Folha de São Paulo 21/09/09
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem não ter planos de ordenar o encerramento das investigações sobre abusos cometidos por agentes da CIA em interrogatórios de suspeitos de terrorismo durante o governo de George W. Bush (2001-2009).
Na última sexta-feira, sete ex-diretores da agência de inteligência americana enviaram uma carta ao presidente, alertando-o de que os trabalhos podem desencorajar os agentes a fazer o trabalho necessário para combater o terrorismo. "Na nossa avaliação, assumir tais riscos é vital para o sucesso na longa e difícil luta contra terroristas que continuam a nos ameaçar", disse o texto.
As investigações tiveram início em agosto, quando o secretário da Justiça, Eric Holder, anunciou a criação de um conselho para investigar alegados casos de abuso e maus-tratos de presos, incluindo ameaças de morte e uso de furadeiras.
Para os ex-diretores da CIA, a investigação divulga detalhes sobre os métodos de interrogatório que poderia ajudar a Al Qaeda a driblar esforços de inteligência dos EUA.
Em entrevista à rede CBS, ontem, Obama disse apreciar o fato de os ex-diretores estarem querendo "cuidar de uma instituição que eles ajudaram a construir". "Mas continuo acreditando que ninguém está acima da lei."
O presidente disse que não quer "que ocorra uma caça às bruxas". Mas completou que Holder tem a incumbência de fazer cumprir a lei.
Autoridades, incluindo o ex-vice-presidente Dick Cheney, se defendem, afirmando que os interrogatórios forneceram informações valiosas. Mas entidades de defesa à liberdade civil acusaram o governo Bush de usar a tortura em violação às leis dos EUA e internacionais.
Com agências internacionais
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