terça-feira, 30 de novembro de 2010

Agentes Secretos II – Sozinho

Autor: Agente Secreto


É!

Doer, sempre dói.

E a cicatriz fica.

É a marca registrada da vida.

Da morte, só restam tristezas.

De um amor, só restam lembranças.

É à noite.

Deitado na cama.

Com os olhos abertos no escuro.

Nos lábios se ascende um sorriso.

Que se afoga em lágrimas de um pranto.

Choro a angústia dessas noites.

Mas, talvez chore a tristeza de ser só.

Não que me falte amor e carinho.

Mas, por suportar a cruz de ser sozinho.

sábado, 27 de novembro de 2010

Agentes secretos

Artigo de André Soares - 27/11/2010

A primeira verdade sobre agentes secretos é que eles existem de fato, conquanto sejam desconhecidos. A segunda é que são pessoas especialíssimas, em todos os sentidos. E a terceira verdade é que o Brasil não possui agentes secretos em seus serviços de inteligência. Destacada atenção e especial admiração pelos agentes secretos tinha Sun Tzu, renomado estrategista militar chinês, que ressaltava aos reis da antiguidade a sabedoria de lidar com eles e a importância de tê-los muito próximos de si. Pois, Sun Tzu conhecia como poucos a vida heróica dos agentes secretos. Todavia, particularmente no Brasil, a sociedade é vítima da desinformação produzida pelos serviços de inteligência sobre essa realidade, criada para encobrir a verdade inconveniente sobre a ineficiência desses organismos.

Assim, a primeira mentira sobre agentes secretos é a afirmação de que eles não correspondem à figura espetacular do “007 - James Bond”, o agente secreto mais conhecido dos filmes de espionagem. Desta forma, serviços de inteligência vendem a falsa idéia de que o perfil dos melhores agentes operacionais é o de pessoas comuns, desprovidos de dotes e atributos excepcionais, cuja mediocridade os fazem passar despercebidamente, sendo estes os aspectos a serem cultuados e praticados como sendo a expertise do emprego operacional de inteligência. Ledo engano acreditar nisso, pois o perfil do verdadeiro e autêntico agente secreto incorpora integralmente todos os atributos e qualidades do personagem “007- James Bond”, bem como de suas parceiras agentes secretas; pois vale lembrar que as mulheres estão incluídas nesse seleto universo e, embora desconhecidas, também são esplendorosas. O que esta insídia na verdade encobre é a confissão velada da subcultura deturpada e da real inoperância dos serviços que a professam. Portanto, ao contrário do discurso oficial, o perfil profissiográfico do verdadeiro e autêntico agente secreto é aquele que confere ao seu detentor plenas condições de atuar sozinho, infiltrado, sendo sua proteção por vezes unicamente seu próprio adestramento. Deverá ser capaz de se relacionar com todo o tipo de pessoas, manipulá-las, cumprir sua missão e não deixar vestígios. Para isso, deverá ser resistente, forte, rápido, ágil, suportar a fadiga, o cansaço físico e mental, o estresse, percorrer grandes distâncias, vigiar, se esconder, fugir, operar por longos e ininterruptos períodos, suportar restrições de sono e alimentação, defender-se, lutar, e se necessário combater. Verifica-se, assim, que a realidade adversa e hostil da atuação dos agentes secretos lhes impõe dificuldades e desafios de toda ordem, exigindo-lhes uma capacidade de atuação em situações-limite; nas quais, se destituídos dos padrões de desempenho operacional elevados, certamente sucumbirão.

A segunda mentira sobre agentes secretos é a de que eles são forjados nos serviços de inteligência. Essa perfídia plantada no seio da sociedade tem enganado e iludido muitos jovens brasileiros, homens e mulheres, incitados ao concurso público para ingresso na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), esperançosos de que irão construir e viver uma carreira profissional de agentes secretos. Ledo engano acreditar nisso também porque, pasmem, o Brasil não possui agentes secretos em seus serviços de inteligência. Porém, infelizmente, o que há no país é uma legião de arapongas e agentes clandestinos, os quais são muitas vezes forjados nessas organizações. Esse diletantismo irresponsável que impera na atividade de inteligência contamina a mentalidade de muitos integrantes desses serviços, que se julgam especiais, secretos, mais nobres que a sociedade em geral, inclusive considerando-se como sendo agentes secretos pelo simples fato de integrarem essas organizações. Esse é outro terrível e perigoso engano, visto que dirigentes e integrantes de serviços de Inteligência não são agentes secretos – são apenas servidores públicos, exatamente iguais a todos os demais honrados servidores públicos do estado brasileiro. Nesse mister, vale ressaltar que mesmo o trato de assuntos sigilosos de estado nunca foi prerrogativa de serviços de inteligência, como sempre esteve claramente explícito na nossa legislação, em vigor. Ressalta-se ainda que, na atual conjuntura nacional, há insignes instituições que lidam com temas muito mais sigilosos e sensíveis ao estado brasileiro que os que são tratados internamente nos serviços de inteligência. Com raríssimas exceções, a realidade intestina dos nossos serviços de inteligência é de ineficiência, a exemplo da degenerescência dos seus congêneres internacionais, vitimados pela corrupção e pela entropia burocrática. Portanto, o exercício da denominada atividade de inteligência é apenas mais uma dentre tantas outras atividades de estado, igualmente importantes, e aqueles que a exercem integram o universo dos dignos servidores públicos do estado. E nessa condição, nunca serão agentes secretos.

Onde estão os agentes secretos? Essa é a resposta que serviços de inteligência buscam encontrar; porque como essas organizações não os forjam, tentam desesperadamente recrutá-los. Todavia, como são especialíssimos, agentes secretos são pessoas livres, independentes, autônomas, e não servem a dirigentes, presidentes, ou a poderosos quaisquer. Agentes secretos têm vida própria, pensam e agem por si, atuam sozinhos e quando servem ao seu país o fazem incondicionalmente, lutando contra seus inimigos, os quais muitas vezes estão nos próprios serviços de inteligência, pois estes são organismos extremamente vulneráveis à ação de governantes e dirigentes corruptos.

Portanto, a melhor garantia que há em integrar os quadros de serviços de inteligência é a de se tornar um excelente servidor público burocrata. Porque agentes secretos existem; mas, estes, “desacontecem”.

“O pior cego é aquele que não quer ver”

Artigo de André Soares - 27/11/2010

“O pior cego é aquele que não quer ver” é uma das verdades populares mais conhecidas que se aplicam perfeitamente à sociedade brasileira e especialmente à sociedade do Rio de Janeiro.
Vejamos, então, o que está acontecendo agora no Brasil, particularmente no Rio de Janeiro, que o mundo todo está assistindo estupefato, sem acreditar no que está vendo!
Apenas uma palavra responde: Guerra - uma verdadeira operação de guerra militar do Brasil, com emprego máximo do poderio bélico militar nacional;
Este poderio bélico militar das Forças Armadas que estão sendo empregados no Rio de Janeiro são originalmente destinados exclusivamente para a defesa nacional, em conflitos bélicos internacionais, valendo dizer que convenções e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário proíbem e condenam nos tribunais de guerra o seu emprego contra alvos individuais e não militares;
A participação pessoal das maiores autoridades nacionais, começando pelo Presidente da República, Ministro da Defesa, Ministério da Justiça, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Guarda Nacional, todos os Comandantes Militares, Governador do Estado, Secretário de Segurança Pública, e todas as demais autoridades do estado do Rio de Janeiro
Apenas uma pergunta:
Esta guerra militar com emprego conjunto das Forças Armadas e polícias nacionais é contra que inimigo?
Contra um poderoso país inimigo e invasor?
Contra a comunidade internacional que veio nos roubar as praias do Rio de Janeiro, antes de nos roubarem a Amazônia?
Contra os terroristas da Al Qaeda do Bin Laden & “amigos”, que sempre estão descansando no Brasil, a passeio?
Resposta:
Nenhuma das anteriores, pois esta é uma guerra de proporções nunca vistas no país do Brasil contra si mesmo. Puro colapso e autodestruição.
O magnífico Nelson Rodrigues está mais uma vez de parabéns, pois já diagnosticou nosso país, há décadas, quando disse:
“Subdesenvolvimento não se improvisa. É uma obra de séculos”
Mas, o que se vê é que brasileiros e cariocas estão satisfeitos e felizes com essa guerra porque entendem que estamos, enfim, vivendo a esperança de uma solução.
O que você acha?

