sábado, 24 de outubro de 2009
HONRA, ÉTICA E INTELIGÊNCIA
Hércules Rodrigues de Oliveira - Professor Universitário e Mestre em Administração. É também autor do livro "Breve história do conhecimento e de sua proteção - Aspectos da Inteligência e Propriedade Intelectual", Ed. FUNDAC, 2009.
Mateus é homem vivido. Nascido na roça, a ela sempre volta! Por que não voltar? Como todos nós ele não é perfeito, mas tem virtudes, entre as quais cito com entusiasmo, a sua incansável busca pelo conhecimento, devorando livros, lendo artigos, fazendo poesia. Foi em sua casa que ouvi sobre a obra: “Os Quatro Gigantes da Alma”, que nos diz muito sobre o medo, a ira, o dever e o amor. Muito inteligente aquele anfitrião, discorreu com desenvoltura sobre o tema, onde me deixei levar em asas à reflexão, permitindo-me por bem acrescentar outros titãs de igual importância a essa imortal, sempre imortal, a alma. No hadit do profeta Maomé, ele diz que o homem é por vezes um tolo, por vezes um sábio. Por vezes honrado, por vezes insultado, mas sempre feliz na beatitude suprema. Talvez por isso, de modo recorrente lembrei-me das palavras de nosso dileto filho das Montanhas Alterosas, José Alencar Gomes da Silva, carinhosamente chamado de “Zé”, pelo Excelentíssimo senhor Presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva. Outro dia, disse o Zé: “Eu não tenho medo da morte, pois a morte faz parte da vida. Tenho medo, sim, da desonra, pois todo homem público deve ter medo da desonra”. Comungo as palavras deste estadista e faço delas registro pétreo nas páginas de “Uma breve história do conhecimento e de sua proteção”, como singela contribuição a tamanho civismo. Por esta razão me permiti eleger a honra e a ética, como dois outros gigantes d’alma, na condição de pilares absolutos de todo homem de bem. Robert Greene ao discorrer sobre as leis do poder diz que: “Muito depende da reputação – dê a própria vida para defendê-la”. Por isso, caro leitor, lute sempre contra o sorrateiro que grassa em sua instituição. Lute contra aqueles que promovem assédio moral, que cultuam chefes corporativos e que praticam o ufanismo da mediocridade. Lutar contra o sorrateiro é necessário e enaltece a todos aqueles que carregam em suas veias, o mesmo sangue de bravura que cingiu as ruas de Ouro Preto. Para este tipo de vencedor, as batatas, nada mais, já dizia Machado de Assis. A honra e a ética devem ser a espinha dorsal de todo Serviço de Inteligência moderno, primeiro por ter sido missão outorgada aos príncipes hebreus e em segundo, por se tratar de um reduto de cavalheiros, como bem se vê na pessoa do oficial de inteligência Wilson Roberto Trezza, conduzido ao cargo maior do serviço de inteligência brasileiro, após mais de um ano na interinidade. Nascido sob os auspícios da deusa Nêmesis (destino e ética), Trezza resgata o desideratum de seus companheiros, assumindo alto posto oriundo da própria carreira de Inteligência, feito esse até então conquistado pelo ex-diretor geral, Márcio Buzanelli. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) inicia um novo caminhar após grande turbulência orquestrada pela campanha difamatória, irresponsável e desproporcional, perpetrada por parte da mídia, denegrindo a imagens da instituição e principalmente de seus valorosos servidores. Apesar de tudo isso, a Abin, guardiã do silêncio, continua onde sempre esteve, fazendo seu trabalho indispensável ao processo decisório, à ação governamental, a segurança da sociedade e do Estado democrático e de direito, onde seus homens e mulheres continuam na esperança de dias melhores, ansiosos pela oxigenação de seus quadros e pela valorização de seus servidores pelo viés da meritocracia, para que não ocorra contumaz, o fenômeno lampeduziano, onde se muda para que tudo permaneça como está. Com Trezza chega também as boas novas. A notícia do Brasil como sede dos Jogos Olímpicos. O país bem mostrou ao mundo a capacidade de sua gente ao organizar os Jogos Pan-Americanos. A curto prazo deverá também mostrar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, as Olimpíadas e as Paraolimpiadas de 2016. Em meio a tudo isso – como jamais deixou de existir – a mão invisível da inteligência brasileira, promovendo entre outras atividades típicas de Estado, a segurança dos filhos da terra e dos estrangeiros que nos visitam. Mas outubro é o mês do livro. O livro que nos faz voar, que nos faz ser livres. Outubro também é o mês da aviação. Se não voamos em asas de prata ao roncar dos motores, voamos certamente embevecidos por versos e prosas. Trezza e Mateus tem algo em comum, o mesmo amor pelos livros, pois ambos tiveram em seus pais os seus grandes incentivadores e agentes de mudança, que com ternura lhes trazem saudosas lembranças. Mas outubro, 17, também é o aniversário do Zé, essa idade dos homens, medida pelo deus Chronos. Entretanto, dileto amigo, sabemos que em verdade, já estás vivendo o tempo de Kairós, o tempo de Deus – que não pode ser medido – pois jamais serás esquecido. Sua luta será sempre a nossa luta. Que o Deus único, seja de qual credo for, possa lhe conceder muitos anos juntos de nós, pois juntos somos as Minas Gerais.
Feliz Idade, Zé!
Inteligência: a Abin perde força?
Marcelo Rech, de Washington
A pergunta me foi feita por vários oficiais latino-americanos que cursam a Universidade Nacional de Defesa (NDU), na capital dos Estados Unidos. Eu disse que não.
Não se pode perder o que não se possui!
Há pelo menos dois anos a Agência Brasileira da Inteligência (Abin) vive entregue à própria sorte. O mesmo governo que tentou aparelhá-la em 2003 para fazer arapongagem em vez de inteligência, achou melhor matá-la por inanição.
Agora, os meios de comunicação destacam que a agência perde força ao deixar de comandar o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que passará (?) a ser controlado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República.
Ora, primeiro que esse sistema nunca existiu na prática. Depois, o GSI sempre esteve acima da Abin.
