O Globo -3/08/09
Jornal está proibido de divulgar notícia sobre filho de Sarney
SÃO PAULO. Os advogados do jornal "O Estado de S.Paulo" entram hoje com recurso no Tribunal de Justiça do Distrito Federal para tentar cassar a liminar do desembargador Dácio Vieira, que proibiu a publicação de reportagens com informações da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. A proibição, que colocou o "Estadão" sob censura prévia, foi pedida por Fernando Sarney, filho de José Sarney.
O jornalista Roberto Gazzi, editor-chefe do "Estadão", considerou estranho que o pedido tenha partido de uma pessoa ligada a meios de comunicação que, em tese, defendem a liberdade de expressão. Fernando é superintendente do Sistema Mirante de Comunicação, que pertence à família Sarney:
- Causa estranheza porque censura é um princípio que contraria a Constituição.
Com a ação, o empresário maranhense quis impedir a publicação de conversas telefônicas gravadas pela PF. Numa das gravações, foi revelado o envolvimento de Sarney com a contratação do namorado da neta por um ato secreto do Senado.
A censura prévia foi condenada por representantes de várias entidades e instituições, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre outras.
Segundo o advogado do "Estadão", Manuel Alceu Afonso Ferreira, o jornal recorrerá em defesa da liberdade de imprensa.
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