DIREITO PENAL DO AMOR

Artigo de Fábio Galindo

Vendo as imagens da guerra urbana vivida no Rio de Janeiro, que revelam uma sucessão de atos atrozes os quais atentam diretamente contra os irmãos cariocas, mas chocam toda a sociedade brasileira, demonstrando os caminhos que estamos trilhando e o que nos espera no futuro próximo, confesso, para a minha própria surpresa, que não mais me assusto, por uma razão muito simples. A lide forense na seara criminal me faz vivenciar esse cotidiano, em menor grau que a concentração vivenciada pelos co-irmãos cariocas, mas de mesma intensidade, pois uma coisa é fato: o crime está encalacrado na cultura e na memória da sofrida sociedade brasileira e recebe fortes estímulos para crescer e ganhar musculatura. Isso é fato. O crime grassa e aumenta em progressão geométrica no país, pois alimentado nas duas pontas: a miséria social em que vive a maior parcela dos criminosos, desprovidos de ações de estado que retire o povo do limbo aliada à timidez no combate à criminalidade. Quanto a esta, temos o dever de deixar o rei nu. Na seara do direito criminal, de 1988 para cá, após o advento da Constituição Brasileira, alguns juristas, intérpretes da lei, ou maliciosamente, em causa própria, ou de modo inocente, mas para estarem na moda, começaram a lançar um movimento denominado Direito Penal Mínimo, Direito Penal Moderno, Direito Penal Constitucional (em uma visão estrábica e interesseira da Constituição). Para estes “estudiosos”, aqueles que não rezam nesta cartilha, que lutam por um tratamento penal mais rigoroso para os criminosos perigosos, violentos, que violam com seus crimes os laços mais elementares de fraternidade, de convívio social minimamente harmônico, são rotulados de “nazistas”, implacáveis e defensores de um tal Direito Penal do Inimigo, como rotularam. Pois é, caro amigo, a moda pegou. Ganhou coro nas academias de direito e recebe aplausos em palestras, ganhando cada vez mais destaque nos manuais utilizados no curso de Direito Penal e Processual Penal ministrados pelo Brasil. Sob esse mesmo impulso, o Conselho Nacional de Justiça, com a aquiescência do Conselho Nacional do Ministério Público, vejam, passou a fazer mutirões carcerários para tirar dos “calabouços e masmorras” dos Estados da Federação, milhares de “inocentes” presos “injustamente”, gabando-se de ter libertado 27.855 presos e concedido 48.873 benefícios, segundo os dados oficiais. O Processo Penal dito “constitucional”, em que a prisão é excepcionalíssima e a liberdade do criminoso é quase absoluta, faça o que fizer o latrocida, o homicida, o traficante, o estuprador, também virou moda, e ninguém pode ser preso senão depois do caso definitivamente julgado, o que leva, em média, 10 ou 15 anos. Após algumas operações de sucesso da Polícia Federal e do Ministério Público, que desarticularam quadrilhas de colarinho branco, prendendo e punindo poderosos de todos os matizes, pseudoempresários de sucesso que parasitaram o estado por décadas, famílias aristocráticas nunca antes sujeitas à lei, políticos do mais alto escalão e autoridades de todos os poderes, saiu no Supremo Tribunal Federal a pérola de que estávamos vivendo em um Estado Policial, um Estado de Exceção em virtude do excessivo rigor que o crime estava sendo combatido e, caso a Suprema Corte não se levantasse contra os supostos abusos, como a última tábua de salvação, as garantias dos cidadãos de bem e o Estado Democrático de Direito corriam sério risco. Pura balela e manipulação infeliz do que pretendem, em essência, a Constituição e o Estado Democrático de direito. A interceptação telefônica, que serviu como poderoso instrumento de combate ao crime em grandes investigações serviu de bode expiatório, foi a “bola da vez”, e então grande parte dos homens da justiça, encastelados nos Tribunais, passaram a limitar, demasiadamente, esse meio de prova, que corre sério risco de extinção. O Poder Executivo Federal, isso mesmo, o Presidente da República, assinou, por anos seguidos, indultos natalinos, que colocaram milhares de bandidos nas ruas para desfrutarem do “nascimento do filho de Davi” em liberdade e, via reflexa, obrigaram os cidadãos de bem a trancarem-se em suas casas e redobrarem a cautela para, ao menos, passarem o natal vivo, com suas famílias. O Supremo Tribunal Federal, recentemente, admitiu, com efeitos para todo o país, que um traficante possa cumprir pena prestando serviços comunitários. Estamos em plena guerra urbana e o que se vê, ao menos em nível de futuras alterações legislativas e nos salões dos Tribunais superiores são teorias cada vez mais libertárias, com maiores benefícios para os criminosos, numa tendência quase irreversível de enfraquecimento das instituições de segurança pública e dos instrumentos de combate ao crime. É quase um convite à delinqüência. Nunca antes na história desse país, parafraseando o timoneiro-mor do Brasil, se viu conjugado o verbo delinqüir em todos os tempos. É a criminalidade do passado, do presente e, infelizmente, do futuro da nação. Não precisa ir longe nem ser doutor em direito penal para fazer um diagnóstico do cenário em que vivemos: O Código Penal Brasileiro é de 1940 e o Código de Processo Penal Brasileiro é de 1941. Isso mesmo. Literalmente do século passado. O problema é que a dinâmica social é assustadora, o crime de hoje não é o crime passional do Rio de Janeiro da bossa nova. Tais leis, nem de longe, se prestam para reger a sociedade em que vivemos. O processo penal padece de grave crise de efetividade, não acaba nunca, não se aplicam penas definitivas e, quando se aplicam, logo surge um rosário de recursos ou dezenas de benefícios a que o “reeducando” tem direito. Alguém aqui acha que esses facínoras que aterrorizam o Rio de Janeiro são réus primários? Claro que não. São conhecidos antigos da Justiça Penal, mas certamente foram beneficiados por uma liberdade provisória, uma saída temporária, um habeas corpus, uma nulidade plantada, uma progressão de regime prisional, uma saída temporária, o direito de recorrer em liberdade, etc.... Isso parece o prenúncio do apocalipse, mas basta você ligar sua televisão que não verá outro cenário. Noticias do meio da semana dão conta que 25 pessoas morreram e 96 veículos foram incendiados na guerra civil carioca, menos que no Iraque e no Afeganistão na mesma época. Pois é, meu caro amigo. Eis a atual Política Criminal que ilumina os próceres do legislativo, os juristas de laboratório e os não menos ilustres operadores do direito que conferem interpretações judiciais benevolentes por serem denominadas modernas, contemporâneas. E quando se olha adiante, o cenário é ainda mais desesperador. Nessa linha dita “moderna”, do direito penal e processual penal ditos “constitucionais”, os juristas, que não passam de falsos profetas, deram aos direitos e garantias fundamentais” as interpretações que melhor lhes aprouveram, para as suas teses, para as suas defesas, para os seus livros, esquecendo-se que a lei e sua interpretação se destinam à reger a vida em sociedade. A santificação dos “direitos e garantias dos réus”, fruto dos ideais libertários, consagrou uma nova era, a era do Direito Penal e Processual Penal do Amor. Os direitos e garantias individuais que, na história, um dia, serviram para proteger a sociedade contra julgamentos encomendados, contra abusos ilimitados do rei, que foram pensados e sonhados pela sociedade francesa, sob os auspícios do iluminismo, durante a Revolução em 07 de julho de 1789, e justificavam-se à época, visto que a realidade histórica era de miserabilidade absoluta e negação de direitos mínimos da maioria esmagadora da sociedade francesa, com abusos da burguesia, nobreza e da família real, são utilizados, dois séculos depois, para acoitar bandidos. Será que nossas esperanças no país do futuro serão correspondidas pelo deputado federal mais votado do Brasil, Francisco Everardo Oliveira e Silva, o humorista Tiririca? Será que, num passe de mágica, ele irá capitanear, em nome dos seus eleitores e de toda a sociedade brasileira, uma cruzada de combate à criminalidade organizada no glorioso Congresso Nacional? O cenário é preocupante. É isso, mas ninguém tem coragem de falar, pois a tropa de choque já tem o discurso pronto: é um acusador sistemático, sem humanidade. É um retrógrado, ultrapassado. É um nazista, que rasga a Constituição. Mas a Constituição, como manda seu preâmbulo, se destina a reger uma sociedade em harmonia, e o crime, hoje, tem balançado as estruturas da sociedade e colocado em xeque a própria existência do Estado. Eu tenho o direito de não ser assaltado, não ser morto por motivos banais, não ter meu filho violentado sexualmente, não ficar na mira de um revólver empunhado por um facínora. Isso é o mínimo que se deve assegurar à família brasileira, custe o que custar. Já são muitos os Joãos Hélios, os Tim Lopes, as Eloás, as Isabellas. Marcinho VP, Elias Maluco, Fernandinho Beiramar, Marcola, Cacciolla, Pimenta Neves tornaram-se heróis nacionais, símbolos de um sistema penal fracassado, que agoniza de joelhos frente a criminalidade impiedosa. Se o bandido tem direitos, o cidadão honesto e a sociedade ordeira também o tem e, na ponderação de valores, na balança da justiça, estes devem preponderar sobre aqueles. O fogo na casa do vizinho é ameaça de fogo na nossa casa. O caos do Rio de Janeiro, em pouco tempo, não será “privilégio” dos cariocas, mas se hoje já é vivido em menor escala em todo o país, logo se replicará se não se mudar o rumo drasticamente. É hora de os responsáveis pelos rumos do país tomarem as rédeas. O combate frontal ao crime no Rio deve ser uma oportunidade ímpar de mostrarmos uma face esquecida deste Brasil: um país que tem homens e mulheres, em sua imensa maioria, de bem. Um país no qual transgressões, de grande ou pequena monta, são punidas com rapidez, eficiência, de modo exemplar, na exata medida de seu impacto social. Um país em que se respeitam os direitos, mormente, daqueles que são cumpridores de seus papéis sociais. Um país no qual as autoridades, especialmente os pensadores e intérpretes da lei, cumpram fielmente a única missão que a Constituição verdadeiramente lhes delegou: a proteção incondicional da sociedade. Que sejam criados instrumentos capazes de fazer frente a essa criminalidade que granjeia. Que o Judiciário dê resposta às palavras de desespero que emanam das ruas. Que a leitura de uma sentença, de um acórdão, possa silenciar o estrondo da rajada de um fuzil. Como dizia um antigo professor, cujas lições são muito atuais, o Direito Penal é punitivo mesmo, por excelência, e toda e qualquer forma de se tentar maquiar esta realidade é uma utopia, que fica bem nas academias de direito, mas não casa com a realidade. Recuperação social, reeducação, prevenção, são fundamentais, mas devem ser precipuamente analisadas e tratadas no estabelecimento e execução de políticas públicas de fortalecimento social. O resto é retórica, é romantismo penal. Onde será que estão os ferozes defensores do Abolicionismo Penal, do Direito Penal Mínimo, do Direito Penal do Amor? Se no Rio de Janeiro, trancados em suas casas, protegidos em bairros nobres, resguardados em seus carros blindados, sob pena de sofrerem um disparo de fuzil contra sua cabeça ou serem queimados em plena via pública. Realidade é isso. Já diz o ribeirinho do rio São Francisco: quer fazer justiça, basta colocar-se no lugar do outro. E não adianta me chamar de oportunista, pois o que retrato aqui, é o que sustento diuturnamente na lida criminal, de combate ao crime, como Promotor de Justiça – sentinela avançado na defesa da sociedade. Mas não basta as lideranças agirem pois, é fato mais que provado que os representantes só agem quando os representados os impelem a tanto. As ações não devem ser somente dos detentores de poder (executivo, legislativo e judiciário). Talvez o maior erro seja nosso que, na qualidade de mandantes, não cobramos dos mandatários, até porque, a sociedade não sabe bem o que cobrar. Não sabemos o que queremos. Não há bem delineada no país, sequer, uma política nacional de segurança pública. As contingências do poder, as nomeações por apadrinhamento, as substituições sucessivas de ministros e secretários de estado, dão solução de continuidade à algo que deveria ser perene, permanente. É postulado comum que “quem não sabe o que quer, não reconhece quando encontra”. Não sabemos o que queremos, ou, quando sabemos o que (segurança), não sabemos como alcançá-lo. A sociedade brasileira nunca discutiu à fundo essa chaga. Somos cidadãos acomodados. Não cobramos. Não vamos às ruas protestar contra leis absurdamente elaboradas, contra escândalos e mais escândalos, contra mensaleiros e esquemas, contra o crime que se espraia por todos os cantos e encontra seu principal terreno fértil no coração do cidadão individualista. Nunca ocupamos o Congresso Nacional pedindo um basta. Só temos vontade de fazê-lo, quando um dos nossos é vitimado. Apenas olhamos para nossos interesses e, se estão bem, o resto deixa pra lá, e nesse pensamento, o todo, o coletivo, paga um preço cada vez mais caro. A crise, na verdade, é de egoísmo, de individualismo, que tem sepultado preceitos básicos de vida coletiva, em sociedade, no qual o respeito ao direito do outro equivale ao respeito ao meu direito. Definitivamente. Se vis pace, para bellum!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mensagem aos jovens