Mauro Marcelo, o extravagante diretor-geral que sonhava transformá-la numa grife nos moldes da CIA, foi o primeiro que se acoxou com o petismo para ficar bem na fita.
Deixou o general Jorge Armando Félix desmoralizado em várias oportunidades com seus lampejos hollywodianos e acordos nada transparenetes com serviços secretos como o cubano.
Curiosamente, caiu por dizer a verdade a respeito dos nossos políticos. Foi a chance de Félix retomar o controle e subordinar a Abin ao Planalto.
A indicação de Márcio Buzanelli deu à inteligência outro vigor. Ele conseguiu criar uma identidade que a Abin nunca teve associada que sempre foi ao xeretismo do regime militar.
O serviço secreto ganhou hino, bandeira, comendas, museu, analistas civis que ingressaram por concurso público. Mas, Buzanelli também não agradou. A velha guarda tratou de miná-lo e a “juventude abinista” pecou também por omissão.
Veio o delegado Paulo Lacerda, da Polícia Federal, que chegou prometendo limpar a Abin de toda sujeira. Apeou muita gente, mas de prático nada fez para reestruturar o serviço de inteligência.
Há poucos dias, o Senado finalmente aprovou a indicação de Wilson Roberto Trezza que há mais de um ano respondia pela direção-geral do órgão, o que não significa rigorosamente nada.
A inteligência continua relegada como leprosa. Bom para aqueles que fazem do Brasil uma mãe joana. Enquanto tratamos a inteligência como política de governo e não de Estado, crescem os crimes transnacionais no nosso quintal.
Não há dúvidas que esse estado de putrefação em que vive a Abin interessa para muita gente, sobretudo em períodos que antecedem eleições como a de 2010.
Não se entende como um país com tantas ambições que se projeta internacionalmente não consegue estruturar e manter um serviço de inteligência de Estado, acima de partidos e de fofocas, profissional, capaz de prover dados e informações que permitam situar o Brasil no contexto mundial.
Enquanto isso, discutem o óbvio.
Um núcleo será criado e terá a Abin como responsável pela inteligência de Estado.
O ministério da Fazenda, através do Coaf ficará com a inteligência economico-financeira; o ministério da Justiça, coordenará a segurança pública através das secretarias estaduais, Polícia Federal, e sistema penitenciário.
A Defesa vai comandar a inteligência militar (Exército, Marinha e Aeronáutica).
Mais do mesmo. Na prática, fica como o petismo quer e como os ilegais gostam.
Marcelo Rech, 38, é jornalista com pós-graduação em Relações Internacionais e especialização em Estratégias e Políticas de Defesa. Correio eletrônico: inforel@inforel.org
A pergunta me foi feita por vários oficiais latino-americanos que cursam a Universidade Nacional de Defesa (NDU), na capital dos Estados Unidos. Eu disse que não.
Não se pode perder o que não se possui!
Há pelo menos dois anos a Agência Brasileira da Inteligência (Abin) vive entregue à própria sorte. O mesmo governo que tentou aparelhá-la em 2003 para fazer arapongagem em vez de inteligência, achou melhor matá-la por inanição.
Agora, os meios de comunicação destacam que a agência perde força ao deixar de comandar o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que passará (?) a ser controlado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República.
Ora, primeiro que esse sistema nunca existiu na prática. Depois, o GSI sempre esteve acima da Abin.
Mauro Marcelo, o extravagante diretor-geral que sonhava transformá-la numa grife nos moldes da CIA, foi o primeiro que se acoxou com o petismo para ficar bem na fita.
Deixou o general Jorge Armando Félix desmoralizado em várias oportunidades com seus lampejos hollywodianos e acordos nada transparenetes com serviços secretos como o cubano.
Curiosamente, caiu por dizer a verdade a respeito dos nossos políticos. Foi a chance de Félix retomar o controle e subordinar a Abin ao Planalto.
A indicação de Márcio Buzanelli deu à inteligência outro vigor. Ele conseguiu criar uma identidade que a Abin nunca teve associada que sempre foi ao xeretismo do regime militar.
O serviço secreto ganhou hino, bandeira, comendas, museu, analistas civis que ingressaram por concurso público. Mas, Buzanelli também não agradou. A velha guarda tratou de miná-lo e a “juventude abinista” pecou também por omissão.
Veio o delegado Paulo Lacerda, da Polícia Federal, que chegou prometendo limpar a Abin de toda sujeira. Apeou muita gente, mas de prático nada fez para reestruturar o serviço de inteligência.
Há poucos dias, o Senado finalmente aprovou a indicação de Wilson Roberto Trezza que há mais de um ano respondia pela direção-geral do órgão, o que não significa rigorosamente nada.
A inteligência continua relegada como leprosa. Bom para aqueles que fazem do Brasil uma mãe joana. Enquanto tratamos a inteligência como política de governo e não de Estado, crescem os crimes transnacionais no nosso quintal.
Não há dúvidas que esse estado de putrefação em que vive a Abin interessa para muita gente, sobretudo em períodos que antecedem eleições como a de 2010.
Não se entende como um país com tantas ambições que se projeta internacionalmente não consegue estruturar e manter um serviço de inteligência de Estado, acima de partidos e de fofocas, profissional, capaz de prover dados e informações que permitam situar o Brasil no contexto mundial.
Enquanto isso, discutem o óbvio.
Um núcleo será criado e terá a Abin como responsável pela inteligência de Estado.
O ministério da Fazenda, através do Coaf ficará com a inteligência economico-financeira; o ministério da Justiça, coordenará a segurança pública através das secretarias estaduais, Polícia Federal, e sistema penitenciário.
A Defesa vai comandar a inteligência militar (Exército, Marinha e Aeronáutica).
Mais do mesmo. Na prática, fica como o petismo quer e como os ilegais gostam.
Marcelo Rech, 38, é jornalista com pós-graduação em Relações Internacionais e especialização em Estratégias e Políticas de Defesa. Correio eletrônico: inforel@inforel.org
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Presidente aprova retirada de poderes da Abin, afirma Tarso
Folha de São Paulo - 21/10/09
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que o presidente Lula aprovou a nova política nacional de inteligência, que repassa para o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) o controle das ações na área, esvaziando o poder da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
A nova política deve apresentar as ameaças nas quais a área de informações do Estado deve atuar, como terrorismo, narcotráfico, crime organizado, corrupção e sabotagem. O texto ainda passará por revisões técnicas.
