O Globo 31/07/09
Obama media polêmica racial
WASHINGTON. O presidente Barack Obama elegeu a cerveja como o grande instrumento diplomático para solucionar sua primeira polêmica racial na Presidência. Numa cena que segundo o "New York Times" não seria imaginável com nenhum outro presidente americano, Obama reuniu para uma cervejinha em volta de uma mesa nos jardins da Casa Branca dois brancos e dois negros numa conversa destinada a estabelecer uma nova forma de tratar questões raciais no país.
Além de Obama e de seu vice, Joe Biden, estavam lá o professor negro de Harvard Henry Louis Gates Jr. e o sargento branco da polícia de Cambridge James Crowley, os dois protagonistas do incidente.
- Tenho que dizer que estou fascinado com a fascinação despertada por essa noite - disse Obama antes do encontro. - Ouvi dizer que está sendo chamada de cúpula da cerveja. É um termo inteligente, mas isso não é uma cúpula, gente. São três caras tomando uma cerveja no fim do dia.
A confusão começou quando o professor, renomado autor de livros sobre o movimento negro e condecorado no passado pelo então presidente Bill Clinton, chegou de noite em casa, após uma viagem à China, sem as chaves. Com a ajuda de um taxista - hispânico - arrombou a porta da própria casa. Mas uma vizinha estranhou a cena e ligou para a polícia. Pouco depois, ele foi interpelado pelo policial. As versões do professor e do policial sobre o diálogo que se seguiu divergem, mas o fato é que Gates, que diz ter sido alvo de racismo, foi preso por desacato a autoridade e o episódio mereceu comentário do presidente Obama no dia seguinte: "a polícia de Cambridge agiu estupidamente", disse, gerando grande repercussão.
Obama tomou Bud Light, hoje de propriedade da belgo-brasileira Inbev. Já Gates escolheu Sam Adams, uma marca de cerveja escura de Boston, e Crowley, Blue Moon (canadense).
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