Artigo de André Soares, publicado no Jornal Correio Braziliense


“O que você vai ser quando crescer?” continua a ser a eterna pergunta direcionada aos jovens que atualmente merece uma atenção especial. No passado, há aproximadamente duas gerações, a solução significava o desafio da conclusão do ensino superior. A partir daí, a vida profissional e financeira estava praticamente resolvida, pelas significativas possibilidades de emprego satisfatório para aqueles bem preparados, que não raro permaneciam na mesma organização até a merecida aposentadoria. Todavia, o cenário atual está completamente diferente e desfavorável. Não se engane, se o Brasil está sendo anunciado como uma das novas potências mundiais, esse futuro alvissareiro, caso se concretize, será promissor para poucos. Isso porque nosso país está seriamente contaminado por graves problemas, inseridos numa conjuntura psicossocial instável, os quais determinarão o nosso futuro, inevitavelmente. Essa é a razão pela qual os jovens precisam conhecê-lo desde já, a fim de não comprometerem seriamente o futuro de suas vidas. Se você é jovem, pretende ter uma vida independente, produtiva e feliz, então conheça melhor o mundo em que está vivendo e o futuro que te espera.

Inicialmente, ingressamos na denominada “era do espírito”, caracterizada pela crescente epidemia de transtornos e doenças mentais, já devidamente alardeada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Se no tempo de nossos avós o estresse era pouco comum e a depressão, por ser desconhecida, muitas vezes não era diagnosticada e considerada como “chilique”; hoje, o estresse já contaminou a todos, inclusive as crianças. E quanto à depressão, quem ainda não a teve - terá, certamente. Tudo isso é conseqüência, dentre outros, da fragilidade psíquica das pessoas, que estão cada vez mais inseguras e perdidas, incapazes de conduzirem autonomamente suas próprias vidas. Nessa conjuntura, já é corriqueiro a dependência permanente dos filhos junto aos seus pais. Assim é que, contrariando a ordem natural da própria vida, verifica-se a tendência de muitos filhos, já adultos, construindo suas vidas, constituindo família, com filhos, desempregados e acumulando problemas, porém completamente dependentes da assistência financeira e até psicológica dos pais, cada vez mais idosos.

Quanto ao cenário profissional, a mera conclusão do ensino superior não é mais garantia de emprego, como no passado recente. Nem a pós-graduação, nem o mestrado e o doutorado; pois, atualmente, não há mais essa garantia. É certo que a realidade profissional de hoje exige profissionais cada vez mais preparados, sendo o elevado nível da qualificação acadêmica um importante diferencial curricular. Todavia, não basta ainda ao profissional obter elevada titulação, estudando por toda a vida; pois no mercado de trabalho prevalece o importante diferencial competitivo da experiência, que não se aprende nos bancos escolares. É importante lembrar que a dinâmica da produção da informação e do conhecimento fez com que todos os cursos passassem a ter “prazo de validade”; pois, hoje, em no máximo 10 anos de estagnação, qualquer profissional já está desatualizado e desempregado. Essa instabilidade profissional do setor privado é um dos motivos que levam milhões de brasileiros a apostarem suas vidas numa eventual aprovação em concursos públicos (os “concurseiros”), visando à comodidade da tão desejada estabilidade do serviço público, que tanta ineficiência causa às nossas instituições. Contudo, como o número de candidatos é exponencialmente superior ao número de vagas, somente poucos conseguirão, gerando um passivo crescente da esmagadora maioria de candidatos que, por mais que tente, nunca passará nesses concursos.

Não bastasse o desemprego ser o grande pesadelo dos profissionais de hoje, outro já se tornou realidade – a previdência social. Você, que é jovem, nem sabe muito bem o que é isso. Essa questão é tão complexa que nem os adultos a entendem corretamente e poucos são os especialistas que dominam esse assunto. Para sintetizar a realidade da previdência social no Brasil, faço minhas as palavras de um grande especialista, que diz:

“Quem se aposentou, aposentou. Quem não se aposentou, não aposenta mais!”

Isso porque a aposentadoria é concedida atualmente aos 60 anos para as mulheres e aos 65 anos para os homens. Lembre-se que a expectativa de vida no país é pouco mais de 70 anos. Assim, por exemplo, a realidade da maioria dos homens no Brasil é pagar a previdência por toda a vida, se aposentar aos 65 anos e morrer aos 70, vivendo o pouco mais de 5 anos do final de suas vidas com uma aposentadoria miserável. Todavia, o deficit previdenciário no país já é tão grave que com os custos crescentes decorrentes da elevação da expectativa de vida nacional conduzirá a que qualquer solução possível implique, inevitavelmente, em: aumento do valor da contribuição, e/ou aumento do tempo de contribuição, e/ou aumento da idade mínima para a aposentadoria; ou o mais provável - as três alternativas juntas. Acresça-se que, atualmente, autoridades e governantes já recomendam a realização de uma previdência privada complementar. E você ainda acha que vai se aposentar?

Portanto, ao contrário do discurso oficial, a trajetória de colapso de nossa sociedade é iminente, embora não seja evidente. Você, que é jovem, tem a possibilidade de construir melhor o seu futuro, diferentemente das gerações atuais, já condenadas. A boa notícia é que, como historicamente acontece, as grandes tragédias suscitam os melhores auspícios aos que, antevendo o futuro, são os mais inteligentes, os mais fortes, e os espiritualmente mais preparados.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O VOTO NO BRASIL