O ministro evitou falar sobre as mudanças na Abin, mas disse que as políticas serão concentradas no GSI.
A Abin vem sofrendo desgaste desde que foi deflagrada a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, da qual participaram agentes da Abin.
Tarso disse que o plano é importante para adaptar o setor de inteligência à Constituição Federal de 1988.
"Os órgãos de inteligência do país não tinham sido adaptados. Era aquela questão tradicional de segurança nacional da época dos regimes de exceção", disse o ministro. (MÁRCIO FALCÃO)
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que o presidente Lula aprovou a nova política nacional de inteligência, que repassa para o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) o controle das ações na área, esvaziando o poder da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
A nova política deve apresentar as ameaças nas quais a área de informações do Estado deve atuar, como terrorismo, narcotráfico, crime organizado, corrupção e sabotagem. O texto ainda passará por revisões técnicas.
O ministro evitou falar sobre as mudanças na Abin, mas disse que as políticas serão concentradas no GSI.
A Abin vem sofrendo desgaste desde que foi deflagrada a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, da qual participaram agentes da Abin.
Tarso disse que o plano é importante para adaptar o setor de inteligência à Constituição Federal de 1988.
"Os órgãos de inteligência do país não tinham sido adaptados. Era aquela questão tradicional de segurança nacional da época dos regimes de exceção", disse o ministro. (MÁRCIO FALCÃO)
Abin perde força no governo
O Estado de São Paulo - 21/10/09
Gabinete de Segurança assumirá supervisão do sistema
Tânia Monteiro, BRASÍLIA
Na tentativa de, mais uma vez, fazer o sistema de inteligência do País funcionar de forma integrada, um órgão será criado dentro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) com representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), dos Ministérios da Defesa, da Justiça e da Fazenda. Isso significa que a Abin não coordenará mais o Sistema Brasileiro de Inteligência do País (Sisbin), o que existia na legislação, mas não funcionava na prática.
O novo núcleo colegiado fará a integração das informações sob a supervisão do GSI, que é comandado pelo general Jorge Armando Félix. Para que a Abin deixe de ser a cabeça do Sisbin, o texto terá de ser aprovado pelo Congresso.
Quatro setores estarão representados no novo núcleo: a Abin será responsável pela inteligência de Estado; a Fazenda, por meio do Coaf, cuidará da inteligência do setor econômico e financeiro; o Ministério da Defesa coordenará a inteligência dos comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica; e o subsistema de segurança pública será coordenado pelo Ministério da Justiça, incluindo aí as informações procedentes da Polícia Federal, Departamento Penitenciário e Secretarias de Segurança Pública dos Estados.
"A grande mudança é a formulação de uma doutrina de segurança do país de uma estrutura de inteligência integrada plenamente à Constituição de 1988. Essa é a grande novidade", declarou o ministro da Justiça, Tarso Genro, depois do encontro.
Ele reiterou que "a Abin deixa de ser cabeça do sistema". Em sua explicação o ministro diz que a Abin agora passa a ter outras preocupações. "A doutrina formula uma relação dos trabalhos executados pelos órgãos de analise, órgãos voltados para segurança do país, para a questão científica, proteção da riqueza nacional, meio ambiente, proteção da riqueza intelectual, proteção das pesquisas, acrescentando que tem uma parte que se refere à questão do terrorismo."
Gabinete de Segurança assumirá supervisão do sistema
Tânia Monteiro, BRASÍLIA
Na tentativa de, mais uma vez, fazer o sistema de inteligência do País funcionar de forma integrada, um órgão será criado dentro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) com representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), dos Ministérios da Defesa, da Justiça e da Fazenda. Isso significa que a Abin não coordenará mais o Sistema Brasileiro de Inteligência do País (Sisbin), o que existia na legislação, mas não funcionava na prática.
O novo núcleo colegiado fará a integração das informações sob a supervisão do GSI, que é comandado pelo general Jorge Armando Félix. Para que a Abin deixe de ser a cabeça do Sisbin, o texto terá de ser aprovado pelo Congresso.
Quatro setores estarão representados no novo núcleo: a Abin será responsável pela inteligência de Estado; a Fazenda, por meio do Coaf, cuidará da inteligência do setor econômico e financeiro; o Ministério da Defesa coordenará a inteligência dos comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica; e o subsistema de segurança pública será coordenado pelo Ministério da Justiça, incluindo aí as informações procedentes da Polícia Federal, Departamento Penitenciário e Secretarias de Segurança Pública dos Estados.
"A grande mudança é a formulação de uma doutrina de segurança do país de uma estrutura de inteligência integrada plenamente à Constituição de 1988. Essa é a grande novidade", declarou o ministro da Justiça, Tarso Genro, depois do encontro.
Ele reiterou que "a Abin deixa de ser cabeça do sistema". Em sua explicação o ministro diz que a Abin agora passa a ter outras preocupações. "A doutrina formula uma relação dos trabalhos executados pelos órgãos de analise, órgãos voltados para segurança do país, para a questão científica, proteção da riqueza nacional, meio ambiente, proteção da riqueza intelectual, proteção das pesquisas, acrescentando que tem uma parte que se refere à questão do terrorismo."
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
ABIN da verdade
Ernesto Caruso, 28/08/2009
Era essa ABIN que a nação brasileira desejava a serviço do Estado, colaborando na segurança das instituições e que fosse uma entidade com credibilidade.
O senador Heráclito Fortes – DEM, ontem na tribuna, só não chamou de santinho o Gen Félix, Chefe do Gabinete da Segurança Institucional, sobre o seu papel no exercício das funções, particularmente no caso da ida ao Planalto da ex-secretária Lina Vieira para o encontro com a ministra Dilma, sem registro de imagens como informado pelo ministro, mas relembrando as investigações obscuras (aquelas escutas telefônicas entre autoridades, maletas e CPI) a que desqualifica chamando a ABIN de escola de arapongagem. Assim, procura demonstrar a sua inutilidade por não proteger o Palácio do Planalto e pelo desvio de função.
