Artigo de André Soares - 05/07/2010
Uma passagem filosófica relata a história de um sábio que passeava por um bosque e, cansado, recostou-se ao pé de uma árvore. E adormeceu. E, dormindo, sonhou que era uma libélula que passeava por um bosque e, cansada, recostou-se ao pé de uma árvore. E adormeceu. E, dormindo, sonhou que era um sábio que passeava por um bosque e, cansado, recostou-se ao pé de uma árvore. E adormeceu. E, enfim, acordou. A partir de então, ele nunca mais soube dizer se estava acordado, ou sonhando; e se era um sábio que havia sonhado que era uma libélula, ou se era uma libélula que havia sonhado que era um sábio.
Nem semântica, nem brincadeira, nem charada. Simplesmente, a essência do raciocínio. Se o homem se vangloria de ser um animal racional, o que lhe garante que você é quem você pensa que é? Você pode ser, sim, uma libélula, ou qualquer outra coisa, que está sonhando que você é quem pensa que é.
Confuso, não?
Mas, é interessante (até impressionante) como todos entendem isso!
Sabe por que?
Porque todos sabemos que sonhamos e, por isso, conhecemos pelo menos três fenômenos dos quais somos vítimas; pois há momentos em que estamos sonhando e sabemos que estamos sonhando; há momentos em que só sabemos que estávamos sonhando porque “acordamos” (caso contrário, não saberíamos); e há outros em que não sabemos se o que imaginamos é sonho, ou realidade.
Aliás, qual a diferença “real” entre sonho e realidade?
Seja lá o que você for, resta-lhe investigar a resposta, ou estar condenado à eterna dúvida de não saber se está sonhando que está vivendo, ou se a sua vida não passa de um grande sonho, ou pesadelo.
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