O VOTO NO BRASIL
Segurança Pública

Artigo de Paulo Roberto Vertikal


Assistimos um episódio interessante da historia da Republica no Brasil, o exercício do voto esta tomando cor. De um lado, uma protagonista, representante de um programa de gestão sustentável de governo, era conhecida apenas como: “Seria uma boa opção mas, não vai ganhar” “A menina pobre e sem recursos que logrou êxito, estudou e se elegeu Senadora” Mas a verdade foi outra. Ela suplantou isso, tornou-se o fenômeno Marina.
Esse fenômeno mexeu com o cerne político brasileiro, com a decisão do voto em favor da situação, já no primeiro turno e acirrou o ânimus de caciques políticos Brasil a dentro, alem claro, de ter cristalizado o conceito de pesquisas de intenção de voto dos renomados Institutos.
O circulo político não assume por desconhecimento ou não ter ficado claro a manifestação da opinião pública se o fenômeno Marina Silva e sua obtenção de mais de 20 milhões de votos se deu por uma “terceira via” ou um viés voto de protesto em face a insatisfação da opção pelo eleitor.
Dias antes, na época das eleições o GLOBO publicou na internet que o candidato Jose Serra tinha 66% de aceitação do publico em função de seu governo em São Paulo, contra 24% de reprovação; já Dilma Rousseff 60% contra e 40% de aprovação. Todas as pesquisas apontaram para uma vitoria no primeiro turno, depois um quase empate seguindo para o segundo, mas nenhuma previu o fenômeno.
A analise que fazemos, deixa claro três pontos importantes: Primeiro, que qualquer um dos candidatos vitorioso no segundo turno haverá de passar criteriosamente seu governo sob lupa diante da opinião pública, do eleitor e da mídia; o segundo, deixou no ar uma mancha que virtual que dividiu o pais em duas partes Sul Sudeste e Norte Nordeste; já o terceiro e mais importante é um clima de amadurecimento do eleitor brasileiro que começa a se aflorar.
Entretanto, o ponto central é que NÓS brasileiros “ainda não sabemos votar”, não me refiro apenas sob o ponto de vista filosófico, político ou sectário, mas técnico.
Faça uma experiência, pergunte a seu colega de trabalho, professor ou colega como funciona o voto na proporcionalidade. O que é Distritão ou Voto Distrital Misto e você vai se surpreender.
Nós não sabemos votar e ponto, não são apenas os menos cultos que não sabem como se imaginava antes, integrantes das varias classes sociais e culturais NÃO SABEM VOTAR.
Sem fugir do foco, presenciamos o esperado sucesso do Filme Tropa de Elite II, protagonizado pelo ator Wagner Moura e dirigido por José Padilha, esse filme ainda esta em cartaz, em pouco tempo, já atingiu um público de mais de 23 milhões de espectadores.
Ficção à parte, o que temos que ‘analisar’ do cruzamento dessas informações? Simples, o que espera e deseja o cidadão brasileiro. Novidade, uma solução factível e consistente sobre os problemas relacionados à drogas e da segurança pública... Arrisco um palpite, caso o personagem Cap. Nascimento se candidatasse ao mais alto posto da hierarquia da nação, faria tanto barulho quanto Marina ou mais !!! Isso se não ganhasse.
Uma fatia ideológica importante sob os acirrados olhares políticos.
O mais informados e entendedores, por minimamente conhecedores da ciência política, sabem que não é o personalismo de um presidente da república que mudaria diametralmente em direção oposta o rumo de uma nação com a envergadura política e estratégica a que se presta o Brasil, do contrario a República e a Democracia não se justificariam.
Está claro que a sociedade quer mudanças. Não somente àquelas como preconizaram os candidatos já no ‘desespero’ do segundo turno ao correr atrás de ECOVOTO e CLERIGOVOTO.
Tropa de Elite II e seus mais de 23 milhões “votos”, que alias não para de crescer porque a contagem não esta encerrada, também é um forte gancho para os GOVERNANTES desse País entenderem que precisamos de Lideres Estadistas, precisamos de direção e comando. Um Lider.
Os meios midiáticos no inicio foram céticos com o Tropa 1, alias todos foram, mas seus reconhecidos centros de inteligência e informação, descobririam antes, o sucesso para lançar programas policiais, minisséries e filmes com essa tendências, tudo para atingir seu alvo, AUDIENCIA.
Por que não aproveitar essa onda e resgatar o moral de nossas Policias, com mudanças e quebra de paradigmas, não mais com a carga exaustiva das palestras motivacionais e do contínuo esforço de seus COMANDOS ou DIRETORES para que aqueles que assistem saiam como entraram, é sempre a mesma coisa !!!
É necessário saber ‘aproveitar’ hoje mais do que NUNCA, é necessário um plano de reformulação da forma de fazer Policia no Brasil como um Plano Diretor, de carreira, capacitação, qualificação, em outra palavra, GESTÃO EMPRESARIAL ESTRATÉGICA e conseqüente motivação para seus agentes.
Os Batalhões de Policiais Ostensivos que atuam na prevenção estão gerindo mal o seu expediente de seus homens e de seus materiais, estamos falando de Gestão, Liderança e Organização e Métodos, não de conduta policial.
Quando foi implantado na dedada de 80 o TCQ – Total Control Quality foi renegado e desacreditado no inicio pelos mais ortodoxos, que levou um norte americano entregar sua expertise ao Japão, e esse pais mais tarde devorasse a industria automobilística Estadunidense. Erros simples de Gestão Empresarial e Institucional ocorrem sem que se de conta dos estragos que provocam dentro e fora alem de alimentar o monstro ‘sistema’, mesmo com todas as informações e ferramentas disponíveis, insistimos em culpar esse ser etéreo [sistema], como se fosse uma terceira pessoa, um Sujeito Indefinido.
“Meu maior e pior inimigo, esta dentro de mim” disse Aristóteles predecessor de Alexandre Magno.
Diretores Gerais, Delegados, Comandantes estão hipnotizados pela tônica política, diria até pelo excesso de subserviência diante do poder da gravata dos palácios, onde o termo parceria seria o correto, “não para si” como se vê, mas à um todo e esse é o maior desafio.
Estamos exaustos, desgastados e atolados de ouvir e saber dos velhos problemas e mais exaustos ainda de culpar a terceira pessoa [sistema] ah.. sim, é mais confortável e cômodo. Todos são especialista e especializados e sabem bem o que fazer mas não sabem como fazer. Um choque de gestão, o correto seria uma única policia estadual onde se faria Academias Militares e as Academias de Formação de Investigadores, depois o agente segue às suas designações em conformidade com sua avaliação, investigação, repreensão, Intel. Nem que se tenha que reinventar o que já existe mas é necessário mudanças.
As instituições policias sofrem muitas influencias, importantes Instituições como Direitos Humanos repleta de acadêmicos querem atuar sem conhecimento prático do ato de fazer policia no Brasil.
O mais intrigante é que rasgaram já conjugação dos verbos repreender e prevenir por ostentar suavemente; o de punir por reabilitar, ou seja, mudam se normas e procedimentos, regimentos e regulamentos, mas não se muda o Código Penal. A função do Estado não é o de punir, dizem, o que significa Código Penal, caso o Estado não tenha a prerrogativa de punir, como ficam as cominações pedagógicas ?
A confusão não para ai, as então Policias Investigativas, hoje adocicadas são chamadas de Policias Judiciárias, e são insistentes porque não se permitem oxigenar como fazem ‘um pouco melhor’ as Policias Militares e suas trocas de comandos. Não há lógica, há bairrismo e interesses, que não se sustentam quando visto do ponto central Gestão Empresarial aplicada à Instituições.
Quem tem o mínimo de informação sabe que não há força contra o estado democrático de direito, do lado de dentro ou fora, nem crime organizado, mas também sabe que não é fácil “extirpar” as conhecidas partes podres, mas NÃO É IMPOSSIVEL, basta voltar um pouco na historia e encontre as respostas, SIMPLES.
Precisamos produzir lideres, necessitamos urgente motivar os bons que ainda restam !!! Ampliar os planos de carreiras policiais e oxigena los. Retomar o orgulho funcional e o moral das tropas e Agentes de Estado APROVEITANDO SE dos meios midiáticos.
As maiores e mais bem equipadas policias do planeta fazem isso, utilizam todos os meios possíveis, midiáticos internet e outros porque nós não o faríamos. Implemente cursos de reciclagem e aperfeiçoamento de oficiais, praças, delegados e investigadores veja os homens os Agentes que o Brasil produz, dentre os melhores de todas as policias internacionais.
Nossa Policia esta obesa, com o colesterol alto e com taquicardia e ninguém faz nada por que? Espera que OUTRO o faça ?. Há homens que não cabem nos seus coletes balísticos, as fardas são horríveis e antiquadas, cheirando naftalina das republiquetas tupiniquins, desatualizadas, até os procedimentos de abordagem mudaram. Os comandados e dirigidos sabem disso mas não entendem os porquês, o que resulta em desvio de conduta ou se não resulta lamentavelmente incentiva ... Erro de comunicação de método e elucidadação
Voltando ao tópico inicial, uma coisa esta bem clara, o Governante que conseguir resgatar isso dentre outros problemas cruciais como educação, saúde e saneamento, será um verdadeiro líder e saberá gerir de forma ‘inteligente’ e progressiva essa máquina da Segurança Pública, que pode ser um exemplo para o nosso estado e para outros, quiçá ao mundo, ganhará além do seus votos e seus colegiados, os votos de tanto quanto o filme Tropa de Elite II ira trazer e de sobremaneira exponencial e provar assim que, mais uma vez a realidade imita a ficção, e que ser Líder e Estadista é para poucos Escolhidos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A “Inteligência da preguiça”

Artigo de André Soares - 18/11/2020



A preguiça é uma virtude. Porém, como a imensa maioria das pessoas não sabe empregá-la, degenera-a em defeito. Na verdade, a preguiça é uma defesa, à semelhança do nosso sistema imunológico. Assim, se o sistema imunológico nos protege de organismos nocivos invasores, a preguiça nos protege preservando algo que temos de muito valioso - nossas energias.

Um excelente exemplo nacional sobre o emprego da “Inteligência da preguiça” é a sabedoria do povo baiano. Todavia, essa é uma virtude mal compreendida pela cultura popular, que considera a preguiça do povo baiano um defeito. Ledo engano! O baiano, ao contrário, é um povo virtuoso e, provavelmente, o mais ativo do mundo. E quem “pagar prá ver” perderá, pois o baiano é imbatível.

Duvida?

Então, responda:

Um atleta maratonista é preguiçoso?

Claro que não, dirão todos!

Ao contrário, raríssimas são as pessoas que conseguem correr uma prova de maratona, pois alguém que corre 42.195m é uma pessoa muito especial, possuidora de invejáveis atributos físicos e morais, como força, potência, resistência, tenacidade, persistência, coragem, determinação... e tantos outros.

Pois, o baiano é ainda muito mais - o baiano é um atleta do carnaval.

Você já “pulou carnaval”?

Quer competir com o baiano?

Só se for outro baiano, ou pessoal do nordeste; pois se no Brasil, que é o país do carnaval, essa festa dura 4 dias, no Nordeste e principalmente na Bahia dura o ano todo. Só no período da data oficial o carnaval dura semanas, ininterruptas, em que o povo baiano festeja diuturnamente, sem parar, com uma disposição física e mental incomparável. E o mais importante – “é só alegria!”

E você ainda acha que o baiano é preguiçoso?

A preguiça, empregada inteligentemente, é o nosso mecanismo natural que nos permite poupar energia para concentrá-la produtivamente somente no que é fundamental, crucial e prioritário em nossas vidas. Caso contrário, dispersaremos e desperdiçaremos nossa preciosa energia em outras atividades menos importantes e desnecessárias, tomados pela pressão social que nos impõe inúmeras tarefas, na qual a maioria das pessoas se deixa levar pela insanidade de querer fazer tudo - e isso é impossível. Pessoas assim sucumbem extenuadas, como um viajante perdido no deserto, caminhando em várias direções, sem chegar a lugar algum.

O maratonista e o baiano, diferentemente, sabem onde querem chegar, traçam seus objetivos e os alcançam, orientados pela “Inteligência da preguiça”, condição fundamental para o sucesso, por viabilizar a consecução de nossas potencialidades.

Qual o segredo da “Inteligência da preguiça”?

O segredo está na estratégia, e a estratégia é ter foco.

Ter foco é concentrar-se decisivamente em prioridades - apenas nas prioridades.

É isso o que o maratonista e o baiano fazem excepcionalmente, empregando a “Inteligência da preguiça”, que implica realizar com maestria duas ações fundamentais:

1. Eleger suas prioridades. E prioridades só são prioridades se forem poucas.

2. Concentrar suas energias exclusivamente nelas.

Portanto, se a vida é o bem maior que se pode ter, por outro lado, sendo ela finita, é evidentemente impossível a realização de tudo o que se quer. Contudo, é possível vivê-la com felicidade, realizando-se plenamente. Nesse sentido, a sabedoria da “Inteligência da preguiça” é um valioso ensinamento.

E os baianos estão de parabéns!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cartilha de Segurança Institucional

"Segurança Institucional - cartilha"

Conheça a cartilha de Segurança Institucional (clique para salvar).



André Soares é Diretor-presidente Inteligência Operacional

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A Inteligência da “mediocridade”

Artigo de André Soares – 15/11/2010

Vivemos numa era de euforia por lideranças, pois todos querem e são líderes.
Se você é um deles, boa sorte!
Mas, pense bem, ser o líder é uma estratégia inteligente?
Se você respondeu que sim, errou; pois a resposta certa é depende; porque há certas situações em que ser o líder é, ao contrário, a pior estratégia.
É por isso que, na história da humanidade, há líderes e “líderes” porquanto o verdadeiro e autêntico líder sabe exatamente quando não vale à pena exercer a liderança, devendo decliná-la aos medíocres.
Veja, como exemplo, a história política contemporânea do nosso próprio país, repleta de “líderes”, os quais são exaltados à toda sociedade pela mídia em geral e ensinados aos nossos jovens nas escolas e universidades, consagrados como grandes “lideranças” da nossa história oficial.
Ledo engano acreditar nisso porque na sua história real o Brasil sofre há décadas pela ausência da verdadeira e autêntica liderança no cenário político nacional, sendo esses “líderes” oficiais, verdadeiramente, pseudo líderes.
Não se esqueça que líderes são pessoas inteligentíssimas e sempre estão muito à frente do seu próprio tempo, antevendo a realidade em que vivem. Por isso, dentre outras, uma de suas estratégias fundamentais é a de escolherem seletivamente os seus liderados, nunca aceitando serem escolhidos por eles. Isto porque líderes não compactuam com a mediocridade por saberem que a verdadeira e autêntica liderança não é possível de ser alcançada liderando-se medíocres. Assim, ao não encontrarem as reais condições para exercerem suas lideranças, os verdadeiros e autênticos líderes simplesmente se recolhem, deixam de se manifestar, cuidando para não ficarem em evidência, pois sabem que não é o momento de serem revelados. Sabendo também que o universo da mediocridade vive a realidade do fracasso, retiram-se dando espaço a que os oportunistas de plantão se ocupem de “liderar” esses exércitos de medíocres, conduzindo-os ao infeliz destino que os espera.
Assim, nessas condições, paradoxalmente, os verdadeiros e autênticos líderes acabam por encontrar sua melhor proteção escondendo-se no universo da própria mediocridade que tanto detestam. Todavia, não fazem isso passivamente, pois estão silentemente construindo a verdadeira e autêntica liderança que renascerá repentinamente, ingente e vitoriosa.
É assim que nascem as grandes revoluções, a exemplo da Revolução Francesa, comemorada como um dos mais importantes marcos históricos de libertação dos povos, cujo episódio da Tomada da Bastilha representa perfeitamente a Inteligência da “mediocridade”, pois ali é que se revelavam os verdadeiros e autênticos líderes da nova era que nascia.
Portanto, ao olhar a conjuntura atual do Brasil, repleta de “líderes” de ocasião a conduzir nosso país ao infortúnio, a única esperança é desejar que a avassaladora mediocridade que domina nossa sociedade esteja a encobrir a eventual existência de uma inteligência silente que seja a verdadeira e autêntica liderança. Todavia, não se esqueçam que, nessas condições, o nascimento de uma nova era sempre demanda elevado custo, pois a atual exaltação que se faz hoje à Revolução Francesa e à Tomada da Bastilha é a comemoração do que foi, verdadeiramente, uma guerra fratricida, banhada num oceano de sangue que se esvaiu do coração da nação francesa.

domingo, 14 de novembro de 2010

Saber pensar III – Manipulação II – a Comunicação

Artigo de André Soares - 14/11/2010.

