Artigo de André Soares – 28/10/2010
“As pessoas não mudam.”
Nunca se esqueça disso. Se o fizer, sua vida será marcada pelo engano e pela decepção com as pessoas, em seu próprio prejuízo.
Isto porque o que determina fundamentalmente o comportamento humano é a personalidade e vários fatores interferem na sua constituição. Todavia, uma fez formada a personalidade do indivíduo esta não mais se altera, e isso ocorre ainda na infância e não na adolescência, nem na vida adulta, como ingenuamente se imagina.
Observe e analise com mais atenção o comportamento de adultos e crianças e você chegará a uma constatação inexorável – a essência da personalidade de qualquer pessoa adulta é exatamente a mesma de quando era criança, aproximadamente entre os 6 e 10 anos de idade, quando esta se consolida.
Isso representa significativos ensinamentos de ordem prática para a vida real. O principal deles é que o caráter - elemento da personalidade que determina a conduta ética-moral do indivíduo – já se manifesta plenamente na infância e de forma imutável.
Significa, por exemplo, que os corruptos, criminosos e malfeitores, que a história está a registrar e que tanto prejuízo causaram e causam às pessoas e à humanidade, já possuíam suas personalidades monstruosas desde a infância.
Todavia, você não precisa recorrer à história, ou a aprofundados estudos científicos, para saber disso. Basta fazer um retrospecto da sua trajetória de vida e de seus amigos de infância.
O que aconteceu com vocês, ao longo de suas vidas?
Tornaram-se exatamente o que sempre foram quando eram crianças.
Ou seja, a minoria dos que eram crianças virtuosas alcançou o sucesso na vida adulta; a maioria dos que eram crianças medíocres cresceu acumulando inúmeros problemas pessoais, sempre reclamando da vida; e todas as crianças com falhas de caráter, mal-educadas, desobedientes, sádicas e perversas, cujo comportamento foi dolosamente ignorado e não corrigido pelos pais, professores e pela própria sociedade, aprimoraram a própria monstruosidade.
Aproveite esse retrospecto e recorde-se também de todos aqueles, inclusive você, que ofenderam, prejudicaram e, principalmente, traíram amigos, familiares, amores, e até o seu próprio país. Pois, estes, quando surpreendidos ou mal-sucedidos também se apressaram em se arrepender e a se desculpar, sempre em forte e persuasivo apelo emocional, geralmente regado a lágrimas em profusão.
Entretanto, lembre-se que se o perdão tem o poder de acalentar espíritos inquietos e atormentados, perdoar não tem o poder de mudar os fatos, nem de esquecê-los.
Portanto, não se esqueça: “As pessoas não mudam.”
Quer decifrar pessoas?
Então, decifre as crianças.
Nelas, o futuro já está pronto e acabado.
Quanto determinismo!
ResponderExcluirEstamos condenados a nossa contituição física?
Nosso meio e experiência não vale de nada?
Ao ler esse texto me lembrei de Lombroso apalpando crânios e medindo narizes para determinar se alguém seria um criminoso...