Discorre sobre os equipamentos caríssimos adquiridos e na hora que se precisa de uma prova, informa-se que já foi apagada. Questiona a si próprio:
-“um homem da formação do general Félix, militar que deve ter tido, ao longo dos seus anos de caserna, exemplos a seguir, submeter-se a um vexame de, para proteger arapongas, assumir papelão dessa natureza?”
E completa:
- “Digo isso com tristeza, porque acho que o general Félix está envolvido numa seara que não foi sua originalmente, que é a da espionagem. Primeiro, passou a ser aconselhado pelo Sr. Paulo Lacerda, que, após criar dificuldades inventadas para o próprio Governo, recebeu um exílio de ouro em Portugal, recebendo em Euro, com direito a queijo da Serra da Estrela e a vinhos de boa cepa.”
Se nos reportarmos ao contrato, vamos tirar as dúvidas, que jogos de palavras, como as do próprio líder do governo, senador Jucá, tentam encobrir como as que as imagens ficarão arquivadas só por 30 dia e os dados por seis meses.
O item 5.9.4. do contrato impõe que “As matrizes de vídeo deverão concentrar as imagens que estão sendo captadas pelas câmeras e deverão ser em quantidade adequada ao número de câmeras utilizadas.”
A seguir o 5.9.5.: “Os gravadores digitais deverão ter capacidade de armazenamento compatível com a quantidade de câmeras utilizadas, não devendo ter capacidade de gravação inferior a 30 dias, devendo ainda os mesmos ser dotados de sistema de backup, permitindo assim a rápida recuperação no caso de ocorrência de panes.”
O item 5.9.7 destaca a capacidade dos servidores e a importância do backup, “Os servidores de controle centrais assim como os de Banco de Dados deverão possuir alta disponibilidade ….., assim como possuírem sistema de backup de informações, devendo ser utilizadas máquinas com capacidade de processamento que permitam acréscimo, de no mínimo, 50% do total da carga de processamento estimada.”
De acordo com item seguinte, “O sistema de Banco de Dados a ser utilizado deverá possuir capacidade de armazenamento de registros por um período mínimo de 06 (seis) meses, para daí os dados serem transferidos definitivamente para uma unidade de backup.”
Além disso, o contrato dá importância ao passado e ao futuro no que concerne a registros, confira: 5.9.9. Os registros hoje existentes no sistema ora utilizados deverão ser importados para a Base de Dados a ser implantada pela contratada, evitando assim descontinuidade de serviços. Devem ser previstas as seguintes quantidade mínimas de registros: a) Quantidade de registros atuais: 2.600 autoridades e servidores; 1.800 terceirizados e prestadores de serviço; 3.500 veículos cadastrados; 600 visitantes por dia. b) Quantidade de registros futuros: respectivamente, 20.000; 10.000; 10.000 e 50.000.
Se nos lembrarmos do dia a dia das reportagens sobre crimes, acidentes, balas perdidas, ocorrências em prédios, assaltos a lojas, encontros fortuitos em shoppings e saguão de aeroporto, em muitas delas são apresentadas imagens que ajudam na prisão dos criminosos. Ora, se pode alegar que tais imagens são salvas na iminência dos fatos, mas quando se coloca em risco a segurança de um Palácio de governo, a capacidade de arquivo dos equipamentos modernos e o custo que representam, qualquer justificativa nesse sentido é pueril e ofende a inteligência dos outros.
Mais constrangedor ainda é ver, que o presidente do Democratas protocolou representação na Procuradoria Geral da República questionando a conduta administrativa do General Félix.
A bem da verdade, quem está mentindo?
Para atenuar o desprazer acima, recordo do Dia do Soldado comemorado no mesmo Senado e das palavras do senador Artur Virgílio exaltando os feitos militares na Amazônia, em particular no Estado do Amazonas, que representa, exaltando as figuras do Gen Heleno e do Gen Matos que o sucedeu sublinhando o patriotismo que orna e dignifica o soldado/índio/mestiço que defende aquele imenso território.
Era essa ABIN que a nação brasileira desejava a serviço do Estado, colaborando na segurança das instituições e que fosse uma entidade com credibilidade.
O senador Heráclito Fortes – DEM, ontem na tribuna, só não chamou de santinho o Gen Félix, Chefe do Gabinete da Segurança Institucional, sobre o seu papel no exercício das funções, particularmente no caso da ida ao Planalto da ex-secretária Lina Vieira para o encontro com a ministra Dilma, sem registro de imagens como informado pelo ministro, mas relembrando as investigações obscuras (aquelas escutas telefônicas entre autoridades, maletas e CPI) a que desqualifica chamando a ABIN de escola de arapongagem. Assim, procura demonstrar a sua inutilidade por não proteger o Palácio do Planalto e pelo desvio de função.
Discorre sobre os equipamentos caríssimos adquiridos e na hora que se precisa de uma prova, informa-se que já foi apagada. Questiona a si próprio:
-“um homem da formação do general Félix, militar que deve ter tido, ao longo dos seus anos de caserna, exemplos a seguir, submeter-se a um vexame de, para proteger arapongas, assumir papelão dessa natureza?”
E completa:
- “Digo isso com tristeza, porque acho que o general Félix está envolvido numa seara que não foi sua originalmente, que é a da espionagem. Primeiro, passou a ser aconselhado pelo Sr. Paulo Lacerda, que, após criar dificuldades inventadas para o próprio Governo, recebeu um exílio de ouro em Portugal, recebendo em Euro, com direito a queijo da Serra da Estrela e a vinhos de boa cepa.”
Se nos reportarmos ao contrato, vamos tirar as dúvidas, que jogos de palavras, como as do próprio líder do governo, senador Jucá, tentam encobrir como as que as imagens ficarão arquivadas só por 30 dia e os dados por seis meses.
O item 5.9.4. do contrato impõe que “As matrizes de vídeo deverão concentrar as imagens que estão sendo captadas pelas câmeras e deverão ser em quantidade adequada ao número de câmeras utilizadas.”