“Muito cuidado com as palavras!”
Por que?
Raciocine: As palavras são o principal instrumento da comunicação; e a comunicação, por conseguinte, é o principal instrumento de manipulação humana.
Logo: “Muito cuidado com as palavras!”
Ainda duvida?
Lembra-se, ou já ouviu falar, do Holocausto?
Pois, a humanidade desespera-se até hoje só de pensar no poder da supremacia ensandecida de Hitler sobre o povo alemão, que os conduziu ao patrocínio de um dos maiores extermínios de vidas humanas da história, na segunda guerra mundial. Pois, se Hitler subjugou impiedosamente seus inimigos com o poder destruidor de sua máquina de guerra; diferentemente, Hitler subjugou o povo alemão à sua vontade, dominando suas mentes. Para dominá-las empregou outra máquina de guerra cujo arsenal bélico era fulminante. Suas armas? O poder avassalador da comunicação - e das palavras. Tamanha a importância estratégica da comunicação para Hitler, visando à manipulação das mentes alemãs aos propósitos do Nazismo, que nomeou como comandante dessa operação psicológica o Ministro da Propaganda do Terceiro Reich, Joseph Goebbels, homem mais poderoso da era Nazista, depois de Hitler. Assim, manipulando a comunicação por meio das palavras, Hitler dominou e conduziu toda uma nação ao enfrentamento de uma guerra mundial com o objetivo de conquistar o mundo. E quase conseguiu.
E você ainda acha que não deve tomar muito cuidado com as palavras?
Contudo, Hitler não foi o primeiro nem o último a usar o poder das palavras e da comunicação para manipular pessoas. Na verdade, todos fazem isso, desde os primórdios, inclusive os que o negam. Porém, o que realmente importa é a eficiência dessa manipulação; que só é alcançada pelos que, a exemplo de Hitler, dominam essa especial expertise.
Como isso funciona?
Toda a manipulação humana, por meio da comunicação, se desenvolve a partir do seu princípio fundamental, que é:
“Você pensa o que você diz, e você diz o que você pensa.”
Se você se dedicar a estudar profundamente esse princípio ficará deveras impressionado como ele é verdadeiro – e funciona. E exemplos não faltam para ilustrá-lo, principalmente no mundo cada vez mais globalizado em que vivemos, como a propaganda comercial, a religião e a política.
Portanto, muito cuidado com o que você ouve e com o que você diz porque tudo isso afeta diretamente o raciocínio e a forma de pensar.
Quer um exemplo?
Pare de chamar a sua “querida” companheira de “dona encrenca”; e passe a tratá-la como, “meu amor”, “minha vida”, ou “minha paixão” (mesmo que seja mentira); e você verá a enorme transformação que ocorrerá (na sua companheira e em você mesmo).

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

“Si vis pacem, para bellum” - II

Artigo de André Soares – 11/11/2010

Uma mensagem filosófica conta a história de uma pessoa que pediu a um sábio que lhe transmitisse um grande ensinamento de vida. O sábio lhe entregou duas mensagens lacradas, dizendo-lhe laconicamente que somente as abrisse no pior e no melhor momento de sua vida, respectivamente. A pessoa retirou-se deveras decepcionada com o silêncio do tal sábio e seguiu o seu caminho. Muito tempo depois, sua vida transformou-se num turbilhão de infortúnios, caindo em desgraça. Desesperada e perdida, sem ter a quem recorrer, essa pessoa lembrou-se, então, da sugestão oferecida pelo desacreditado sábio, resolvendo assim resgatar aquelas antigas mensagens, já esquecidas. Ao encontrá-las, abriu a primeira delas e a mensagem que ali estava dizia:

“Isso vai passar!”

Decepcionada mais uma vez, esperançosa que estava de encontrar ali sua salvação milagrosa, ao mesmo tempo, essa pessoa teve o ímpeto desesperador contido, pela reflexão suscitada pela lacônica mensagem, incitando-a à coragem de suportar a dificuldade e a dor que vivia naquele momento.

Assim, dia após dia, fortalecendo-se com a lembrança dessa mensagem, começou a reconstruir sua vida a partir do aprendizado que soube acumular com os próprios erros.

Desta forma, sua vida derivou-se gradativamente para um mar de alegrias e realizações. Algum tempo depois, feliz, extasiada e sentindo-se poderosa com o próprio sucesso que alcançou, a pessoa lembrou-se da sugestão oferecida pelo antigo sábio, a quem atribuía agora ter sido seu salvador. Resolveu, então, resgatar a antiga mensagem, também já esquecida. Ao encontrá-la e abrindo-a, leu o último ensinamento que dizia:

“Isso, também, vai passar!”

Que essa sabedoria sirva para iluminar a vida das pessoas que, a exemplo da sociedade brasileira, caminham às cegas na ilusão benfazeja do próprio destino; pois, da mesma forma, a sabedoria milenar nos ensina: “Si vis pacem, para bellum”, que significa: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra” – pois ela sempre vem.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A estratégia da estratégia

Artigo de André Soares - 10/11/2010



“Ou você tem a sua estratégia própria, ou você faz parte da estratégia de alguém” é uma expressão de autoria do renomado futurista norte-americano Alvin Toffler que retrata com precisão a relação de dominação existente no mundo. Ter uma estratégia pessoal pode parecer meio sem sentido para muitos, mas trata-se da definição do propósito de vida e de como alcançá-lo. Você tem um propósito de vida, não tem? Porque se não tiver, muito provavelmente você já faz parte da estratégia alheia.

A verdade verdadeira é que a maioria equivocada das pessoas, por considerar que viver é o único e melhor propósito, passa a vida vivendo por viver. Porém, sendo este um propósito em si mesmo, os que adotam essa infeliz estratégia estão, na verdade, desperdiçando a própria vida. Que assim seja!

Contudo, a minoria que tem um propósito de vida e uma estratégia para alcançá-lo não está necessariamente em situação mais vantajosa, pois que garantia há que alcançará seus objetivos?

Assim, a realidade é que ter uma estratégia em si não tem grande importância porque até os que vivem por viver também a têm.

Voltamos então à estaca zero?

Sim, porque o simples fato de se ter uma estratégia, por mais elaborada que seja, não significa que se obterá o desejado êxito. E para provar isso basta olhar a realidade à sua volta e verificar que no mundo somente pouquíssimas estratégias são vitoriosas.

Então, a grande pergunta é:

“O que as estratégias vitoriosas têm que as outras estratégias não têm?”

Resposta:

A “estratégia da estratégia”.

Significa que para se ter uma estratégia vitoriosa é necessário, evidentemente, ter uma estratégia para isso.

Confuso?

Nem tanto, porque todos imaginam haver algo, um diferencial, que conduz ao sucesso, que as estratégias bem sucedidas têm.

E há.

Para compreender, analise as estratégias das pessoas vitoriosas da história e identifique o que elas têm em comum, sob o ponto de vista estratégico, evidentemente. Uma indicação muito sugestiva é observar que a imensa maioria dos que se tornaram bem sucedidos elaborou sua estratégia de forma diversa e por vezes até diametralmente oposta a tudo e todos, muitas vezes contrariando o próprio consenso de sua época. Malucos? Foi o que todos pensaram. Em decorrência disso, muitos foram ridicularizados, hostilizados e até mortos. Evidentemente que, posteriormente, ao demonstrarem à humanidade todo seu sucesso, passaram a ser reconhecidos como grandes celebridades, muitos dos quais “post mortem”, infelizmente.

Ao contrário do que muitos possam supor, essas pessoas não chegaram onde chegaram por pura sorte, ou pela ação de forças ocultas. Esses vitoriosos não navegaram na escuridão, nem perambularam pela vida, aleatoriamente. Eles navegavam sim, mas por uma bússola diferente de todas as outras, que lhes dava a direção e rumo certos para o sucesso.

Você quer uma bússola dessas?

Então, aprenda o que eles aprenderam a fazer – ver o futuro.

É exatamente isso. A grande ‘sacada’, que na verdade foi o grande diferencial estratégico desses vitoriosos, foi a capacidade que tiveram de ver o futuro. E não se trata de uma visão sensitiva, divina, ou esotérica. Trata-se de uma visão de futuro racional e lógica. Ou seja, eles não vagaram procurando encontrar o sucesso, como faz a maioria das pessoas. Eles descobriram onde ele estava e o alcançaram antes de todos. Como fizeram? Simples – vendo o futuro.

Para exemplificar, citemos apenas um caso, por ser demais representativo e atual. Afinal, trata-se de um dos homens mais ricos do mundo – Bill Gates.

A biografia de Bill Gates revela que ele é possuidor de valorosos atributos pessoais, que são fundamentais e condição necessária, mas não suficiente, para a realização de grandes empreendimentos. Pois, o diferencial de Bill Gates que lhe permitiu a construção do seu império da Microsoft foi inegavelmente a sua estratégia de ver o futuro. E Bill Gates a viu mais de uma vez, certamente. Por exemplo, quando toda a comunidade científico-empresarial apostava no desenvolvimento de hardware, Bill Gates, ainda um jovem adolescente, apostou no desenvolvimento de software, ganhando rapidamente milhões de dólares. Posteriormente, novamente, quando toda a comunidade científico-empresarial apostava no desenvolvimento de computadores de grande porte, Bill Gates, muito tranquilamente, contrariou a todos, apostou no desenvolvimento de computadores pessoais e se tornou o homem mais rico do mundo.

