terça-feira, 28 de julho de 2009

Farc têm armas da Venezuela, diz Bogotá

O Estado de São Paulo 28/07/09

Colômbia e Suécia cobram explicação sobre armamento militar sueco comprado por Chávez e encontrado em acampamento da guerrilha
AFP, REUTERS E AP

Os governos da Colômbia e da Suécia estão pedindo ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que explique como um lote de armas suecas vendido a Caracas foi parar nas mãos de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O lote - composto por lança-foguetes AT-4 e armas antitanque - foi apreendido pelo Exército colombiano num acampamento das Farc em julho do ano passado.
"Encontramos munição e equipamentos potentes e armas antitanque que um país europeu vendeu à Venezuela e apareceu nas mãos das Farc", disse o vice-presidente colombiano, Francisco Santos.
Em Estocolmo, o conselheiro político do Ministério do Comércio da Suécia, Jens Eriksson, disse que seu governo pediu "que responsáveis pelo governo da Venezuela deem explicações sobre como esse equipamento militar foi encontrado na Colômbia".
Chávez e o presidente do Equador, Rafael Correa, são acusados de colaborar com a guerrilha esquerdista que há mais de 40 anos enfrenta o governo colombiano.
Ontem, em resposta à denúncia colombiana, o chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, acusou Bogotá de fazer uma "campanha brutal" com o objetivo de "justificar a presença de bases militares americanas em território colombiano".
O argumento de Maduro repete acusação semelhante feita por Chávez na semana passada. Na ocasião, o presidente venezuelano disse que a Colômbia estaria abrindo as portas "ao inimigo" ao discutir com Washington a assinatura de um acordo que permite ao Exército americano usar três bases em solo colombiano. Bogotá justifica o acordo dizendo que os EUA auxiliarão apenas no combate ao narcotráfico.
No domingo, a revista colombiana Semana disse que há dois meses Bogotá vem cobrando explicações de Caracas sobre o controle do comércio de armas. A fabricante, Saab, disse ter exigido, no momento da venda, a garantia de que a Venezuela seria o destino final das armas, mas "às vezes, elas (as armas) terminam onde não deveriam estar".

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