A seguir o 5.9.5.: “Os gravadores digitais deverão ter capacidade de armazenamento compatível com a quantidade de câmeras utilizadas, não devendo ter capacidade de gravação inferior a 30 dias, devendo ainda os mesmos ser dotados de sistema de backup, permitindo assim a rápida recuperação no caso de ocorrência de panes.”
O item 5.9.7 destaca a capacidade dos servidores e a importância do backup, “Os servidores de controle centrais assim como os de Banco de Dados deverão possuir alta disponibilidade ….., assim como possuírem sistema de backup de informações, devendo ser utilizadas máquinas com capacidade de processamento que permitam acréscimo, de no mínimo, 50% do total da carga de processamento estimada.”
De acordo com item seguinte, “O sistema de Banco de Dados a ser utilizado deverá possuir capacidade de armazenamento de registros por um período mínimo de 06 (seis) meses, para daí os dados serem transferidos definitivamente para uma unidade de backup.”
Além disso, o contrato dá importância ao passado e ao futuro no que concerne a registros, confira: 5.9.9. Os registros hoje existentes no sistema ora utilizados deverão ser importados para a Base de Dados a ser implantada pela contratada, evitando assim descontinuidade de serviços. Devem ser previstas as seguintes quantidade mínimas de registros: a) Quantidade de registros atuais: 2.600 autoridades e servidores; 1.800 terceirizados e prestadores de serviço; 3.500 veículos cadastrados; 600 visitantes por dia. b) Quantidade de registros futuros: respectivamente, 20.000; 10.000; 10.000 e 50.000.
Se nos lembrarmos do dia a dia das reportagens sobre crimes, acidentes, balas perdidas, ocorrências em prédios, assaltos a lojas, encontros fortuitos em shoppings e saguão de aeroporto, em muitas delas são apresentadas imagens que ajudam na prisão dos criminosos. Ora, se pode alegar que tais imagens são salvas na iminência dos fatos, mas quando se coloca em risco a segurança de um Palácio de governo, a capacidade de arquivo dos equipamentos modernos e o custo que representam, qualquer justificativa nesse sentido é pueril e ofende a inteligência dos outros.
Mais constrangedor ainda é ver, que o presidente do Democratas protocolou representação na Procuradoria Geral da República questionando a conduta administrativa do General Félix.
A bem da verdade, quem está mentindo?
Para atenuar o desprazer acima, recordo do Dia do Soldado comemorado no mesmo Senado e das palavras do senador Artur Virgílio exaltando os feitos militares na Amazônia, em particular no Estado do Amazonas, que representa, exaltando as figuras do Gen Heleno e do Gen Matos que o sucedeu sublinhando o patriotismo que orna e dignifica o soldado/índio/mestiço que defende aquele imenso território.
A volta do velho SNI
25/08 - 07:00 - Luís Nassif, colunista do Último Segundo
Um dos grandes desafios da economia será passar incólume por 2010. Para tanto será importante minimizar as fontes de escândalo. Nas últimas eleições, dossiês, armações políticas, caso Lunnus, caso aloprados, comprovaram amplamente o potencial de intranquilidade que essas máquinas de dossiês trazem para a economia.
***
Um dos focos de instabilidade e dossiês provavelmente será a ABIN (Agência Brasileira da Inteligência).
Quando o ex-presidente Fernando Collor liquidou o SNI (Serviço Nacional de Investigações), este era um centro de nepotismo. Os melhores quadros acabaram saindo e indo para a iniciativa privada, trabalhar em inteligência competitiva.
Assim como na Polícia Federal, levou um bom tempo para se iniciar a modernização. Melhoria de salários (R$ 10 mil iniciais) e concursos públicos acabaram trazendo para ambos os órgãos uma geração nova, de alto nível, recrutada nas melhores universidades do país, que tiveram que enfrentar vícios e esquemas da velha guarda.
***
Em pouco tempo houve um choque com os quadros antigos. Enquanto os concursados dominavam novas ferramentas tecnológicas, os quadros tradicionais tinham dificuldades até para transferir imagens de videocassetes para computadores.
Exemplo maior foram os aposentados da ABIN arregimentados por Protógenes – que, no início, fechava com a velha guarda. Além do baixíssimo nível, chegaram dando “carteirada” e chamando a atenção para a operação.
O segundo aspecto foi a ideologização dos antigos. Enquanto os concursados entendem a inteligência como um fator de avaliação de riscos e oportunidades do país, proteção ao conhecimento e às patentes, a geração SNI trabalham sob o velho conceito da segurança nacional.
***
A velha guarda tem um histórico de relacionamento com a barra-pesada do jornalismo brasiliense e uma tendência irrefreável de divulgar dossiês sem muita substância. Como o caso do suposto dinheiro das FARCs colombianas nas eleições de 2006, uma manipulação besta de alguém da velha guarda que ouviu de um amigo, para quem um colega disse que ouviu de um amigo... Bastam duas pontas irresponsáveis – a fonte da velha guarda e o jornalismo barra-pesada – para produzir um escândalo que, antes de se esvaziar como um balão murcho, produz incêndios e estragos.
***
Na Polícia Federal, o grupo profissional se impôs graças ao trabalho inicial de Paulo Lacerda, prosseguido pelo delegado Luiz Fernando.
Na ABIN, havia esperança por parte dos concursados de que o profissionalismo iria seguir o mesmo caminho. No início, com Paulo Lacerda, caminhava-se para isso.
A saída de Lacerda desarticulou totalmente o órgão. Sob nova direção, a velha guarda passou a ocupar os cargos comissionados. O órgão deixou de ter visão estratégica. Hoje em dia, a maior parte dos funcionários passa o tempo fuçando a Internet ou então produzindo relatórios insossos sobre sem-terras e movimentos sociais.
Há uma ampla desmotivação da banda mais profissional que esperava que, com Lula, pudesse haver uma profissionalização maior no órgão.
2010 cobrará a conta dessa desatenção para com a ABIN.
Um dos grandes desafios da economia será passar incólume por 2010. Para tanto será importante minimizar as fontes de escândalo. Nas últimas eleições, dossiês, armações políticas, caso Lunnus, caso aloprados, comprovaram amplamente o potencial de intranquilidade que essas máquinas de dossiês trazem para a economia.
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Um dos focos de instabilidade e dossiês provavelmente será a ABIN (Agência Brasileira da Inteligência).