Não é de surpreender que Bill Gates tenha conquistado o reconhecimento mundial como visionário, fazendo todas as suas conquistas parecerem muito fáceis.

Todavia, será que você pode ver o futuro, como Bill Gates e tantos outros conseguiram?

Poder, a princípio, pode.

Mas, você sabe como?

Então, saiba que sob o ponto de vista estratégico, a “estratégia da estratégia” pode ser resumida numa palavra – Informações.

Que informações?

Todas as que forem relevantes e pertinentes para o caso em questão. Mas, dentro desse universo, há um tipo de informação que representa a essência de “estratégia de estratégia”, e que obviamente, é de dificílima obtenção.

Trata-se da informação, crucial, relevante e pertinente, que todos querem, mas ninguém tem. E essa informação você terá que “descobrir”.

É graças à obtenção dessa informação “privilegiada” que permitiu a Bill Gates e a tantos outros verem o futuro. Portanto, eles não adivinharam o futuro – eles já, antecipadamente, o conheciam.

Como fazer para obter essa informação “privilegiada”?

Bem, como foi dito anteriormente, essa expertise “privilegiada” você terá que “descobrir”, pois quem realmente a detém dificilmente irá te ensinar.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Inteligência Operacional - Inimigos

Artigo de André Soares - 03/11/2010.



“Possuir inimigos é uma felicidade” – são palavras sem duplo sentido e sutilezas semânticas do incompreendido e grande filósofo Nietzche, dizendo exatamente que “ter inimigos é uma felicidade real”. Se a maioria absoluta das pessoas que pensa diferentemente de Nietzche não estiver errada, vale dizer que Nietzche também não está. Ou será que existe filosofia certa e filosofia errada? Deixando mais essa discussão para uma próxima oportunidade, o que aqui se coloca é entender que esse pensamento aparentemente insano tem uma lógica bastante coerente e eficiente, com profundas implicações na vida real; pois, acredite, ter inimigos é muito importante.

Para entendermos melhor, façamos uma analogia com a saúde.

Aqueles que disserem que “a verdadeira felicidade é não ter inimigos”, também estão dizendo que “a verdadeira felicidade é não ter doenças”, não é mesmo?

Porém, sabemos cientificamente que “a verdadeira felicidade é ter doenças”, pois um organismo que não as tiver padecerá, porquanto seu sistema imunológico, sem ‘inimigos’ para combater, se enfraquecerá gradativamente, até ficar completamente indefeso ante qualquer ameaça.

Não se esqueça que é exatamente a descoberta desse fundamento que permitiu à ciência o desenvolvimento das vacinas, que tantas vidas salva e sem as quais não teríamos a longevidade que hoje temos. Lembre-se, portanto, que ao tomarmos vacinas estamos na verdade tomando doses controladas da própria doença que queremos combater. A saúde que ela nos proporciona é resultado de uma verdadeira guerra que é travada no nosso organismo, no qual nosso sistema imunológico combate arduamente para vencer os ‘inimigos’ que nós mesmos introduzimos em nosso corpo. Essa é uma guerra com vários ‘mortos e feridos’, em que nós sofremos pesadas ‘baixas’ que muitas vezes sentimos por meio das reações adversas que podemos ter como náuseas, mal-estar e principalmente febre. O resultado final dessa estratégia aparentemente insana, mas coerente e eficiente, é que combatendo e vencendo ‘inimigos’ nosso sistema imunológico fica, conseqüentemente, cada vez mais fortalecido contra eles.

Na vida real não é diferente, pois viver é mais do que ter saúde e significa lutar permanentemente pelo seu propósito. Afinal, qual é o seu propósito de vida? Todavia, diferentemente da ingenuidade dos sonhadores, mas semelhante à dura realidade que vive nosso sistema imunológico, o mundo real é hostil e adverso. Além disso, quanto mais êxito e sucesso você conquistar mais o seu ‘brilho’ ofuscará o ‘brilho’ dos outros. E lembre-se, a inveja é uma fonte inesgotável de inimigos. Assim, ter inimigos é natural e inerente ao próprio sucesso e aquele que o almejar os terá, inescapavelmente.

Todavia, não esqueçamos que ter inimigos é sempre muito perigoso; pois, assim como as doenças, inimigos podem nos matar. Portanto, a melhor estratégia de vida é ser forte e poderoso, à semelhança do nosso sistema imunológico, pois se ele deixar de ser estaremos com nossos dias contados. Nossa analogia ainda nos revela que se produzir vacinas é uma difícil ciência, vencer inimigos também é.

Por derradeiro, talvez ainda tenha faltado entender onde está a felicidade em ter inimigos. Essa compreensão, podemos detalhar mais tarde, mas reflita: “você não é muito feliz em ser vacinado?”

Portanto, se você não tem inimigos, trate de tê-los.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mensagem aos jovens – o futuro

Artigo de André Soares - 08/11/2010.


“O que você vai ser quando crescer?” continua a ser a eterna pergunta direcionada aos jovens que atualmente merece uma atenção especial. No passado, há aproximadamente duas gerações, a solução significava o desafio da conclusão do ensino superior. A partir daí, a vida profissional e financeira estava praticamente resolvida, pelas significativas possibilidades de emprego satisfatório para aqueles bem preparados, que não raro permaneciam na mesma organização até a merecida aposentadoria. Todavia, o cenário atual está completamente diferente e desfavorável. Não se engane, se o Brasil está sendo anunciado como uma das novas potências mundiais, esse futuro alvissareiro, caso se concretize, será promissor para poucos. Isso porque nosso país está seriamente contaminado por graves problemas, inseridos numa conjuntura psicossocial instável, os quais determinarão o nosso futuro, inevitavelmente. Essa é a razão pela qual os jovens precisam conhecê-lo desde já, a fim de não comprometerem seriamente o futuro de suas vidas. Se você é jovem, pretende ter uma vida independente, produtiva e feliz, então conheça melhor o mundo em que está vivendo e o futuro que te espera.
Inicialmente, ingressamos na denominada “era do espírito”, caracterizada pela crescente epidemia de transtornos e doenças mentais, já devidamente alardeada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Se no tempo de nossos avós o estresse era pouco comum e a depressão, por ser desconhecida, muitas vezes não era diagnosticada e considerada como “xilique”; hoje, o estresse já contaminou a todos, inclusive as crianças. E quanto à depressão, quem ainda não a teve - terá, certamente. Tudo Isso é conseqüência, dentre outros, da fragilidade psíquica das pessoas, que estão cada vez mais inseguras e perdidas, incapazes de conduzirem autonomamente suas próprias vidas. Nessa conjuntura, já é corriqueiro a dependência permanente dos filhos junto aos seus pais. Assim é que, contrariando a ordem natural da própria vida, verifica-se a tendência de muitos filhos, já adultos, construindo suas vidas, constituindo família, com filhos, desempregados e acumulando problemas, porém completamente dependentes da assistência financeira e até psicológica dos pais, cada vez mais idosos.
Quanto ao cenário profissional, a mera conclusão do ensino superior não é mais garantia de emprego, como no passado recente. Nem a pós-graduação, nem o mestrado e o doutorado; pois, atualmente, não há mais essa garantia. É certo que a realidade profissional de hoje exige profissionais cada vez mais preparados, sendo o elevado nível da qualificação acadêmica um importante diferencial curricular. Todavia, não basta ainda ao profissional obter elevada titulação, estudando por toda a vida; pois no mercado de trabalho prevalece o importante diferencial competitivo da experiência, que não se aprende nos bancos escolares. É importante lembrar que a dinâmica da produção da informação e do conhecimento fez com que todos os cursos passassem a ter “prazo de validade”; pois, hoje, em no máximo 10 anos de estagnação, qualquer profissional já está desatualizado e desempregado. Essa instabilidade profissional do setor privado e é um dos motivos que levam milhões de brasileiros a apostarem suas vidas numa eventual aprovação em concursos públicos (os “concurseiros”), visando à comodidade da tão desejada estabilidade do serviço público, que tanta ineficiência causa às nossas instituições. Contudo, como o número de candidatos é exponencialmente superior ao número de vagas, somente poucos conseguirão, gerando um passivo crescente da esmagadora maioria de candidatos que, por mais que tente, nunca passará nesses concursos.
Não bastasse o desemprego ser o grande pesadelo dos profissionais de hoje, outro já se tornou realidade – a previdência social. Você, que é jovem, nem sabe muito bem o que é isso. Essa questão é tão complexa que nem os adultos a entendem corretamente e poucos são os especialistas que dominam esse assunto. Para sintetizar a realidade da previdência social no Brasil, faço minhas as palavras de um grande especialista, que diz:
“Quem se aposentou, aposentou. Quem não se aposentou, não aposenta mais!”
Isso porque a aposentadoria é concedida atualmente aos 60 anos para as mulheres e aos 65 anos para os homens. Lembre-se que a expectativa de vida no país é pouco mais de 70 anos. Assim, por exemplo, a realidade da maioria dos homens no Brasil é pagar a previdência por toda a vida, se aposentar aos 65 anos e morrer aos 70, vivendo o pouco mais de 5 anos do final de suas vidas com uma aposentadoria miserável. Todavia, o deficit previdenciário no país já é tão grave que com os custos crescentes decorrentes da elevação da expectativa de vida nacional conduzirá a que qualquer solução possível implique, inevitavelmente, em: aumento do valor da contribuição, e/ou aumento do tempo de contribuição, e/ou aumento da idade mínima para a aposentadoria; ou o mais provável - as três alternativas juntas. Acresça-se que, atualmente, autoridades e governantes já recomendam à realização de uma previdência privada complementar. E você ainda acha que vai se aposentar?
Portanto, ao contrário do discurso oficial, a trajetória de colapso de nossa sociedade é iminente, embora não seja evidente. Você, que é jovem, tem a possibilidade de construir melhor o seu futuro, diferentemente das gerações atuais, já condenadas. A boa notícia é que, como historicamente acontece, as grandes tragédias suscitam os melhores auspícios aos que, antevendo o futuro, são os mais inteligentes, os mais fortes, e os espiritualmente mais preparados.

