Correio do Brasil
Por Redação - de Brasília
Presidente da CPI do Grampo, o deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), após investigar por quase um ano as irregularidades cometidas na Operação Satiagraha, propôs o indiciamento de todas as autoridades que cometeram crimes no decorrer da ação, inclusive o delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, que a comandou. A tese do deputado foi confirmada pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal de São Paulo, que decidiu acolher a denúncia e abriu ação penal contra Protógenes por vários crimes. Na próxima semana, Marcelo Itagiba encaminha ao Ministério Público Federal o seu voto em separado ao relatório final da CPI em que propôs o indiciamento das autoridades envolvidas.
Itagiba não conseguiu indiciá-las na comissão porque o governo federal colocou sua tropa de choque em ação na Câmara Federal e impediu o enquadramento delas no relatório final da CPI, de autoria do deputado petista Nelson Pellegrino (PT-BA). Além de Protógenes, o deputado Marcelo Itagiba, em seu voto em separado ao relator da CPI, propôs também os indiciamentos do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, do ex-diretor-adjunto da Abin, Milton Campana, e do banqueiro Daniel Dantas. Itagiba conseguiu somente o do banqueiro.
Criador da Operação Satiagraha, Protógenes foi denunciado por quebra de sigilo funcional e fraude processual por quatro procuradores da República, com base em inquérito da Corregedoria da Polícia Federal. Paralelamente à investigação criminal, o delegado responde também a um inquérito administrativo na PF que poderá resultar na sua expulsão dos quadros da instituição.
– A decisão do juiz Ali Mazloum, de abrir a ação penal por vários crimes por ele cometidos, demonstra que eu tinha total razão quando denunciei as práticas ilegais cometidas na Satiagraha sob o comando do delegado, que ignorou os limites estabelecidos pela legislação vigente para atingir os seus objetivos – afirmou Itagiba.
Segundo o deputado, “o delegado, sob a orientação direta do então diretor da Abin, Paulo Lacerda, que tentei indiciar mas também não consegui, chegou ao extremo da ilegalidade, ao escalar agentes da Abin, que não são sequer policiais, para bisbilhotar inclusive a vida de pessoas que não estavam sob investigação, como a ministra Dilma Roussef”, disse Itagiba.
A Corregedoria da PF reuniu provas de que 84 agentes da Abin foram empregados irregularmente na operação e que, até mesmo agentes aposentados – como o araponga Francisco Ambrósio do Nascimento, que fez investigações ilegais mediante o pagamento de R$ 1,5 mil mensais – foram investidos nas ações.
Além de responder a ação penal por vários crimes e a um inquérito administrativo que poderá expulsá-lo da Polícia Federal, Protógenes, que admitiu a possibilidade de ingressar na carreira política, manteve uma relação com parlamentares do PSOL que lhe renderam muitas críticas da opinião pública. Protógenes aceitou viajar com passagens pagas pela Câmara Federal, oferecidas pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS), para viajar pelo país fazendo palestras.
http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=153531
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dê sua opinião, livremente, respeitando os limites da legalidade e da ética.