De André Soares
Viver é ter esperança, afinal, “a esperança é a última que morre”. Como ter esperança é ter a expectativa de um futuro melhor, sem expectativa de futuro morre a esperança e, assim, a vida. Portanto, vivemos de futuro.
Se a esperança é a força de acreditar; o futuro, o que é?
Segundo uma conhecida expressão, a única afirmação que podemos fazer sobre o futuro é que “a longo prazo, todos estaremos mortos”.
Certo, ou errado?
Errado.
A realidade é ainda mais trágica, pois só podemos afirmar que “no futuro, todos estaremos mortos”, porque não há a garantia sequer de que a nossa morte ocorrerá “a longo prazo”. Quem dera!
Assim, o futuro, na verdade, passa a ser o nosso maior problema porque todos sabemos o que ele nos reserva.
Isso nos leva ao paradoxo de lutarmos desesperadamente contra o nosso próprio futuro, que é o maior propósito da nossa própria esperança.
Passando então a evitá-lo de todas as formas, vivemos na expectativa desesperadora da criação, ou descoberta, de qualquer outro futuro, que não seja a morte.
Assim, a vida retoma a sua força, pois renasce a esperança - a esperança de um futuro.
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