domingo, 7 de novembro de 2010

Decifrar pessoas IV – Como conquistar pessoas

Artigo de André Soares – 06/11/2010


Conquistar pessoas continua a ser o maior enigma da humanidade. Nunca se buscou tanto decifrá-lo e quem o fizer terá enorme poder. Na atual era da informação em que vivemos multiplicam-se exponencialmente os trabalhos, publicações e estudos a respeito, pois as pessoas são ávidas por esse conhecimento. Todavia, paradoxalmente à dificuldade em dominar essa expertise, conquistar pessoas tem uma fórmula infalível. E pasmem, ela já é conhecida há tempos.
Quer saber?
Simples.
Quer conquistar homens?
Então, ofereça sexo.
Quer conquistar mulheres?
Então, ofereça amor.
A maior hipocrisia é que homens e mulheres sabem muito bem disso, empregam essas estratégias desde muito cedo, embora neguem veementemente.
Entretanto, como fracassam em obter o resultado final de conquistar pessoas, homens e mulheres entram no eterno ciclo sem fim de buscar encontrar outras soluções para esse intento.
Nunca encontrarão, pois a fórmula para conquistar pessoas é exatamente esta e, como foi dito, é infalível. Portanto, o problema do insucesso generalizado em conquistar pessoas não está na fórmula, mas sim nas próprias pessoas.
O motivo para todo esse fracasso é que as pessoas se tornaram especialistas em empregar essa fórmula não para conquistar homens e mulheres, mas para enganá-los. E, nesse sentido, o êxito é total, pois homens e mulheres nunca sofreram tanto por serem tão enganados, como atualmente.
Com isso, “o feitiço se volta contra o feiticeiro”, pois além de ser impossível conquistar quem se descobre enganado, o protagonista dessa traição receberá a devida hostilidade, em contrapartida.
Quer saber, realmente, como conquistar pessoas?
Simples.
Quer conquistar homens?
Então, ofereça sexo.
Quer conquistar mulheres?
Então, ofereça amor.

Sabe onde está o enigma?
Não basta apenas oferecer amor e sexo. É indispensável oferecer, também - verdade e ética.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Nota de falecimento

Curitiba, 5 de novembro de 2010.



Com a entrada no ar, no último dia 3, do novo portal do Exército Brasileiro na Internet, veio a ser definitivamente sepultada a Revolução Democrática de 31 de Março de 1964.

Nos dois únicos locais onde ela podia ser vista naquele site era na sinopse histórica da Força Terrestre e na relação das datas festivas e comemorativas - lá ela já não está mais.

É bem verdade que a coitada já de algum tempo vinha dando sinais de que seria "riscada" da História, a fim de não criar arestas com o poder dominante. Segue agora rumo ao esquecimento, onde se juntará à Intentona Comunista de 1935 e à Guerrilha do Araguaia. Afinal, não passam de apenas "factóides" criados pela mente deturpada de chefes militares da época e pelos quais muitos de nossos irmãos de armas - bestas que foram - cumpriram seu juramento à bandeira, dando a vida em defesa da honra, da integridade e das instituições do Estado Brasileiro.

Não queria crer que fosse simples assim apagar episódios da História Militar brasileira, mas o foi. Lembra aquela conhecida figura de uma cobra, em posição circular, abocanhando o próprio rabo, ou seja, comendo-se a si mesma.

Quero ver agora como é que se vai fazer com a denominação histórica atribuída `a 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Juiz de Fora/MG e que, mediante portaria do Comando da Força - recebe a denominação de "Brigada 31 de Março".

Outra coisa chatinha de se lidar vai ser com a série de outras denominações relacionadas com personagens que se destacaram na Revolução, como o Marechal Castello Branco, por exemplo, pois há várias homenagens a ele em repartições do Exército e essas honrarias, não obstante ter-se destacado na Força Expedicionária Brasileira (FEB), ele as obteve por sua oportuna intervenção nas ações de preparação e condução da Revolução que ora se quer esquecer. E a ponte Presidente Costa e Silva, a Rio - Niterói? Quando formos perguntados por que ela recebe esse nome diremos o quê? Que é uma homenagem a um militar que deu sua vida por uma revolução que não existiu?

Corrijam-me os companheiros se eu estiver delirando:
Não fomos formados todos pensando que o Brasil tinha salvado-se a si mesmo em 1964?

Se a coisa aconteceu assim, quer dizer que fui, por muitos anos, iludido sobre um fato histórico que não aconteceu?
Sendo assim, será que posso acionar a União na Justiça por danos morais devido a ter-me proporcionado uma formação equivocada que hoje me torna um "deslocado" da sociedade politicamente correta?
Sim. Um "deslocado", pois, a todo ano estarei em algum lugar relembrando as datas de nascimento daquelas senhoras: a Intentona Comunista de 1935, a Revolução Democrática de 1964 e a Guerrilha do Araguaia.

Meus sentimentos às pessoas ligadas às falecidas e que em algum momento deram suas vidas por elas.

Jorge Alberto Forrer Garcia - Coronel da Reserva
Curitiba/PR

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Saber pensar II – Manipulação

Artigo de André Soares – 04/11/2010



“Vivemos num mundo de manipulação!”

Embora seja verdade, você não acreditou.

Por que?

Porque não é assim que se manipula.

Quer saber como manipular pessoas?

Tem certeza?

Então, olhe-se no espelho, reflita e responda – Em que você acredita?

Qualquer que seja a resposta, seja lá o que for que as pessoas digam acreditar, trata-se de idéias alheias, não delas mesmas. Ou seja, as pessoas acreditam em idéias que outros colocaram em suas mentes. Isso é manipulação.

Por que as pessoas não tem idéias próprias?

Porque não sabem pensar – mas, sabiam.

Assim, o primeiro passo para a manipulação consiste em destruir a lógica, que é a essência do raciocínio. Após destruir a lógica, com as pessoas não sabendo mais como pensar corretamente, elas passam a acreditar em qualquer coisa que lhes disser, e assim o manipulador passará a pensar por elas.

Está lembrado quando foi dito inicialmente que “Vivemos num mundo de manipulação!”

Sabe por que você não acreditou?

Porque era verdade. Mas, “a verdade (embora liberte) é feia” – como já dizia o grande filósofo; pois a verdade não é persuasiva e aquele que a oferecer será sempre hostilizado.

Todavia, o manipulador hábil sabe que a mentira é persuasiva, tendo o poder de encantar, seduzir e escravizar.

Como se faz isso?

Siga a regra de ouro da manipulação: Minta – sempre e absurdamente.

Como isso funciona?

Pelo medo. Lembre-se que se precisa destruir a lógica, inicialmente. Trata-se, portanto, de manipular quem supostamente ainda sabe pensar corretamente, e quem sabe pensar não acreditará em mentiras. É por isso que a regra de ouro da manipulação é mentir – sempre e absurdamente. Isto porque a principal estratégia não é persuadir, mas sim dissuadir pela insegurança que a mentira avassaladora gera no espírito de quem pensa. Isso acarreta confusão mental.

“Eu sou o único certo e todos é que estão errados?”

“Ou todos estão certos e eu é que estou ficando maluco?”

Há experimentos científicos registrados na história, demonstrando como essa estratégia é eficiente, levando o ser humano à loucura. E a intenção é exatamente essa. Uma vez sem lógica, confuso, perdido e desesperado, o ser humano passa a não acreditar mais em si mesmo, necessitando encontrar algo que lhe traga segurança e conforto espiritual. A partir daí, ele passa a acreditar em qualquer coisa que o manipulador lhe oferecer.

Esso é o enredo da vida real e não apenas dos filmes de ficção e terror. E acredite, você já passou por isso.

Porém, como já sabemos, você não acredita.

Por que?

Porque é verdade.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Inteligência Operacional – inimigos

Artigo de André Soares – 03/10/2010


“Possuir inimigos é uma felicidade” – são palavras do incompreendido e grande filósofo Nietzche, sem duplo sentido e sem sutilezas semânticas, querendo dizer exatamente que “ter inimigos é uma felicidade real”. Se a maioria absoluta das pessoas que pensa diferentemente de Nietzche não estiver errada, vale dizer que Nietzche também não. Ou será que existe filosofia certa e filosofia errada? Deixando esse novo capítulo para uma próxima oportunidade, o que aqui se coloca é entender que esse pensamento aparentemente insano tem uma lógica bastante coerente e eficiente, com profundas implicações na efetividade da vida real, pois ter inimigos é muito importante.
Para entendermos melhor, façamos uma analogia com a saúde.
Aqueles que disserem que “a verdadeira felicidade é não ter inimigos”, também estão dizendo que “a verdadeira felicidade é não ter doenças”, não é mesmo?
Porém, sabemos cientificamente que “a verdadeira felicidade é ter doenças”, pois um organismo que não as tiver padecerá, porquanto seu sistema imunológico, sem ‘inimigos’ para combater, se enfraquecerá gradativamente, até ficar completamente indefeso ante qualquer ameaça.
Não se esqueça que é exatamente a descoberta desse fundamento que permitiu à ciência o desenvolvimento das vacinas, que tantas vidas salva e sem as quais não teríamos a longevidade que hoje temos. Lembre-se, portanto, que ao tomarmos vacinas estamos na verdade tomando doses controladas da própria doença que queremos combater. A saúde que ela nos proporciona é resultado de uma verdadeira guerra que é travada no nosso organismo, no qual nosso sistema imunológico combate arduamente para vencer os ‘inimigos’ que nós mesmos introduzimos em nosso corpo. Essa é uma guerra com vários ‘mortos e feridos’, em que nós sofremos pesadas ‘baixas’ que muitas vezes sentimos por meio das reações adversas que podemos ter como náuseas, mal-estar e principalmente febre. O resultado final dessa estratégia aparentemente insana, mas coerente e eficiente, é que combatendo e vencendo ‘inimigos’ nosso sistema imunológico fica, conseqüentemente, cada vez mais fortalecido contra eles.
Na vida real não é diferente, pois viver é mais do que ter saúde e significa lutar permanentemente pelo seu propósito. Afinal, qual é o seu propósito de vida? Todavia, diferentemente da ingenuidade dos sonhadores, mas semelhante à dura realidade que vive nosso sistema imunológico, o mundo real é hostil e adverso. Além disso, quanto mais êxito e sucesso você conquistar mais o seu ‘brilho’ ofuscará o ‘brilho’ dos outros. E lembre-se, a inveja é uma fonte inesgotável de inimigos. Assim, ter inimigos é natural e inerente ao próprio sucesso e aquele que o almejar os terá, inescapavelmente.
Todavia, não esqueçamos que ter inimigos é sempre muito perigoso; pois, assim como as doenças, podem nos matar. Portanto, a melhor estratégia de vida é ser forte e poderoso, à semelhança do nosso sistema imunológico, pois o dia que ele deixar de ser estaremos com nossos dias contados. Nossa analogia ainda nos revela que se produzir vacinas é uma difícil ciência, vencer inimigos também é.
Por derradeiro, talvez ainda tenha faltado entender onde está a felicidade em ter inimigos. Essa compreensão, podemos detalhar mais tarde, mas reflita: “você não é muito feliz em ser vacinado?”
Portanto, se você não tem inimigos, trate de tê-los.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Decifrar pessoas III - Fator 3.3

Artigo de André Soares – 02/10/2010


Quanto tempo é necessário para decifrar uma pessoa?