Quando o ex-presidente Fernando Collor liquidou o SNI (Serviço Nacional de Investigações), este era um centro de nepotismo. Os melhores quadros acabaram saindo e indo para a iniciativa privada, trabalhar em inteligência competitiva.
Assim como na Polícia Federal, levou um bom tempo para se iniciar a modernização. Melhoria de salários (R$ 10 mil iniciais) e concursos públicos acabaram trazendo para ambos os órgãos uma geração nova, de alto nível, recrutada nas melhores universidades do país, que tiveram que enfrentar vícios e esquemas da velha guarda.
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Em pouco tempo houve um choque com os quadros antigos. Enquanto os concursados dominavam novas ferramentas tecnológicas, os quadros tradicionais tinham dificuldades até para transferir imagens de videocassetes para computadores.
Exemplo maior foram os aposentados da ABIN arregimentados por Protógenes – que, no início, fechava com a velha guarda. Além do baixíssimo nível, chegaram dando “carteirada” e chamando a atenção para a operação.
O segundo aspecto foi a ideologização dos antigos. Enquanto os concursados entendem a inteligência como um fator de avaliação de riscos e oportunidades do país, proteção ao conhecimento e às patentes, a geração SNI trabalham sob o velho conceito da segurança nacional.
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A velha guarda tem um histórico de relacionamento com a barra-pesada do jornalismo brasiliense e uma tendência irrefreável de divulgar dossiês sem muita substância. Como o caso do suposto dinheiro das FARCs colombianas nas eleições de 2006, uma manipulação besta de alguém da velha guarda que ouviu de um amigo, para quem um colega disse que ouviu de um amigo... Bastam duas pontas irresponsáveis – a fonte da velha guarda e o jornalismo barra-pesada – para produzir um escândalo que, antes de se esvaziar como um balão murcho, produz incêndios e estragos.
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Na Polícia Federal, o grupo profissional se impôs graças ao trabalho inicial de Paulo Lacerda, prosseguido pelo delegado Luiz Fernando.
Na ABIN, havia esperança por parte dos concursados de que o profissionalismo iria seguir o mesmo caminho. No início, com Paulo Lacerda, caminhava-se para isso.
A saída de Lacerda desarticulou totalmente o órgão. Sob nova direção, a velha guarda passou a ocupar os cargos comissionados. O órgão deixou de ter visão estratégica. Hoje em dia, a maior parte dos funcionários passa o tempo fuçando a Internet ou então produzindo relatórios insossos sobre sem-terras e movimentos sociais.
Há uma ampla desmotivação da banda mais profissional que esperava que, com Lula, pudesse haver uma profissionalização maior no órgão.
2010 cobrará a conta dessa desatenção para com a ABIN.
Os serviços de inteligência
Blog Luis Nassif
Por Andre Araujo
Um grande Estado moderno não existe sem um serviço de inteligencia de alto nivel, com nucleos especializados por areas e territorios. O antigo SNI cometeu erros mas tinha uma estrutura capilar, com as Divisões e Assessorias de Segurança e Informação nos Ministerios e entidades de 2º nivel. É bom lembrar que o SNi foi construido em cima de uma estrutura ainda mais antiga que vinha do fim da 2ª Guerra a chamada “Casa da Borracha” que nasceu militarizada e se prolongou no SNI com base tambem militar. Um orgão moderno de inteligencia não precisa ser completamente fechado, tem areas fechadas mas o organismo em si deve ser aberto nos seus objetivos, orçamento, quadros e transparencia, especialmente em regimes democraticos.
A CIA é completamente aberta, fornece relatorios abertos sobre paises com grande numero de dados, o seu site é altamente informativo, está la todo o organograma da instituição, inclusive com os curriculos de seus dirigentes. O fechamento total com a desculpa de que tudo é “secreto” é um engodo que encobre desperdicios, ineficiencia, empreguismo, objetivos pessoais. Desde a instalação da Nova Republica essa area está confusa, sem rumo, sem estratégia definida, a unica coisa certa é a custosa folha mensal, para modestissimos resultados..
Os governos com raizes esquerdistas tem certa dificuldade no manejo de organismos de inteligencia porque quando não eram governo esses organismos eram os seus inimigos. É um erro. A inteligência na sua essencia é neutra ideologicamente, a inteligencia soviética que começou com a Cheka, depois a NKVD, depois KGB foi construida em cima do serviço secreto do Czar, a Okrahna, que tinha boa reputação de eficiencia.
O primeiro serviço de inteligencia moderno foi montado por Napoleão e organizado por Joseph Fouché, depois Duque de Otranto, que criou o sistema de fichas para suspeitos, tinha espiões em toda a Europa, agentes infiltrados em todo lugar, dizia-se que seus arquivos chegaram a ter 200 mil fichas. Napoleão dava grande importancia a esse organismo.
Nos EUA o assunto inteligencia ocupa tal espaço que foi criado um Conselho Superior para supervisionar os 14 organismos de inteligencia, alguns maiores que a CIA em verbas. A razão do Conselho é evitar um dos maiores riscos de um organismo de inteligencia, a extrapolação de suas funções e o envolvimento em operações que trarão prejuizos politicos aos governos. O Congresso americano tambem tem comitês especiais para supervionar a area, com deputados e senadores especializados no assunto e de reputação solida quanto a sigilo.
Uma das bases fundamentais para um sistema de inteligencia é a formação de uma doutrina orientadora de todo o sistema e o funcionamento de uma Escola de preparação para essa profissão, que não se confunde com policia. O SNI tinha uma doutrina que era baseada mos conceitos de segurança nacional. Não acredito que a ABIN tenha reposto aquele conceito anterior, hoje parece ser um organismo que opera sem mapa, procurando o seu lugar no Estado brasileiro.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/25/os-servicos-de-inteligencia/
Por Andre Araujo
Um grande Estado moderno não existe sem um serviço de inteligencia de alto nivel, com nucleos especializados por areas e territorios. O antigo SNI cometeu erros mas tinha uma estrutura capilar, com as Divisões e Assessorias de Segurança e Informação nos Ministerios e entidades de 2º nivel. É bom lembrar que o SNi foi construido em cima de uma estrutura ainda mais antiga que vinha do fim da 2ª Guerra a chamada “Casa da Borracha” que nasceu militarizada e se prolongou no SNI com base tambem militar. Um orgão moderno de inteligencia não precisa ser completamente fechado, tem areas fechadas mas o organismo em si deve ser aberto nos seus objetivos, orçamento, quadros e transparencia, especialmente em regimes democraticos.
