Jornal do Brasil 09/08/09
Portal Terra
DA REDAÇÃO - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou, na madrugada deste sábado, trechos da ação civil pública por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. Segundo o documento, Yeda e outros 8 réus integravam uma "organização criminosa", informou a Rádio Gaúcha.
Nas 40 páginas da ação que foram divulgadas, de um total de 1.238, estão descritos o uso de "empresas de fechada" e de "laranjas" como parte integrante do suposto esquema:
"Dentro do pacote de contratação já era apresentada a subcontratação dos serviços a empresas que faziam parte da estrutura criminosa. Obtendo altos recursos por meio dessas atividades, de diversas formas (seja como entrega direta, seja por meio da utilização de empresas de 'fachada' constituídas de 'laranjas', seja mediante outras vantagens indiretas), os lobistas e prestamistas entregavam parte dos recursos financeiros escoados do Erário aos gestores públicos responsáveis pela contratação e outras personalidades políticas com forte domínio e influência na continuidade do esquema fraudulento, especificamente, os ora demandados (governadora do Estado, conselheiro-presidente do Tribunal de Contas do Estado, deputado federal "padrinho político" do diretor-presidente do Detran)".
Em outro trecho, o pedido de afastamento do cargo do cargos dos agentes públicos é pedido, em razão da suposta coação, intimidação e destruição de provas:
"A reforçar ainda a necessidade de afastamento dos réus dos cargos públicos está o depoimento de Sérgio Luiz Buchmann, então presidente do Detran, prestado em 17 de julho de 2009, que narra não somente os esquemas fraudulentos perpetrados na referida autarquia, mas, e sobretudo, atos de intimidação e coação, demonstrando a necessidade efetiva do referido afastamento de forma a impedir a repetição de tais atos durante o curso desta ação".
O processo contra os agentes públicos do Rio Grande do Sul é resultante da Operação Rodin, que apura o desvio de verbas envolvendo o Detran-RS, a Universidade Federal de Santa Maria e fundações de apoio. Eles foram denunciados por enriquecimento ilícito e dano ao erário.
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