêmesis (destino e ética), Trezza resgata o desideratum de seus companheiros, assumindo alto posto oriundo da própria carreira de Inteligência, feito esse até então conquistado pelo ex-diretor geral, Márcio Buzanelli. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) inicia um novo caminhar após grande turbulência orquestrada pela campanha difamatória, irresponsável e desproporcional, perpetrada por parte da mídia, denegrindo a imagens da instituição e principalmente de seus valorosos servidores. Apesar de tudo isso, a Abin, guardiã do silêncio, continua onde sempre esteve, fazendo seu trabalho indispensável ao processo decisório, à ação governamental, a segurança da sociedade e do Estado democrático e de direito, onde seus homens e mulheres continuam na esperança de dias melhores, ansiosos pela oxigenação de seus quadros e pela valorização de seus servidores pelo viés da meritocracia, para que não ocorra contumaz, o fenômeno lampeduziano, onde se muda para que tudo permaneça como está. Com Trezza chega também as boas novas. A notícia do Brasil como sede dos Jogos Olímpicos. O país bem mostrou ao mundo a capacidade de sua gente ao organizar os Jogos Pan-Americanos. A curto prazo deverá também mostrar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, as Olimpíadas e as Paraolimpiadas de 2016. Em meio a tudo isso – como jamais deixou de existir – a mão invisível da inteligência brasileira, promovendo entre outras atividades típicas de Estado, a segurança dos filhos da terra e dos estrangeiros que nos visitam. Mas outubro é o mês do livro. O livro que nos faz voar, que nos faz ser livres. Outubro também é o mês da aviação. Se não voamos em asas de prata ao roncar dos motores, voamos certamente embevecidos por versos e prosas. Trezza e Mateus tem algo em comum, o mesmo amor pelos livros, pois ambos tiveram em seus pais os seus grandes incentivadores e agentes de mudança, que com ternura lhes trazem saudosas lembranças. Mas outubro, 17, também é o aniversário do Zé, essa idade dos homens, medida pelo deus Chronos. Entretanto, dileto amigo, sabemos que em verdade, já estás vivendo o tempo de Kairós, o tempo de Deus – que não pode ser medido – pois jamais serás esquecido. Sua luta será sempre a nossa luta. Que o Deus único, seja de qual credo for, possa lhe conceder muitos anos juntos de nós, pois juntos somos as Minas Gerais.
Feliz Idade, Zé!

3 comentários:

  1. Alipio Ribeiro - UNI-BH25 de outubro de 2009 às 23:30

    Muito bom o artigo do Professor Hércules, demonstra seu profundo saber, sua sensibilidade e conhecimento dos valores humanos, bem como reconhecer nas pessoas sua capacidade, inteligência e cidadania, quando refere tão brilhantemente a pessoa de nosso "ZÉ", homem íntegro, honrrado, e um eterno lutador pela vida.
    Parabenizo o Professor Hércules, e ao nosso "ZË", minha torcida para que ele continui vivendo para provar que a luta pela vida é válida para todos, rico ou pobre, não importa a cor a crença, o que importa é viver. Feliz vida ao Zé.

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  2. Contrariando o q disse um dia o mestre Aristótels numa barrica, o q também disse o Mestre Rui Barbosa. Ainda existem bravos guerreiros anônimos na "Patria amada",desconhecidos para muitos, porém valorizados e honrados por quem reconheceo seu valor, "pois será bem aventurado em tudo o que fizer" SALMO 1, pois poderá olhar para os seu filhos, seus amigos, sua Família e dizer: "Combati o bom combate e guardei a Fé" essa é a Verdadeira esperança dos nossos Guerreiros Silenciosos, e não pode ser tomada por ninguém, pois o próprio criador os guarda e se alegra na sua morte, pois Deus não se agrada de covardes, mas daquele que luta pela verdade, avante "Soldados desconhecidos" ANDRÉ BASTOS EM 25102009

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  3. José Silva UNI-BH
    Olá, professor Hércules, tudo bem? Vivemos em um planeta-escola e todos os dias aprendemos com as pessoas que Deus coloca em nossas vidas, mesmo que temporariamente. Confesso que seu texto fez com que eu aprendesse um pouquinho mais nesta minha jornada terrena, pois ele (o texto) é muito reflexivo. Parabéns e continue sendo uma pessoa que transmite bons pensamentos aos seus semelhantes. Valeu!!!

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