quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Documento da CIA traz detalhes sobre interrogatórios

Jornal do Brasil 27/08/09

Impedir um preso de dormir, dar-lhe “tapas insultuosos”, lançar jatos d’água e bater a cabeça na parede eram técnicas usadas por interrogadores da CIA para quebrar a resistência de suspeitos de terrorismo, segundo um memorando da agência americana de inteligência.

O documento foi submetido em 30 de dezembro de 2004 ao Departamento de Assessoria Jurídica do Departamento de Justiça, e liberado na segunda-feira graças a uma ação movida pelas entidades Anistia Internacional e União Americana das Liberdades Civis, com base na Lei da Liberdade de Informação.

O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, nomeou na segunda-eira um promotor especial para investigar abusos contra presos cometidos pela CIA.

A decisão, que pode causar problemas jurídicos para o presidente Barack Obama, ocorre depois de um comitê de ética do Departamento de Justiça sugerir que agentes ou contratados da CIA poderiam ser processados por extrapolarem limites aceitos durante interrogatórios realizados no Iraque e Afeganistão.

“A meta do interrogatório é criar um estado de conhecida impotência e dependência que conduza à coleta de informação”, informa o memorando, que delineia procedimentos adotados contra líderes da Al Qaeda enviados a prisões secretas da CIA.

O documento teve sua existência revelada pelo jornal The Washington Post.

Uma vez interrogado, um “tapa insultuoso” poderia ser dado na sua cara, como forma de correção. O memorando acrescentava que a técnica chamada de “walling” (“emparedamento”, ou bater a cabeça do preso na parede) seria especialmente eficaz.

Funcionários da CIA disseram ainda que tais técnicas violentas eram reservadas a um pequeno grupo de suspeitos de alto escalão, supostamente ligados aos atentados de 11 de setembro de 2001, disse o Post.

Membros do governo Bush, especialmente o ex-vice-presidente Dick Cheney, defendem esse tipo de prática, dizendo que ela não constituía uma forma de tortura e resultava na obtenção de informações que evitaram ataques e salvaram vidas.

Entre as técnicas, impedir um preso de dormir, dar-lhe tapas e bater sua cabeça na parede

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