A CIA é completamente aberta, fornece relatorios abertos sobre paises com grande numero de dados, o seu site é altamente informativo, está la todo o organograma da instituição, inclusive com os curriculos de seus dirigentes. O fechamento total com a desculpa de que tudo é “secreto” é um engodo que encobre desperdicios, ineficiencia, empreguismo, objetivos pessoais. Desde a instalação da Nova Republica essa area está confusa, sem rumo, sem estratégia definida, a unica coisa certa é a custosa folha mensal, para modestissimos resultados..
Os governos com raizes esquerdistas tem certa dificuldade no manejo de organismos de inteligencia porque quando não eram governo esses organismos eram os seus inimigos. É um erro. A inteligência na sua essencia é neutra ideologicamente, a inteligencia soviética que começou com a Cheka, depois a NKVD, depois KGB foi construida em cima do serviço secreto do Czar, a Okrahna, que tinha boa reputação de eficiencia.
O primeiro serviço de inteligencia moderno foi montado por Napoleão e organizado por Joseph Fouché, depois Duque de Otranto, que criou o sistema de fichas para suspeitos, tinha espiões em toda a Europa, agentes infiltrados em todo lugar, dizia-se que seus arquivos chegaram a ter 200 mil fichas. Napoleão dava grande importancia a esse organismo.
Nos EUA o assunto inteligencia ocupa tal espaço que foi criado um Conselho Superior para supervisionar os 14 organismos de inteligencia, alguns maiores que a CIA em verbas. A razão do Conselho é evitar um dos maiores riscos de um organismo de inteligencia, a extrapolação de suas funções e o envolvimento em operações que trarão prejuizos politicos aos governos. O Congresso americano tambem tem comitês especiais para supervionar a area, com deputados e senadores especializados no assunto e de reputação solida quanto a sigilo.
Uma das bases fundamentais para um sistema de inteligencia é a formação de uma doutrina orientadora de todo o sistema e o funcionamento de uma Escola de preparação para essa profissão, que não se confunde com policia. O SNI tinha uma doutrina que era baseada mos conceitos de segurança nacional. Não acredito que a ABIN tenha reposto aquele conceito anterior, hoje parece ser um organismo que opera sem mapa, procurando o seu lugar no Estado brasileiro.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/25/os-servicos-de-inteligencia/
Atenção à inteligência
Estado de Minas 07/09/09
Nova política nacional de inteligência foi apresentada ao presidente Lula. Vai substituir a que está no Congresso Nacional desde 2002
Hércules Rodrigues de Oliveira
Professor universitário, mestre em administração
Ontem foi o dia dedicado ao profissional de inteligência e à oficialização do Hino Nacional brasileiro. Sobre a atividade, contam as Sagradas Escrituras que Moisés, por ordem divina, escolheu 12 príncipes, cada um representando as tribos de Israel, para que, na função de espias, pudessem trazer informações estratégicas sobre a Terra Prometida de Canaã, a lhe serem entregues pelo Deus todo-poderoso. Certamente que não foi a estirpe o motivo da escolha, mas, sim, os valores pessoais imanentes a todo homem de bem, pois a palavra príncipe, para os hebreus, tinha vários significados, entre os quais, alguém com autoridade e que pudesse desempenhar papel de liderança, razão pela qual se inspirou o coronel Walter Nicolai, chefe do serviço de inteligência do império alemão, na frase lapidar: “O serviço de inteligência tem que ser sempre reduto de cavalheiros. Quando isso deixa de acontecer tudo está fadado ao fracasso”.
Será, então, essa atividade uma questão de ética ou de estética? Existe ética em inteligência? Sim! Pois depende única e exclusivamente do caráter que forja os traços da personalidade de seus profissionais. Dos 12 príncipes de Israel que retornaram de Canaã, só sabemos o nome de dois: Calebe e Josué. Certamente que esses fizeram a diferença! Na mitologia greco-romana, temos a figura de Argos, que tudo via e tudo sabia, pois mantinha Zeus informado das ações, muitas vezes, nada edificantes dos deuses do Olimpo. Para os desbravadores vikings, o deus caolho Odin espionava o mundo com seus dois corvos. No mundo hodierno, homens e mulheres da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) honram Harpócrates, com seu silêncio ensurdecedor, procurando ameaças e oportunidades para bem assessorar o timoneiro do Estado brasileiro. O oxímoro poético se torna pilar inarredável da atividade típica de Estado, visando a preservação do genuíno Estado democrático de direito, pois assim determina a lei de sua criação e assim fizeram compromisso de juramento seus integrantes, a despeito daqueles que insistem em prejudicar uma instituição sólida que busca o reconhecimento da nação, executando tarefas que, por sua natureza, devem ser permanentemente invisíveis.
Como adquirir respeito e credibilidade perante a sociedade se naquela casa não existe showmício? Somente com o trabalho, nada mais. A prática da inteligência remonta aos tempos imemoriais. Nossos ancestrais bem se organizaram em grupos sob os auspícios do matriarcado, compartilhando conhecimentos, primeiro para autodefesa, para, depois de consolidada a segurança, promoverem o início da guerra pelo poder e por conquistas, compartimentando conhecimentos, sob a liderança do patriarcado, mantendo este status quo, até os dias de hoje. A juventude brasileira, aos poucos, vem conhecendo esta atividade, haja vista o número sempre expressivo de candidatos à procura dos concursos públicos. Apesar de todo patriotismo e nacionalismo imanente aos seus profissionais, devemos lembrar que são humanos, demasiadamente humanos, como falou Nietzsche. No centro de tanto civismo, hão de se encontrar chefes corporativos que varrem os conflitos para debaixo do tapete, que promovem assédio moral, que lutam pelo poder a qualquer preço, que se alinham em grupos e que não permitem a dialética, fazendo valer o “edito de Nero”, no qual todo cristão, entende-se servidor, é um criminoso (problema). A corregedoria que o diga.
