sexta-feira, 31 de julho de 2009

Diretor da PF nega influência política em operação

O Globo 31/07/09

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Luiz Fernando Corrêa, assegurou ontem que a instituição não sofre qualquer tipo de pressão política no âmbito da Operação Faktor (originalmente denominada Boi Barrica), que investiga o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
– As pressões, se estão acontecendo, nós estamos bem protegidos. E a maior proteção da Polícia Federal é a qualidade da prova – afirmou Corrêa. – Costumo dizer que se nós tivermos uma prova robusta não interessa quem seja o investigado. Quem se insurgirá contra uma prova técnica robusta? E essa é a regra na Polícia Federal e é o nosso conforto.
Fernando Sarney já foi indiciado em quatro crimes: tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Corrêa disse ontem que considera um "folclore" as especulações de que o presidente do Senado poderá optar por renunciar ao cargo caso conclua que a permanência e o prolongamento da crise contribuirá para piorar a situação de seu filho. Da mesma forma, o diretor-geral da PF não acredita que Sarney tenha decidido concorrer à presidência da Casa para tentar proteger os familiares na investigação.
– A operação segue normalmente e acho que isso prova que talvez tenha um pouco de folclore aí, que um ex-presidente reduziria assumir um cargo relevante no País em razão de uma operação. Não creio nisso – afirmou. – Se não vale para chegar não vale para... A Polícia Federal não opera motivada por questões políticas e partidárias. Ela investiga fatos e não pessoas. E fatos criminosos, não fatos políticos.
As supostas queixas de Sarney quanto ao vazamento de gravações telefônicas em que ele, o filho Fernando e a neta Maria Beatriz Sarney intercedem pela contratação do namorado da jovem, segundo Corrêa, não chegaram até a PF. O conteúdo das interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial foram reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
– As conversas em nível de chefe de poder transitam entre as chefias dos poderes e, no máximo, até o ministro – justificou. O ministro da Justiça, Tarso Genro, já afirmou em mais de uma ocasião que a PF não foi responsável pelo vazamento dos diálogos, ressaltando também que as interceptações foram divulgadas depois que o processo seguiu para o Ministério Público e ficou à disposição das partes. (Com agências)

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