Se perguntarmos aos melhores cientistas especializados no assunto, eles responderão ser necessário realizar vários testes e análises científicas em laboratórios semelhantes à NASA. Isso levará, no mínimo, um ano. Posteriormente, serão necessários aproximadamente mais 3 a 5 anos de procedimentos de validação, perfazendo um total de 4 a 6 anos. Mas, ainda não acabou. A reavaliação do trabalho pode chegar à conclusão da necessidade de mais tempo para a obtenção de resultados consistentes, em função de outras tantas variáveis importantes. Assim trabalha a ciência e é assim que o conhecimento científico avança. Todavia, em geral, não temos todo esse tempo para chegarmos a uma conclusão segura sobre questões importantes, principalmente sobre como são as pessoas.

Solução? É claro que há! Mas, fácil não é, evidentemente; pois chegar a conclusões acertadas sobre as pessoas, em menos tempo, é ainda mais difícil. Mas, conhecimento científico não significa necessariamente “conhecimento demorado”, mas sim conhecimento fundamentado.

Veja, por exemplo, caso semelhante em que se necessita de uma avaliação sobre o estado de conservação e funcionamento de um automóvel. Da mesma forma, um especialista necessitará avaliá-lo detalhadamente numa oficina, realizando vários testes e isso levará, no mínimo, vários dias, certamente.

Mas, você não tem todo esse tempo. Talvez, você precise dessa informação em poucos minutos para fechar, ou não, um negócio de compra e venda desse automóvel – e é assim que acontece a todo o momento no comércio de veículos. Vale ressaltar que os empresários mais bem sucedidos do ramo, quando necessário, sabem como avaliar um veículo em pouco tempo e descobrir se estão diante de um excelente negócio, ou um ‘mico’.

Há uma fórmula?

É claro, que há!

Qual é?

Para avaliar carros, não sei. Mas, para decifrar pessoas, posso ajudá-lo.

Conheça, então, o fator 3.3

Quanto tempo é necessário para decifrar alguém?

Respondo: 3 minutos – no máximo. Por isso o nome do fator é: três ponto três.

Para entender, vamos partir da situação padrão na qual se conhece uma pessoa pela primeira vez.

O primeiro três do fator 3.3 refere-se a menos tempo ainda – 3 segundos.

3 segundos é o tempo máximo que uma pessoa necessita para chegar a uma conclusão pessoal sobre alguém, quando a vê pela primeira vez. Isso não é puro ‘achismo’, havendo estudos científicos comprovados que demonstram isso. Evidentemente, a conclusão pessoal a que se chega pode ser equivocada, em relação ao que a pessoa que se está vendo, realmente é de fato. Aliás, isso é o que mais ocorre com as pessoas em geral, explicando o porquê da maioria delas errar tanto quando se trata de decifrar pessoas. A verdade comprovada é que o erro nesses casos é muito mais a regra que a exceção, pois nesse curto espaço de tempo de 3 segundos interferem na avaliação das pessoas, inevitavelmente, fatores subjetivos de aceitação e rejeição. E isso é o que acontece significativamente em relação à avaliação que as pessoas fazem umas das outras, nos muitos casos nos quais se cria uma impressão pessoal sobre alguém que apenas se viu, mas não se conhece.

Portanto, se quiser decifrar pessoas, a partir de agora, sempre que interagir com alguém pela primeira vez, policie-se e tente evitar se deixar levar por sentimentos precipitados de simpatia e antipatia que irão acometê-lo, inescapavelmente. Caso contrário, em menos de 3 segundos você já errou sobre a avaliação de alguém, principalmente porque em muitos casos você não terá mais tempo que isso.

Se tiver, lembre-se do segundo 3 do fator 3.3, que se refere a 3 minutos.

3 minutos é o tempo máximo que uma pessoa necessita para chegar a uma conclusão pessoal sobre alguém, a partir do momento em que esta passa a se expressar voluntariamente, principalmente por meio da comunicação verbal. Evidentemente, que o processo de comunicação humana é um todo, implicando sua manifestação verbal e não verbal. Ambas são fundamentais e ocorrem em concomitância, sendo inúmeros os elementos intervenientes nesse processo. Mas, o fundamental é que a linguagem falada revela significativos aspectos da personalidade, bem como fatores de ordem emocional humanos. Inclusive, há polígrafos para a detecção de mentiras, desenvolvidos exclusivamente para a investigação da expressão oral dos investigados. Evidentemente, que não é fácil identificar pessoalmente os inúmeros aspectos existentes na fala e que constitui melhor tarefa para computadores. Todavia, ainda há na comunicação verbal importante subsídio informacional sobre as pessoas que computadores não identificam, mas seres humanos sim.

Refiro-me à individualidade do ser humano, que o faz único. Evidentemente, que se trata de aspectos essencialmente subjetivos de difícil identificação, mas que a sensibilidade humana capta de forma emocional na relação interpessoal. Assim é que outro aspecto muito importante a destacar é que nesse contexto, quando o interlocutor se expressa verbalmente, mesmo que a pessoa em questão tente deliberadamente mentir sobre o conteúdo de sua fala (e consiga), dificilmente conseguirá mentir sobre a sua própria individualidade como ser humano. O interlocutor pode até conseguir enganar sobre o assunto tratado, mas não conseguirá enganar sobre si mesmo aspectos como inteligência, raciocínio, valores, cultura, idiossincrasias, sociabilidade, tato, educação, só para citar alguns. Além disso, e mais importante, é saber que o interlocutor não conseguirá impedir a revelação do seu espírito, sua alma, sua energia, e a sua luz.

Esse aprendizado pode parecer impossível, mas é apenas difícil, e pode ser alcançado com muita dedicação, estudo e treinamento. Veja o exemplo de um músico profissional. Ele consegue identificar elementos numa canção que são impossíveis para uma pessoa comum como, por exemplo, o compasso, a harmonia, a orquestração, todos os instrumentos que estão tocando, o timbre, o tom da melodia, a afinação, e até os erros que são cometidos que um leigo sequer imagina.

Como ele faz tudo isso?

Ouvindo.

Só que para ouvir assim o músico profissional precisou aprendê-lo com muito estudo, dedicação e treino. Da mesma forma, você pode aprender a decifrar as pessoas. E assim, exatamente como um músico ouvindo as canções, você não precisará mais do que 3 minutos para ‘ouvir’ as pessoas.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Oração do Pára-quedista

Esta oração foi encontrada por um General francês no bolso de um Pára-quedista morto em ação. Passou a ser a oração oficial do Pára-quedista militar brasileiro, conforme Bol. Int. nº 7, de 17 / 01/ 1969 , da Brigada Aeroterrestre.



Dai-me, Senhor meu Deus, o que Vos resta;

Aquilo que ninguém Vos pede.

Não Vos peço o repouso nem a tranqüilidade,

Nem da alma nem do corpo.

Não Vos peço a riqueza nem o êxito nem a saúde;

Tantos Vos pedem isso, meu Deus,

Que já não Vos deve sobrar para dar.

Dai-me, Senhor, o que Vos resta,

Dai-me aquilo que todos recusam.

Quero a insegurança e a inquietação,

Quero a luta e a tormenta.

Dai-me isso, meu Deus, definitivamente;

Dai-me a certeza de que essa será a minha parte para sempre,

Porque nem sempre terei a coragem de Vo-la pedir.

Dai-me, Senhor, o que Vos resta,

Dai-me aquilo que os outros não querem;

Mas dai-me, também,

A coragem, a força e a fé.

Deus

Artigo de André Soares – 01/10/2010



Se Deus existe?

É claro, que existe!

Você ainda tem dúvidas?

Pois, a primeira coisa que nos ensinam nesse mundo é que Deus existe.

(E com ‘dê’ maiúsculo).

E ai de você se ousar questionar isso!

Tem que aceitar e fim de papo!

Por que?

(Porque tem, porque tem, porque tem, porque tem...)

O estranho é que se isso não é uma mentira - porque, então, insistem tanto em afirmar que Ele existe?

(Aviso 1: Cuidado com o ‘fogo do inferno’!)

Tudo começa com nossos pais que também nos ensinam a rezar. E rezar deve ser algo realmente muito importante porque todas as entidades que dizem representar Deus, mas vivem em guerra, são unânimes em nos impor que Ele adora essa bajulação.

Aliás, Deus tem outro comportamento muito peculiar - nunca fala por si mesmo.

Usa porta-voz.

Todos podem ser porta-voz de Deus – inclusive você.

Todavia, isso tem causado outra guerra interminável porque os porta-vozes nunca se entendem sobre o que supostamente Deus tenha dito - se é que Ele disse – e ainda vão ao extremo de dizer que conseguem interpretar o que supostamente seria a vontade dEle.

Não seria mais fácil, já que Deus é Deus, que Ele aparecesse de uma vez e acabasse logo com essa confusão toda?

Por que não acaba?

(Porque não, porque não, porque não, porque não...)

Mas, quanta desgraça já aconteceu por causa disso! É isso que Deus quer?

(Aviso 2: Está perguntando demais! - cuidado com o ‘fogo do inferno’!)

Aliás, Deus tem outro comportamento muito peculiar – apesar de tudo de ruim que Ele nos deixa acontecer, faz isso por amor a nós.

E tem algo ainda mais espantoso. Poderíamos até dizer, terrível mesmo. Dizem (os porta-vozes) que Deus nos ama tanto que vai nos matar. E isso Ele tem feito mesmo. Até agora ninguém escapou vivo.

Mas, nós não queremos morrer!

Por que Deus faz isso conosco?

(Por amor, por amor, por amor, por amor...)

Mas, que amor de morte é esse, afinal?

Não dá para Deus ter um amor, tipo assim, menos ‘exterminador’?

(Último aviso: Ôhhh, engraçadinho! – assim, você vai parar no ‘fogo do inferno’, rapidinho!)

Mas, ainda não acabou.

Tem mais.

Depois que Deus nos matar “para o nosso próprio bem”, adivinha o que vai acontecer conosco?

Quer saber, mesmo?

Com você eu não sei.

Mas, vou parar por aqui porque tem um porta-voz estressado aí, avisando que a minha “batata já está assando”.

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