O Globo 18/07/09
Ex-presidente peruano retirou US$15 milhões de cofres públicos
LIMA. O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori admitiu ontem ter autorizado o pagamento de US$15 milhões a seu ex-assessor Vladimiro Montesinos para evitar que ele promovesse um golpe de Estado. Fujimori explicou para a Corte Suprema de Justiça que autorizou o pagamento porque foi aconselhado pelo então ministro da Economia, Carlos Boloña, e pelo ex-presidente do Conselho de Ministros, Federico Salas.
A Procuradoria pediu oito anos de prisão para o ex-presidente por peculato. Mas Fujimori reafirmou sua posição de que se trata de um julgamento político assim como o anterior, que o condenou a 25 anos de prisão por violações de direitos humanos.
- Fiz obrigado porque estava em risco a estabilidade do país, devido ao controle total sobre a cúpula militar que havia adquirido Vladimiro Montesinos e o consequente risco que significava um golpe de Estado - disse Fujimori.
Fujimori afirma ter restituído dinheiro
Ele contou que em 22 de setembro de 2000 - oito dias depois da divulgação de um vídeo que mostrava Montesinos em atos de suborno, o que levou a sua demissão - entregou o dinheiro ao ex-assessor numa negociação realizada por Boloña.
- (Boloña) entrou em contato com Montesinos e por sua própria iniciativa propôs que desistisse do golpe em troca de pagamento - disse Fujimori.
O ex-presidente, que completará 71 anos este mês, não aceitou a acusação de peculato. Ele afirmou que, 41 dias após entregar o dinheiro a Montesinos, restituiu a quantia, sem explicar sua procedência. Montesinos utilizou o dinheiro para fugir do Peru. A Promotoria quer agora investigar a origem do dinheiro.
Montesinos foi capturado em 2001, na Venezuela. Fujimori fugiu para o Japão, sendo destituído em 2000 por incapacidade moral. Em 2005, foi preso ao retornar ao Chile e extraditado para o Peru.
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