Mas chefes assim são muito poucos. Resistem a oxigenação dos quadros, tão necessária e urgente, mas que nunca vem. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) representa a prática da inteligência moderna, ordeira e responsável, que cultua os valores nacionais e prega códigos de inovação para a construção do perfil de cada servidor preparando-o para lidar com os desafios do século 21. Lembre-se, leitor, que o Estado brasileiro não pode abrir mão da sua grandeza geográfica e da sua soberania, principalmente no Hemisfério Sul. Nossos profissionais de inteligência devem ser valorizados e respeitados, pois se fazem presentes em todos os rincões do país-continente, com nove tríplices fronteiras.
Nota da redação: O texto da nova política nacional de inteligência, apresentado dia 2 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai substituir o que está no Congresso Nacional desde 2002 e que nunca foi apreciado pelos oito ministros que integraram o comitê que discutiu o assunto. Serão analisadas ainda modificações no Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). A nova política será mais detalhada na questão de ameaças contra o Estado, entre as quais o terrorismo internacional, o narcotráfico e a sabotagem nas áreas de tecnologia, agronegócio e das indústrias aeronáutica e aeroespacial. Ela deverá prever ainda reforço na área de contrainteligência e em trabalhos voltados para o campo externo.
Nova política nacional de inteligência foi apresentada ao presidente Lula. Vai substituir a que está no Congresso Nacional desde 2002
Hércules Rodrigues de Oliveira
Professor universitário, mestre em administração
Ontem foi o dia dedicado ao profissional de inteligência e à oficialização do Hino Nacional brasileiro. Sobre a atividade, contam as Sagradas Escrituras que Moisés, por ordem divina, escolheu 12 príncipes, cada um representando as tribos de Israel, para que, na função de espias, pudessem trazer informações estratégicas sobre a Terra Prometida de Canaã, a lhe serem entregues pelo Deus todo-poderoso. Certamente que não foi a estirpe o motivo da escolha, mas, sim, os valores pessoais imanentes a todo homem de bem, pois a palavra príncipe, para os hebreus, tinha vários significados, entre os quais, alguém com autoridade e que pudesse desempenhar papel de liderança, razão pela qual se inspirou o coronel Walter Nicolai, chefe do serviço de inteligência do império alemão, na frase lapidar: “O serviço de inteligência tem que ser sempre reduto de cavalheiros. Quando isso deixa de acontecer tudo está fadado ao fracasso”.
Será, então, essa atividade uma questão de ética ou de estética? Existe ética em inteligência? Sim! Pois depende única e exclusivamente do caráter que forja os traços da personalidade de seus profissionais. Dos 12 príncipes de Israel que retornaram de Canaã, só sabemos o nome de dois: Calebe e Josué. Certamente que esses fizeram a diferença! Na mitologia greco-romana, temos a figura de Argos, que tudo via e tudo sabia, pois mantinha Zeus informado das ações, muitas vezes, nada edificantes dos deuses do Olimpo. Para os desbravadores vikings, o deus caolho Odin espionava o mundo com seus dois corvos. No mundo hodierno, homens e mulheres da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) honram Harpócrates, com seu silêncio ensurdecedor, procurando ameaças e oportunidades para bem assessorar o timoneiro do Estado brasileiro. O oxímoro poético se torna pilar inarredável da atividade típica de Estado, visando a preservação do genuíno Estado democrático de direito, pois assim determina a lei de sua criação e assim fizeram compromisso de juramento seus integrantes, a despeito daqueles que insistem em prejudicar uma instituição sólida que busca o reconhecimento da nação, executando tarefas que, por sua natureza, devem ser permanentemente invisíveis.
Como adquirir respeito e credibilidade perante a sociedade se naquela casa não existe showmício? Somente com o trabalho, nada mais. A prática da inteligência remonta aos tempos imemoriais. Nossos ancestrais bem se organizaram em grupos sob os auspícios do matriarcado, compartilhando conhecimentos, primeiro para autodefesa, para, depois de consolidada a segurança, promoverem o início da guerra pelo poder e por conquistas, compartimentando conhecimentos, sob a liderança do patriarcado, mantendo este status quo, até os dias de hoje. A juventude brasileira, aos poucos, vem conhecendo esta atividade, haja vista o número sempre expressivo de candidatos à procura dos concursos públicos. Apesar de todo patriotismo e nacionalismo imanente aos seus profissionais, devemos lembrar que são humanos, demasiadamente humanos, como falou Nietzsche. No centro de tanto civismo, hão de se encontrar chefes corporativos que varrem os conflitos para debaixo do tapete, que promovem assédio moral, que lutam pelo poder a qualquer preço, que se alinham em grupos e que não permitem a dialética, fazendo valer o “edito de Nero”, no qual todo cristão, entende-se servidor, é um criminoso (problema). A corregedoria que o diga.
Mas chefes assim são muito poucos. Resistem a oxigenação dos quadros, tão necessária e urgente, mas que nunca vem. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) representa a prática da inteligência moderna, ordeira e responsável, que cultua os valores nacionais e prega códigos de inovação para a construção do perfil de cada servidor preparando-o para lidar com os desafios do século 21. Lembre-se, leitor, que o Estado brasileiro não pode abrir mão da sua grandeza geográfica e da sua soberania, principalmente no Hemisfério Sul. Nossos profissionais de inteligência devem ser valorizados e respeitados, pois se fazem presentes em todos os rincões do país-continente, com nove tríplices fronteiras.
Nota da redação: O texto da nova política nacional de inteligência, apresentado dia 2 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai substituir o que está no Congresso Nacional desde 2002 e que nunca foi apreciado pelos oito ministros que integraram o comitê que discutiu o assunto. Serão analisadas ainda modificações no Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). A nova política será mais detalhada na questão de ameaças contra o Estado, entre as quais o terrorismo internacional, o narcotráfico e a sabotagem nas áreas de tecnologia, agronegócio e das indústrias aeronáutica e aeroespacial. Ela deverá prever ainda reforço na área de contrainteligência e em trabalhos voltados para o campo externo.
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