Artigo de André Soares - 10/04/2010.
O prêmio Nobel da Paz de 2009 foi concedido a Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América, país que é a maior potência bélica do planeta, com bases militares instaladas em todo o mundo, patrocinador histórico de vários conflitos armados; e protagonista, dentre outras, das guerras no Iraque e no Afeganistão, ambas em curso. Muitos analistas consideravam ser essa premiação uma elaborada estratégia política com fins pacifistas, empreendida visando a sensibilizar o homem mais poderoso do mundo e a nação-potência sob seu comando, no sentido de que esse magnânimo reconhecimento internacional conduzisse-os a uma política externa menos agressiva. Entretanto, contrariamente à essa expectativa, o que se viu na cerimônia de entrega dessa distinta homenagem do comitê do Nobel, perante as maiores autoridades mundiais presentes ao evento, foi o presidente americano Barack Obama discursar uma magnífica exaltação à “arte da guerra”.
“O objetivo da guerra é a paz!” Estas foram as palavras de Sun Tzu, há mais de 2000 anos, que o presidente Barack Obama “ressuscitou” ao mundo. Todavia, se a humanidade for evocar a sabedoria e a grandeza daqueles que, a exemplo de Sun Tzu, conseguiram demonstrar que a guerra pode ser justa, ética e nobre, então é no Brasil que encontrarão inigualável exemplo de como se “combate” a “arte da guerra”.
O glorioso Exército Brasileiro tem como patrono Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, pois ninguém melhor que este soldado ensinou aos brasileiros e ao mundo que a “arte da guerra” se faz com - combate e diplomacia. Não por acaso, que da extensa lista de títulos e honrarias com as quais foi agraciado, a que o notabilizou pela excelência e grandiosidade como grande comandante militar foi “O Pacificador”, porque Caxias personificou como ninguém as sábias palavras de Sun Tzu.
A guerra não deve ser entendida como uma “maldição dos militares”, pois guerras são deflagradas por políticos e não por soldados; conquanto sejam estes os que pagarão com o sangue e as próprias vidas as conseqüências dessa decisão. Este é o “grito de guerra” que os militares brasileiros da Força Terrestre, entoam em uníssono nos versos da “canção de Exército”, ao clamarem: “A paz, queremos com fervor! A guerra só nos causa dor! Porém, se a Pátria amada for um dia ultrajada, lutaremos sem temor”. Assim, se as guerras são lutas entre nações e não disputas entre exércitos, a “arte da guerra” é inerente à cidadania, e não uma prerrogativa militar.
O combate e a diplomacia são os instrumentos da “arte da guerra”, cujo exemplo está na biografia de Caxias, e ambos consistem em vencer pelo emprego da força. O combate é a força da dissuasão; e a diplomacia, a força da persuasão. Porém, a “arte da guerra” quando dissociada de qualquer um deles degenera-se perigosamente.
O Combate sem a diplomacia é a luta do holocausto, dos massacres e dos extermínios de vidas humanas, protagonizado por exércitos entregues aos loucos, sádicos e mercenários. A diplomacia sem o combate é a luta da covardia, é entregar-se à derrota.
A “arte da guerra” é a arte de viver, e é também o divisor de águas entre vencedores e vencidos, pois assim como demonstrou Caxias – “O Pacificador”, dominá-la é tornar-se invencível. Por isso, a escolha do vencedor do prêmio Nobel da Paz de 2009 foi coerente e justa porque “aquele que não estiver disposto a lutar pela sua paz, não a merece."
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